6. Reféns de um Pesadelo - Lílian

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   Lílian observava os olhos cinzentos e frios de Bruno.
   O local estava com uma energia pesada e conseguia sentir a dor e sofrimento das pessoas.O garoto observava o pai, os olhos vermelhos de lágrima cintilaram e ele abaixou a cabeça.O velório havia começado a 2 horas e a dor e silêncio era a mesma do que quando havia começado.
   Lílian não gostava daquela sensação de sofrimento e se sentava entre Gustavo e Bruno.Gustavo tinha a mesma postura que ela e não parava de olhar as pessoas chorando ou conversando aos cochichos.
    -Nunca imaginei que perderia ele -         Disse Bruno, erguendo a cabeça, e olhou para o pai que estava deitado no caixão em frente à eles.Susan, a mãe de Bruno, se sentava quase que ao lado do falecido e chorava baixinho.
    -Sinto muito - disse Gustavo, se sentindo desconfortável com todo o choro e sofrimento.
    -Você só tem isso a dizer? Sente muito? - Disse Bruno quase gritando de raiva e deixando Lílian e Gustavo assustados.
   Bruno se levantou da cadeira.O rapaz se aproximou de Gustavo com um olhar estranho.Gustavo tentou se afastar de Bruno, mas Bruno foi rápido e tirou um pequeno canivete do terno que trajava e o enfiou na garganta do rapaz.
   Lílian gritava enquanto Gustavo se afogava no próprio sangue e caía no chão morto.Em vez dos presente irem ajudar, começaram a se lastimar ainda mais e os choros e soluços ficaram mais altos.Bruno observava com raiva o amigo morto e em seguida apontou o canivete e para Lilian.
    -Sinto muito por você - disse Bruno, e de repente tinha uma máscara negra na cabeça e espetou o canivete na barriga de Lílian.
   Lílian acordou.Estava com a cabeça encostada no ombro de Bruno.Bruno notou que a garota estava pálida e tremia um pouco.
    -Você está bem?
    -Foi apenas um pesadelo idiota - respondeu a garota.
   Ryan se sentava em uma cadeira no palco do grande saguão e conversava com Kyrin.
    -Por quanto tempo eu dormi? - perguntou Lílian.
    -Duas horas.Ryan já deve ter ganhado bastante dinheiro porquê não executou ninguém ainda - respondeu Bruno olhando com ódio para os dois homens mascarados que se sentavam no palco.
   Nesse exato momento, Ryan terminou a conversa com Kyrin e se levantou.
    'Parece que alguns pais ainda não conseguiram o dinheiro de certos alunos.Em breve irá fazer 3 horas de sequestro e terei que executar algum de vocês.Executarei na rua e entregarei o corpo através do muro da escola para a polícia, e eles irão ver que não estou brincando.É claro que a polícia não irá deixar eu fazer isso e tentará invadir a escola.Eu enviarei homens para proteger os muros, e como forma de segurança, alguns de vocês acompanharão esses homens para que a polícia pense bem antes de atirar e acidentalmente acertar um inocente.
   Ryan desceu as escadas e observou por um tempo os estudantes.Depois de algum tempo escolheu alguns estudantes e esses foram direcionados a entrada do saguão.Lílian foi uma das escolhidas junto de Bruno.Gustavo continuou sentado ali com angústia no olhar, imaginado que nunca mais veria os amigos.
   Depois de escolher os alunos, Ryan voltou para o computador da diretora, onde ele conseguia ver quanto de dinheiro tinha conseguido e avisar a polícia, o computador não tinha microfone nem câmeras, isso deixava  Ryan um pouco mais tranquilo.Ao lado do computador havia uma pilha de celulares que pertenciam aos alunos e funcionários.
   Lílian e Bruno foram levados para fora do saguão.A chuva não parou em nenhum momento e a cada hora que passava parecia piorar.Os homens levaram os jovens para o corredor e se dividiram.Alguns homens e alunos iriam para o norte da escola cuidar para que nenhuma pessoa tentasse passar pelos muros e invadir o saguão.Outros homens e alunos iriam para o leste e oeste, o grupo que Lílian e Bruno estavam iria para o sul da escola vigiar o portão e a maior parte dos polícias que estavam na rua.
   Seguiram pelos corredores até chegar ao portão.Dentro da cabine que ficava ao lado do portão havia um dos homens mascarados observando, e ao lado dele no chão havia o senhor que cuidava da cabine e sempre odiava atrasos.Ele estava morto com um corte de faca na barriga.
   Lílian desviou o olhar e entrou na secretaria vazia que tinha pequenas janelas que davam vista para a rua.
    -Fiquem quietinhos e sentados - disse o homem de negro.
   Lílian se sentou junto de Bruno perto da janela e observou a rua que ao longe continha várias viaturas.O homem de negro também reparou nas viaturas e se direcionou a cabine.
   Depois de algum tempo, havia uma pessoa se direcionando a escola.Lílian notou que era um policial.Ele se aproximou e olhou para o homem de negro que estava dentro da cabine com um pouco de surpresa de ver ele com uma capa de chuva negra, faca de lâmina negra, e o mais estranho de todos, a máscara que cobria a cabeça inteira com exceção dos olhos.
    -Vim pedir para que solte os reféns que já foram pagos.
    -Nem pensar, Ryan precisa deles ainda e pode executar um deles também se todos os pais não pagarem.
   O policial olhou para o lado e viu Lílian.Os olhos do policial eram carregados de ódio quando ele se virou novamente para o homem de negro.
    -Porque não solta essas crianças seu merda? Seus lixos que usam crianças inocente e as torturam só para ganhar dinheiro.
    -Cale a boca - disse o homem de negro, perdendo a paciência e cometendo seu último erro da vida, sacar a arma e apontar para o policial.
   Houve um barulho alto de tiro e o do vidro quebrando quando o sniper da janela da casa mais próxima atirou e acertou em cheio o peito do homem de negro.O outro homem de negro que estava no lado dele ficou paralisado de susto, e essa foi a brecha para o policial sacar a arma e atirar e matar o homem.
   Os outros 6 homens de negro que estavam dentro da secretaria agarraram os adolescentes e apontaram os revólveres para a cabeça dos jovens.
    -Se vocês tentarem alguma gracinha ou se eles invadirem a escola, vocês irão morres junto com a gente.
   Havia em questão de segundos mais dez polícias junto com o outro que havia matado o homem de negro e parecia ser o capitão deles.O capitão disse para não tentarem nada pois os bandidos poderiam atirar nos reféns.
   Um dos homens de negro saiu rapidamente da secretaria e correu entre os corredores indo avisar Ryan que tinham problemas.O capitão olhou para os homens de negro.
    -É a última chance, rendam-se ou sofram as consequências.

**deixe seu favorito se gostou do capitulo e continue a história dos personagens :) **

Sequestro Na Escola [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora