Capítulo 7

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        A noite veio, e Liz ficou olhando para Natalie, que já tinha adormecido em sua cama. Então, aproximou-se dela, colocando as mãos no bolso do jaleco, onde estava algumas seringas e uma bolsinha de outro líquido para substituir o soro. Mas antes que pudesse fazer alguma coisa, Samuel a viu e a chamou, pois estava desconfiado que Liz estava "envenenando" a paciente novamente.

Liz saiu do quarto de Natalie e foi conversar com o Samuel no corredor.

— O que você está fazendo, Liz? — perguntou ele, olhando-a atentamente.

— Eu só estava verificando se estava tudo certo. Não é isso que você quer? Que ela ganhe alta e saia daqui?

— Olha, se você estiver me enganando...

— Eu não estou te enganando.

Samuel observou-a e respondeu:

— Ok. Que bom que você está fazendo tudo que eu pedi, Liz.

— Tenho outra saída? Não, né? — questionou ela.

Samuel sorriu e tocou levemente no rosto dela. Liz estava sentindo nojo do toque dele, mas tentou disfarçar o máximo possível.

— O que você tem de beleza, tem de maldade. — comentou ele.

— Posso ir? Eu estou muito cansada.

— Como assim? Não vamos sair hoje?

— Hoje, não. Eu tive um dia muito estressante.

— Eu sei. Hoje, a Priscilla veio aqui, mas você não a deixou ver a esposa. Que maldade!

— A Natalie não pode receber visitas.

— Será por quê?

— Samuel, eu não estou a fim de discutir com você agora. Eu quero ir embora, descansar e dormir. Amanhã, a gente sai para onde você quiser. Tudo bem?

Ele balançou a cabeça em positivo e respondeu:

— Ok. Eu vou cobrar, hein?

Liz começou a se afastar dele, e Samuel bateu em seu bumbum, deixando a médica com os nervos à flor da pele. Nisso, ela quase virou-se para bater nele, mas resolveu apenas sair de perto.

— Essa médica é muito gostosa! — disse ele em tom baixo.

Minutos depois, Liz entrou no carro e saiu da frente do hospital. Ela nem tinha percebido, mas, em um dos carros do estacionamento, Priscilla estava observando todo o movimento. Ao ver que a médica tinha ido embora, ela avistou um homem saindo também e lembrou-se que ele era um dos enfermeiros do hospital.

— Oi. Boa noite! — disse ela, aproximando-se dele.

— Boa noite... — respondeu ele, lembrando-se que ela era a esposa da Natalie — Você é?

— Eu sou Priscilla, a esposa da paciente Natalie.

— Ah, sim. Eu sou Samuel. Tudo bem?

— Na verdade, não está nada bem, porque eu estou desconfiada que a Dra. Liz está fazendo alguma coisa para que a minha esposa continue aqui nesse hospital.

Samuel fingiu estar assustado com a confissão dela e tentou saber mais alguns detalhes.

— Essa é uma acusação muito grave. Tem ideia disso, senhorita?

— Sim, perfeitamente. — respondeu Priscilla.

— Mas por que acha que a Dra. Liz está fazendo alguma coisa?

— A Dra. Liz esteve lá em casa esses dias para trás, pois a minha esposa tinha a convidado para um jantar, e eu encontrei um envelope de adoçante na lixeira do banheiro. Eu e a Natalie não usamos adoçante. Entende? E eu pesquisei na internet e confirmei que açúcar em excesso faz mal para os rins.

Paixão Obsessiva (Versão Natiese)Onde histórias criam vida. Descubra agora