• we are stars and we are beautiful •

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Para aqueles que conseguem ler escutando algum tipo de som, peço que se quiserem, escutem "scars to your beautiful - alessia cara" Para melhor experiência.
Boa leitura!

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Mais uma recaída, mais um crise, mais um peso, mais um problema. Esthella estava, neste exato momento, tendo uma crise existencial.

Pensava em como sua vida não fazia sentido, de como ela era feia e não prestava para nada. Que só era um peso morto nas costas de todo mundo.

Pensava em como vai ser pra lidar com a próxima ida. Porque era sempre assim, as pessoas sempre iam, e ela se afundava em mágoas e lágrimas, tendo de voltar a tomar seus medicamentos mais fortes.

Pensava em como era uma pessoa insignificante e insuficiente, que nem pra conseguir ter o corpo bom conseguia, nem pra conseguir fazer as pessoas a sua volta felizes, ela prestava. Mas ela estava errada em ter esses pensamentos. Estava errada sobre si mesma.

Esthella era uma garota meiga, gentil e generosa, que fazia de tudo para ver um sorriso nos outros, por mais que ela estivesse podre por dentro. Tentava amostrar dos outros aquilo que ela não tinha em excesso, tentava amostrar como a felicidade e aceitação eram coisas ótimas.

Ela era ótima para conselhar em como se aceitar, dizer que a vida não é só de lamentar pelos que vão e sim agradecer pelos que ficaram, ensinar que ser suficiente pra si próprio era o suficiente, que as outras pessoas em sua vida, era somente um bônus divino.

Mas tudo que ela dizia, não absorvia. Não enxerga o quão perfeita ela é, o quão especial ela é e o quão prestativa sempre foi. Não conseguia enxergar que o erro não está nela, e sim nas pessoas amargas e hipócritas que a rondavam.

Esthella não tinha o corpo magro como de uma modelo, ela tinha sim a estatura corporal mais maçuda e estatura óssea também. Mas ela era linda! Do jeitinho dela, ela era ela, era si mesma apesar de tudo. Era especial, maravilhosa tanto por dentro quanto por fora.

Mas ela não conseguia aceitar, aceitar que ela é o suficiente e que era perfeita.

Ela estava na banheira do lavabo, com a água transbordando. Lágrimas solitárias rolavam por todo o seu rosto e as fungadas e soluços altos ecoavam pelo cômodo. E com o resto de sanidade e disposição que tinha, ligou para a namorada.

Chamou, chamou, e no terceiro toque, Florence atendeu.

Florence — disse com a voz baixinha, e rouca pelo choro recente.

Florence sempre fora muito cuidadosa, generosa, companheira e preocupada com a namorada. Ela poderia ligar para a mesma dizendo que fez um corte nos dedos com uma folha de papel, a mesma viria correndo. Conhecendo a namorada como conhecia, já havia em mente o que supostamente teria acontecido.

Amor, não faça nenhuma besteira. Já estou chegando, eu te amo.

E assim, a garota desligou a ligação, esperando a morena chegar em casa, para ajuda-la como todas as vezes. Se esforçando para não enfiar a cabeça debaixo da água e ficar por ali, para acabar com aquilo tudo.

Flor entrou em desespero. Tirou o avental correndo e deixou a cafeteria, abandonando toda a sua bolsa que levava ao trabalho, carregando na mão somente a chave do carro, carteira e celular.

Só de imaginar sua pequena garota, indefesa fazer algo para se prejudicar, já começaria a se culpar por tudo.

A cafeteira não era tão longe dali, no máximo uns quinze minutos até em casa. Mas ela não tinha tempo, arrancou com o carro do estacionamento.

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 **•̩̩͙✩•̩̩͙*˚ 𝙎𝙘𝙖𝙧𝙨 𝙩𝙤 𝙮𝙤𝙪𝙧 𝙗𝙚𝙖𝙪𝙩𝙞𝙛𝙪𝙡 ˚*•̩̩͙✩•̩̩͙*˚*Onde histórias criam vida. Descubra agora