O GOSTO PROIBIDO

12/12/1961

Essa história se passa na Década de 60 em Roma. E ela começa no dia 12 de Dezembro de 1961, época das festividades de Natal, onde todas as ruas do Bairro Parione já estavam iluminadas e as casas também decoradas com enfeites natalinos. E a residência da Giulia que ficava neste bairro não era diferente das demais de sua rua, todas as casas seguiam o mesmo padrão: Um jardim discreto na parte da frente, dois andares, porém apenas 2 quartos que até pouco tempo atrás dividia com os seus dois irmãos mais velhos que atualmente moram com suas respectivas esposas.

Giulia era uma jovem com 18 anos que a pouco tempo atrás havia terminado seus estudos e trabalhava em uma floricultura perto de casa pois, era o que ela mais amava fazer e era ótimo porque dessa forma tinha seu próprio dinheiro e era uma maneira de ocupar o seu tempo enquanto seu pai tratava de encontrar o melhor partido para a sua única filha mulher. E por isso, Valerio Fontana insistiu para que todos de sua casa fossem para a festa da empresa da qual trabalha há 30 anos, pois, um de seus colegas de trabalho iria levar o filho que acabara de chegar de Paris, onde se formou em Direito, para apresentar a Giulia.

Giulia se achava muito nova para casar mas ao mesmo tempo sentia vontade de sair de casa e ter o seu próprio espaço mas ela sabia que sair de casa significava casar com um homem que fosse do agrado de seu pai que era bastante exigente e protetor. Tão protetor que nunca havia levado Giulia a nenhuma das festa de empresa, por saber que era frequentada por muitos homens e ele só abriu exceção dessa noite porque tinha certeza que Victor Montovane o mais novo advogado, era o pretendente certo para a sua filha.

- Giulia, como você está linda! Definitivamente azul é a sua cor.. Realça seus olhos azuis, seu tom de pele, suas sardas. - Disse sua mãe após entrar em seu quarto, vendo a filha observa-se arrumada pelo espelho. 

- Obrigada, mãe. Amei o vestido que comprou! E a senhora, também está linda! - Disse Giulia que não parava de se movimentar de frente para o espelho para observar os movimentos que o vestido rodado da cintura pra baixo fazia. Era perceptível a sua empolgação e animação.

- Depois te levo no Atelier da Dona Amélia para ela fazer outro para você - E ambas ficam se admirando no espelho e se divertindo com o vestido. Até serem interrompidas pelo Valério que bateu na porta entreaberta e adentrou para admirar as duas mulheres de sua vida.

- Sou um homem de sorte mesmo, serei acompanhado pelas duas mais belas de Roma - Disse dando um beijo em cada uma e completou: - É melhor irmos para não chegarmos atrasados. 

A festa da empresa que acontece todo fim de ano é sempre realizada para os funcionários que trabalham a pelo menos há mais de 10 anos na Fábrica Bianchi que levava o sobrenome do seu patrão, Ettore Bianchi que era o fundador e dono da mais conhecida fábrica de couro de toda Roma e era também uma das pessoas mais importantes da cidade por possuir além da fábrica diversas lojas que vendem peças feitas de couro. 

Valerio adentrou a festa andando ao lado de sua esposa e sua filha para até o meio do jardim onde estava a maior parte dos convidados e como não poderia ser diferente, todo o jardim da residência estava decorado com luzes natalinas. Giulia se encantou com a beleza do Jardim que podia ser observado mesmo durante a noite por conta da iluminação. Tudo era tão encantador que ela não deixava de prestar atenção em cada parte da decoração, a música tocando e até mesmo as pessoas bem vestidas. E a distração de Giulia foi interrompida com a voz do amigo de seu pai e de sua esposa que foram cumprimentá-los. 

- Grande Fontana... Já estava achando que não viria. - Disse Lourenço Montovane cumprimentando Valerio, enquanto Franchesca fazia o mesmo com a esposa dele que já eram amigas.

- É claro que eu viria! Além de minha esposa trouxe comigo também, a minha filha, a Giulia. - E em seguida, ambos cumprimentaram a Giulia que sorriu simpática com um sorriso ainda extasiado de felicidade por estar naquele local.