Capítulo 11

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Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida.

- Eu sei que vou te amar, Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Ethan Hernandez - Dezembro, 2005

Sofia e eu nos beijamos na fonte duas horas atrás e eu estava na minha cama, de banho tomado ansioso demais para conseguir dormir. Na próxima vez que conversássemos eu iria me declarar. Iria dizer a ela tudo sobre meus sentimentos. Ela tinha 18 anos agora, não havia mais nada de errado no que eu sentia, e se ela quisesse, eu a pediria para ser minha namorada. Infernos, eu me via casando com aquela garota.

Ouvi batidas na porta e imaginei ser a bunda bêbada de Nick vindo me perturbar. Ele era um grande chorão quando bebia.

Abri a porta e me surpreendi ao ver Sofia de pijama e cabelo molhado parecendo envergonhada. Arqueei uma sobrancelha sabendo o quanto aquele gesto a irritava.

- Eu não consegui dormir. - Disse ela sem graça. Sorri com aquilo. Abri a porta dando espaço para ela entrar. Sofia se acomodou na minha cama entre os lençóis de pernas cruzadas e puxou o travesseiro para o rosto. Ela estava o cheirando?

Sofia pareceu perceber que eu a observava e baixou o travesseiro com o rosto corado. Ela era tão linda. Fechei a porta e me juntei a ela.

Sentado aqui na sua frente eu me preparei para meu longo discurso sobre nós. Quando estava abrindo a boca sua voz baixinha me parou.

- Eu gosto de você, Ethan. Eu sempre gostei – Ela falou como se acabasse de dizer a coisa mais simples do mundo. Como se dissesse "o céu é azul." E eu percebi que soou tão simples por que era. Sofia gostava de mim tanto quanto o céu era azul. Era um fato inegável.

Ri com aquilo, aqui estava eu me desdobrando para pensar em como explicar o tamanho do meu amor e ela veio e me desmontou inteiro com pouquíssimas palavras. Sofia sempre tornando tudo mais fácil.

- Eu também gosto de você - Respondi calmamente. – Muito -

Sofia sorriu como se eu tivesse lhe feito a mais bonita declaração de amor. E antes que eu pudesse dizer mais ela estava me beijando. Não como na fonte, urgente e com medo de ser pega. Era doce. E então não era mais.

Sofia montou em mim e puxou minha camiseta antes que eu sequer tivesse tempo de raciocinar.

- Pequeña, espera. - Pedi. Eu não queria me apressar daquele jeito. Nós precisávamos conversar antes. Estabelecer o que éramos e onde estávamos indo. Eu queria começar com ela do jeito certo.

Sofia pôs a mão em meu rosto e sorriu triste.

- Eu já esperei demais Ethan. Podemos conversar depois, eu já ouvi tudo o que precisava. Agora eu preciso que você me ame. Você pode fazer isso? - Perguntou ela ansiosa enquanto mordia seu lábio inferior e me encarava com expectativa.

Sua pele quente na minha queimava e eu estava há tanto tempo reprimindo o que sentia que não demorou muito para me convencer. Nos amávamos, poderíamos passar o resto de nossas vidas dizendo isso.

Sofia e eu havíamos lutado contra nosssos sentimentos por anos, negando a atração intensa que sentíamos um pelo outro. Mas agora, em uma viagem a Las Vegas, nós finalmente permitimos que a chama da paixão se acendesse, sem mais restrições.

A noite quentes e estrelada pontilhava o céu enquanto eu me entregava. A tensão sexual era palpável, cada toque, cada olhar carregado de um desejo reprimido.

Linha TênueOnde histórias criam vida. Descubra agora