Ela sabe que é bonita. Não, não, não. Ela é muito mais que bonita, e sabe disso –Ninguém a deixava esquecer.
A vida toda, Fleur Delacour ouviu todos falando da sua beleza. Falavam dos seus cabelos quase brancos, da maciez, do comprimento, de como ele era perfeito. Falavam do seu rosto em formato de coração, com queixo fino e lábios cheios, olhos pequenos mais de cor intensa. Falavam do seu sorriso, de como ele era fácil e cheio de vida, de como as pessoas eram agraciadas sempre que ela sorria. Falavam da sua elegância ao andar, da sua postura perfeita, do seu jeito gracioso de falar. Falavam da sua educação maravilhosa, de como ela era uma boa e doce garota, de como ela era gentil.
Mas, sabe do que não falavam? Sabe do que Fleur nunca ouviu ser chamada? Sabe o que não diziam na mesma frase que seu nome?
Forte.
Fleur nunca ouviu dizerem que ela era forte. Nem em força física, nem em psicologicamente ou magicamente. Fleur e forte nunca estiveram na mesma frase. Nenhuma pessoa lhe disse isso, nunca, em todos esses anos. Eles diziam que ela era doce, que era delicada, que ela era frágil. Fleur, de tudo que já tinha ouvido, odiava fortemente isso;
Ela. Não. Era. Frágil.
Ela era destemida. Ela havia se inscrito, voluntariamente, no torneio tribruxo. Ela enfrentou um Verde-Galês Comum ! E mesmo não conseguindo completar a segunda prova, ela ainda era uma dos "Campeões" do torneio.
Ela era aventureira. Sua vida toda estava na França, seus amigos, familiares, tudo que ela conhecia vivia lá, mas isso não a impediu de fazer as malas e mudar-se para Londres. Largou tudo apenas para poder conhecer algo além da França. Não teve muito apoio dos pais, eles achavam que ela não sabia sobreviver sozinha. Estavam enganados. Ela conseguiu um emprego, uma casa, e um namorado.
Ela era companheira. Quando viu o quão ferido estava Gui, ela podia ter recuado; Podia dizer que aquilo era demais para ela, podia ter ido embora, Gui entenderia. Mas, não! Não, Fleur! Ela ficou, ela o ajudou a se recuperar, e por fim, eles aprenderam juntos a lidar com as consequências do ataque Fenrir Greyback.
Ela era guerreira. A guerra chegou, muitos fugiram, poucos lutaram –do lado certo. Fleur foi uma das que lutou. Junto do marido, lado a lado com os Weasley e membros da ordem, ela ergueu a sua varinha e foi a guerra. Não fugiu. Não escondeu-se. Ela não cedeu.
Ela era mãe. Quando achou que já tinha provado sua força, Victoire Weasley nasceu. Ser mãe fez Fleur experimentar muitas sensações, desde o medo da filha de machucar até o orgulho de ver em que tipo de mulher a filha estava se transformando, isso aumentou a força que ela sentia.
Enquanto todos diziam que ela era frágil, Fleur sabia que eles estavam errados. Ela não era frágil. Ela era uma mulher de armas, como Gui lhe disse uma vez, era uma bruxa corajosa e uma mãe maravilhosa. Ela era forte!