breves momentos perpetuam a insanidade mental, arrancando unhas, beijando lápides e orando para que deus lhe coloque em armaduras bonitas de misericordioso perdão, mas isso dura pouquíssimo tempo e logo você já está de pé novamente, calçando pérolas entre meus dentes com saliva e dignificando pavões albinos porque acha o bater suava das asas bonito e contemplativo aos olhos de deus, mas você pisa, pisa e pisa em todos os machucados das mãos de quem lhe escreve o testamento só para o agrado coeso, desejando apenas ter conhecimento, e ainda assim não sabendo exatamente por qual motivo nossos olhos estão tão ensanguentados de fúria.
batucando canetas em nossos crânios, arrancando as perólas recém coladas nos dentes e bradando completamente ciente da própria loucura.
e você diz que ninguém nunca sofreu tanto quanto você.
mensageiros divinos também choram e suas espadas azuis se quebram na lamúria melodramática, mesmo que não admitam completamente que sabem as fraquezas do sangue martirizado que pinga majestoso da luz da lua quando o sol risca fogo logo nas primeiras horas de luz, brilhando lento e apodrecendo carcaças tristonhas de meninas muito pequenas e muito ingênuas para serem tão loucas quanto você, mas ninguém nunca te colocou sentada numa cadeira de frente para deus enquanto ele testava o conhecimento de alguém que diz não ser igual quando igualada à multidão, impossibilitando a vantagem que todos nós temos sobre o que você pensa ser um bando. mas, se contabilizar quantas pedras já jogamos na sua cruz, continuará chorando, dizendo que o mundo é cruel e que as espadas douradas doem aos olhos divinos, só que isso é um pequeno segredo perto de tudo que há de pior no veneno mortal das rosas e orquídeas, porque no fundo das suas sementes há uma sentença quase ilegível feita no legítimo papiro egípcio: não existe vida fértil em um terreno ácido, então por favor, pare de chorar.
espero que esteja feliz agora, com a coluna doendo, pecados brilhando onde o pavão deveria habitar, passando as penas em todas as artérias possíveis, mastigando pérolas e gritando para você perceber já não poder mais pisar em nossos rostos, porque o sofrimento de uma estatua de sal é mal interpretado justamente porque todas elas olham para o mesmo lado, mas nada nunca te garantiu que pernas robóticas teriam um efeito menos fatal, não necessariamente te dando liberação divina, e sim a posse do mal.
não se surpreenda quando os meninos da beirada estrada colocarem suas espadas de luz em sua pele, gravando palavras doloridas em seus conceitos de moral, porque talvez você tenha se esquecido, mas pernas robóticas precisam de manutenção e estátuas de sal só olham para o mesmo lugar. temo que o seu nariz caia, mas os nossos estão de pé, e ninguém mais se importa com a dor.
quando acabar a sentença, uma rosa nascerá em seu peito. não morda, não mastigue; não faça nada, porque quando fora a sua vez de governar, o vidro cristalino dos seus dentes ainda permaneciam na mandíbula prontos para cerrar uma coroa de espinhos. então, quando perceber a delirante flor do mal ateando fogo em campos de centeio, talvez erga uma das mãos ao sol, perguntando-lhe o motivo de tanta crueldade. cegando ignorância no epitáfio do destino, verá que cometeu o pecado de não saber perdoar, mas chorar não adianta de absolutamente porra nenhuma, porque eu ordenei as nuvens negras do passado para um banho de lua, e você não foi convidada, soyeon.
porque ninguém nunca sofreu tanto quanto nós.
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DELIRANTE FLOR DO MAL
Fanfiction[아이들] batucando canetas em nossos crânios, arrancando as perólas recém coladas nos dentes e bradando completamente ciente da própria loucura. [cho miyeon × jeon soyeon ✧ (g)-idle] ﹫EXONOIR, 2020