Um som irritante me acorda, abro um olho e percebo que é meu despertador marcando 4:30 da manhã, aperto o botão para o silenciar e cubro minha cabeça com o cobertor. Minha cidade não costuma fazer frio, mas surpreendentemente esses últimos dias foram bem frios e isso deixa qualquer um sem coragem de levantar da cama, mas infelizmente meu turno hoje é durante o dia.
Eu trabalho em uma lanchonete - o emprego sonhado por qualquer garota de 20 anos - meu horário é um pouco bagunçado por que varia de acordo com o movimento. Normalmente eu trabalho aos domingos pois não tenho nada para fazer aos fins de semana e nem durante a semana para falar a verdade, então não me faz falta essa folga, mas sem dúvida o dinheiro faz, visto que eu moro sozinha e tenho que pagar o aluguel do meu pequeno apartamento e todas as despesas que morar sozinha pode gerar.
Me levanto e tomo uma ducha rápida, coloco uma calça jeans e uma blusa regata preta e para fechar o meu "uniforme" de trabalho um all star preto. Faço um coque no alto da cabeça, que é o que mais rápido consigo fazer no meu cabelo longo. Mesmo que eu quisesse fazer algo mais elaborado nem poderia, por que quando chego na lanchonete o Jack logo cobra o avental e que o cabelo esteja preso, mas eu não reclamo, a coitada da Mary que fica na cozinha tem que usar uma touca - que mais parece aqueles saquinhos de colocar verdura que se usa nas feiras - na cabeça, então eu estou na vantagem.
Meu trabalho pode-se dizer que é próximo do apartamento, também essa cidade é tão pequena que nada é verdadeiramente longe. Em alguns minutos estou na lanchonete, como sempre sou a primeira a chegar, o Jack só chega um pouco mais tarde por que prefere está presente nos horários de maior movimento e enquanto ele está fora, eu sou a responsável, não me considero a gerente, mas sou a segunda pessoa depois do Jack, que creio que esqueci de dizer, é o dono da lanchonete.
- Rachel, Rachel está perto, muuuuito perto! - entra pulando John, meu melhor amigo e companheiro de trabalho.
Ele tem os cabelos pretos encaracolados e eu amo ficar mexendo neles quando estamos com o tempo vago. Um desperdício ele ser gay, mas talvez por isso mesmo ele seja o meu melhor amigo.- O que está perto, John? - pergunto curiosa.
- Como assim você não lembra? - pareceu irritado por meu esquecimento.
- Você sabe qual o meu lema ne?
- Só absorvo informações do dia. - disse em coral com Kim, minha outra companheira de trabalho, que estava entrando.
A Kimberly é aquele tipo de garota que você não entende o que está fazendo como garçonete. Era a aluna mais popular do colégio e a mais bonita também, namorava sempre os que igualmente a ela eram bonitos e populares. Com seus olhos azuis e cabelos loiros lisos ela sempre achou que seria modelo, por isso não se empenhou tanto nas aulas. Completou o ensino médio com muito sacrifício e tentou durante 3 anos ganhar a vida como modelo, mas só conseguiu trabalhos pequenos, que lhe rendia uma grana boa no momento, mas nada que a sustentasse durante a vida.
Eu poderia sentir pena dela, mas não sinto, ela passou toda a nossa adolescência me perturbando e me fazendo sentir a garota mais feia e sem graça da escola, e você acha que encarar um balcão de lanchonete a deixou mais humilde? A resposta é não. A diferença é que agora ela não tinha os amigos populares do lado e na falta de companhias melhores eu e o John servíamos.
- Exatamente. - falei rindo
- Essa sua memória me cansa viu. - falou colocando a mão na testa - Enfim, está muito perto de chegar na cidade alguns boys magias lutadores de boxe.
- Eu ainda não entendo por que colocaram uma classificação Nacional aqui. Essa cidade é menor que a quadra onde eles lutam. - Disse Kim, ao me ajudar abrindo as cortinas.
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Primeira vez Amor
RomanceA vida é muito surreal. Às vezes você está vivendo o que acha ser o melhor daquilo que pode conseguir. Aí algo ou alguém aparece na sua vida e faz você perceber que sua vida é medíocre e que pode conseguir mais. Percebe que os valores e princípios q...