julho de 2017
Há dois anos conheci Lilica.
Ela ama receber um carinhozinho. Não basta estar perto da gente, precisa sentir nosso toque. Ela é o neném da casa, mesmo que nós não saibamos sua idade. É todo o bem que há no mundo, e me pergunto como alguém pôde não querê-la por perto.
Lilica não gosta de câmeras, mas fica linda em todas as fotos. Ela detesta dividir minha atenção com o celular (neste exato momento virou de costas pra mim porque ficou magoada). A mesma coisa com Bethoven, livros ou qualquer um.
Lilica gosta de uivar. Talvez ela ache que é uma loba, talvez seja parente de uma. Não sei dizer.
Ela gosta de deitar no sol e também de se enfiar nos cantinhos. Corre pulando, parece uma cabrinha. Gosta de se esfregar na grama e se encher de pequenos galhos. E, não sei porquê, gosta de mim.
Meu coração fica quentinho e esqueço de todo o resto quando olho pra esse dengo. Dizem que ela teve sorte de termos a acolhido, mas eu sei que, na verdade, os sortudos somos nós.
