CAPÍTULO 3

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Meses se passaram desde que Taylor se mudou para a casa ao lado, eu tive que ver o rosto dele do outro lado da minha janela todos as noites antes de dormir e todo dia de manhã na escola; em alguns dias até fomos juntos em um carro só para "ajudar o meio-ambiente" mas a realidade era que nossos pais forçavam uma aproximação nossa enquanto tudo o que eu queria era distância dele.

Em casa ele era o filho dedicado, responsável – e eu sabia disso porque minha mãe e a sua mãe tinham se tornado melhores amigas do tipo que toda sexta se juntam para tomar vinho e aos sábados jantavam juntas com os maridos e filhos, isso se não decidissem fazer churrasco aos domingos em um dos nossos quintais – e no colégio o prazer dele era me atazanar e tentar fazer com que os meninos dos times de futebol americano e de hóquei do colégio ficassem a uma certa distância dizendo aos amigos que eu era chata, mimada e louca.

Ele não mencionou que entraria para o time de hóquei da escola quando nos conhecemos e eu esqueci de contar que era líder de torcida, ou seja, os novos amigos dele eram meus amigos desde sempre e nada do que ele fizesse distanciaria alguém de mim então para irrita-lo, eu estava sempre com alguém novo ao redor dele para mostrar que ele não me distanciava de ninguém. E como troco, comecei a tentar distanciar minhas amigas dele, mas bom, ele era atleta e bonito, ou seja, nada do que eu fazia também funcionava.

Depois de um tempo, implicávamos com o outro por qualquer motivo e razão, acho que se tornou tão comum o que fazíamos que nem percebíamos mais. Começamos a conviver na mesma rodinha de amigos, íamos às mesmas festas, comemorávamos os jogos do colégio nos mesmos lugares e ele até me salvou de um encontro muito ruim certa vez, mas definitivamente não éramos amigos.

Eu pensei que tínhamos dado um tempo das implicâncias até eu começar a sair com Andrew Maxwell, lateral do time de hóquei e amigo do Taylor. Nos conhecemos a bastante tempo, mas a aproximação aconteceu na festa da fogueira que o colégio proporciona como despedida do verão, onde nós de Boston voltamos às nossas tradicionais roupas de frio; ele se mostrou um fofo e consequentemente começamos a ficar e quando vi já estávamos andando de mãos dadas pelo colégio.

Das primeiras vezes que Taylor nos viu juntos ele tirava piadas com a gente do tipo que era só um caso e que Andrew iria me deixar logo ou ele perguntava ao Andrew como ele me aguentava pois eu era chata e então quando o Andrew o respondia sempre rindo e depois me beijando, ele parava. Depois de algumas vezes, Taylor saia do circulo de amigos sempre que eu e Andrew chegávamos e eu achava que era apenas cena e então comecei a ver que ele realmente não gostava de mim já que saia de perto. Mas quando ele voltou a frequentar a nossa roda de amigos quando eu estava junto, sempre estava com os braços ao redor de alguém e bom, claro que aquilo me incomodou... Eu ficava com pena das meninas que tinham que aguentar ele, serem iludidas e depois jogadas de canto.

Andrew e eu começamos a namorar de fato algumas semanas depois da festa na fogueira, então ele frequentava a minha casa e consequentemente Taylor sempre nos via pela janela antes de eu me tocar e fechar as cortinas e em alguns dias era ele que fechava as cortinas dele ou simplesmente virava de costas e saia de casa.

Um dia, depois de ele nos ver pela janela depois que saímos juntos do banheiro após um banho de banheira que preparei pois o Andrew estava dolorido do jogo do dia anterior, Taylor me olhou pela janela e me deu um sorriso que parecia misturar sarcasmo e tristeza e então acenou para Andrew, deu as costas e saiu de casa.

Andrew e eu ficamos no quarto vendo um filme e nos beijando até que percebemos que já estava tarde e ele foi embora e então eu percebi que Taylor ainda não tinha voltado para casa mas logo depois de minha percepção, ouvi o barulho de motor do carro dele parando em sua casa e ele desceu seguido por uma menina de vestido roxo curto e apertado.

Eu estava sentada na baia da janela do meu quarto lendo quando vi ele acendendo a luz do quarto e entrando aos beijos e amassos com a garota. Depois de um tempo no qual ele já estava sem metade da roupa e com os lábios que eu sabia que estavam inchados de tanto beijar pois eu simplesmente não conseguia para de olhar, ele interrompeu os beijos com a menina, veio até a janela do seu quarto, me olhou, sorriu e fechou as cortinas.

Nessa noite, eu não consegui continuar minha leitura, eu me levantei, me arrumei para dormir e deitei na minha cama com a sensação de que algo tinha quebrado em mim por ter visto ele com alguém no seu quarto pela primeira vez.

E essa foi a primeira vez que eu cogitei amar Taylor Reed. 

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⏰ Última atualização: Apr 23, 2020 ⏰

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