Antes que se dessem conta estavam arrumando as malas para voltar para Hogwarts. James sorria de vez em quando olhando pela janela, já sentindo saudades do Egito antes mesmo de sair do país. Os presentes para seus amigos estavam todos cuidadosamente guardados em uma mala separada e devidamente encolhida em seu bolso, tudo estava pronto e eles iriam partir às três da tarde daquele mesmo dia. Chegariam em Londres às duas da tarde no horário londrino.
Snape, pelo que parecia, estava pronto, mas ele saíra para providenciar o presente de Riddle que James não fazia a mínima idéia do que poderia ser. Ele disse que voltaria em meia hora, mas James estava ocupado demais imaginando a reação de seus amigos aos seus presentes para notar quando ele saiu e quando chegou. A única coisa que notou foi seu susto ao se virar para sair do quarto e topar com o maior entrando no cômodo.
— Céus, criatura! — exclamou com a mão no peito. — Assombração!
O maldito riu e foi guardar o que quer que estivesse naquela sacola, mas James fez uma careta quando o maior passou por si, segurando firme em sua blusa e o impedindo de continuar. — O que foi? — perguntou o outro, genuinamente confuso. A careta de James se intensificou e ele se aproximou perigosamente do alfa, sentindo seu cheiro. — Pelo amor de Merlim, Potter! Pare de agir como um maldito cachorro...!
— Você estava fumando de novo. — identificou com uma careta maior de desgosto. — Não estava?
Severus não respondeu, estava congelado porque esqueceu que o maldito Potter era um Le Fay e podia sentir seu cheiro melhor do que qualquer um. Ele se amaldiçoou por esquecer desse detalhe, queria se bater por ser tão burro.
James literalmente rosnou. — O que foi que eu te disse sobre isso...? — indangou com a voz enganosamente calma. — Sobre como eu realmente odeio sentir esse cheiro em você?!? — aumentou o tom de voz. — EU TE MANDEI PARAR! — gritou.
— Você não manda em mim! — Severus rebateu, começando a se irritar também. — VOCÊ NÃO É MEU PAI!
— Ele realmente deve sentir vergonha de alguém podre como você! — gritou o Potter, somente percebendo que passou dos limites ao ver o corpo do Sonserino paralisar e seus olhos, sempre tão brilhantes, de repente perderem o brilho. — Severus... — sussurrou hesitantemente, erguendo a mão para tocá-lo. — Me perdoe...
O alfa se afastou como se James fosse algo repugnante, o que fez o coração do ômega errar uma batida. Se olharam por um momento e Potter paralisou ao ver lágrimas nos olhos negros, porque o maior parecia tão frágil de repente e tudo o que o menor queria fazer era abraçá-lo, a imagem de uma criança assustada e extremamente triste se formando em sua mente antes que as lágrimas endurecessem em pedras de gelo negro que era o olhar do outro, cheio de ódio e rancor como era o Sonserino desde o primeiro ano.
James achou que eles haviam progredido em sua relação desde que chegaram à Cairo, mas aquele caminho percorrido de repente foi apagado e agora eles haviam voltado à estaca zero.
Dando às costas para o ômega congelado, o alfa guardou o presente e lançou um feitiço sobre as malas, as diminuindo, guardando as suas em sua mochila e as do outro na dele. Jogou o objeto para ele o o observou pegar automaticamente, o observando assustado. — Vamos logo. — disse de maneira ácida ao menor, saindo do cômodo e esbarrando com força em seu ombro de propósito. Estava sendo infantil e sabia disso, mas era a única maneira de se proteger do mundo exterior. Se mostrara por apenas um mês e nunca antes se sentira tão vulnerável, mas essa Lua de Mel apenas serviu para lembrá-lo de que suas barreiras nunca deveriam ser baixas - ele não iria cometer o mesmo erro outra vez.
A chave de portal os levou aos portões de Hogwarts e quando chegaram, Dumbledore, sua mãe, Tom, Lucius, os dois Black, Lupin, Pettigrew, Mark e os pais de Potter estavam lá. Albus lhes sorriu, mas percebeu que algo estava errado assim que viu o olhar do mais velho.
Régulus deu um grande sorriso e correu para pular nos braços do primo, enterrando a cabeça em seu ombro e o abraçando apertado, sendo retribuído na mesma intensidade. — Senti sua falta, Sev. — murmurou abafado.
— Também senti a sua, Reg. — a fala do maior foi sussurrada em seu ouvido causando um arrepio pelo hálito quente em sua orelha, o fazendo estremecer.
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"Era só o que faltava!" - pensou James indignado quando o irmão de Sirius abraçou Severus daquele jeito íntimo demais. Inferno, e nem sabia que o maior podia abraçar alguém assim, como se protegesse o ômega contra tudo e todos, os braços longos apertados ao redor de sua cintura de maneira possessiva.
Ele abraçou Sirius, Peter e Remus, então seu pai e sua mãe, consciente demais da presença dos Sonserinos logo ali, consciente demais principalmente da atmosfera ao redor do corpo de Snape. Foi cortado de seus pensamentos mórbidos pela voz do diretor. — Se divertiram?
— Céus, sim! — exclamou James animadamente, alto o suficiente para aquele abutre do Black mais novo ouvir. — Fomos às pirâmides e tiramos várias fotos! Comprei presentes para todo mundo! — riu-se mostrando sua mochila negra.
— Que bom, querido. — sua mãe tocou sua bochecha com carinho. — Vocês poderão nos mostrar tudo nos seus aposentos. Está esfriando aqui.
Claro que James estava consciente de que teria um quarto próprio nas masmorras para ele e o alfa quando voltassem, mas aquilo era exagero. Havia uma sala gigantesca como primeiro cômodo, uma lareira, um sofá grande de três lugares, um pequeno de dois e uma poltrona de cor bege ao redor da lareira, uma mesinha de centro feita de vidro entre os três móveis em cima de um tapete felpudo e fofo da mesma cor como o do Egito. Se sentaram e James se pôs a pegar a mala cheia de presentes.
— Esses são para vocês. — deu para seus pais dois medalhões de ouro em formato de pequenas pirâmides, sorrindo satisfeito ao ver seus sorrisos largos.
— Obrigada, querido. — sua mãe agradeceu. — São realmente lindos.
Para Remus deu um livro grosso contando sobre toda a história do Egito antigo mágico. Para Sirius, um kit de poções para o cuidado dos cabelos que ele tanto amava, e para Peter, uma pequena luminária mágica vermelha no formato de um escaravelho que achara muito fofa e na hora se lembrara do amigo baixinho. Ainda tinha que dar os presentes de Arthur, Lily, Frank e Alice, mas deixaria para o dia seguinte.
Olhou para Severus, arqueando a sobrancelha para sua mala. Ele dera livros para os três outros Sonserinos ali e ainda tinha mais dentro da mala. Ele rangeu os dentes ao ver seu esposo dar para o maldito Régulus Black um colar bonito além do livro. Por que aquele filho da puta era mais especial que os outros? Que relacionamento eles haviam tido antes de tudo acontecer? E por que infernos ele se importava?!?
Se erguendo subitamente e se sentindo extremamente irritado, o Potter anunciou: — Estou cansado. Vou dormir. — e saiu pisando duro a caminho do próprio quarto.
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A Rosa Dourada - Snames
FantasyTodos olharam para James. Era certo que seu pai fazia parte dos Sete Sagrados (os sete reis que governavam o mundo bruxo) e que seu pai era o rei dos Le Fay, logo, James seria seu Herdeiro... Mas, o que tudo isso significava? - Isso significa, Potte...