cheia de manias | jikook

.Essa barra que é gostar de você.

Para belle, a vampira mais linda e gostosa.
Feliz aniversário, depois de três anos seu presente ta aqui hahaha
Te amo, espero que goste. 💕

Com esse seu jeito faz o que quer de mim,
Domina o meu coração.

Quem visse o pobre Jungkook sentado no canto, com o copo de cerveja na metade e cara de quem comeu e não gostou, ia achar ele tinha tomado um pé na bunda bonito e tinha escolhido o pior lugar pra ir chorar a fossa – ali não era lugar pra chororô – por que no pagode do Eltin não dava pra ficar triste. O samba tinha começado depois do clássico, palmeiras x corinthians, e já era quase nove horas da noite, o que queria dizer que todo mundo já tinha tomado todas, e agora cantavam alto e dançavam sem medo de ser feliz ou passar vergonha.

Mas Jungkook continuava ali, com o mesmo copo que encheu quando chegou, sentado no canto, enquanto assistia Hoseok e Namjoon abraçados, cantando o show tem que continuar, cada um segurando uma longneck – que já deveria ser a vigésima dos dois. Tentou dar um gole em sua cerveja, mas a bebida já tava quente e parecendo chá velho, que fez a cara do garoto se contorcer numa careta feia. Deixou pra lá a ideia de beber e voltou a olhar em volta, esperando encontrar logo quem tinha ido ver.

Não era segredo pra ninguém o porque dele colar ali todo domingo, até curtia um pagodinho de vez em quando, e uma breja gelada é sempre bem vinda, mas quem ele realmente queria ver ali era o moreno da rua de cima, que mexia com a pobre mente frágil do garoto de 19 anos, que só faltava lavar a calçada, de tanto que babava quando o vizinho descia a rua, rebolando como se fosse quebrar a coluna, e com um sorrisinho que perturbava qualquer um. Se tinha uma coisa que Jimin Fernandes gostava, era de provocar as pessoas, e adorava ainda mais quando sabia que suas provocações causavam algum efeito.

E como se o universo tivesse sempre brincando com Jungkook, o motivo de todos banhos demorados que vinha tomando, fazia uns oito meses, apareceu dançando e rindo, a calça jeans apertada marcando o bumbum redondinho e o cabelo escuro que caia sobre os olhos. Jungkook sentiu até uma gota de baba pingar na perna quando o viu, as mãos começaram a suar  e o coração do coitado parecia prestes escorregar e sair pela bunda. Se segurou no lugar pra não correr até ali, porque conhecia muito bem o mais velho, e sabia que ele vinha o evitando igual o capeta evita a porta da igreja.

Jungkook nem se lembrava quando começou a ficar gamado no moreno, eles cresceram juntos, jogavam bola na quadrinha verde e tocavam as campainhas das vizinhas velhas, só pra sair correndo e se esconder embaixo da perua do seu Durval. Mas quando tinha uns doze anos, os pais de Jimin se separaram e ele foi morar com o pai no interior, o mais novo nunca esqueceu do amigo, mas também não morreu quando ele foi. A surpresa mesmo veio quando o viu de novo, era o penúltimo ano da escola e Jungkook já não aguentava mais aquele lugar, só queria tirar todas notas cinco que precisava e ficar suave em casa, com as pernas pra cima, e as vezes ajudando o pai na loja de pipa – até a mãe começar a encher o saco sobre faculdade e seus copos espalhados pela casa.

E foi no pátio do intervalo, enquanto jogava truco escondido da espetora chata do caralho – que vivia usurpando seu baralho – que ele viu o antigo vizinho. Jimin tinha mudado bastante, nem parecia o baixinho gorducho, que subia nos ombros do Jungkook pra pular o murro da escola ou pegar as pipas que caíam no quintal das vizinhas. Ele agora estava um pouco mais alto – mas não tinha conseguido passar o mais novo – os cabelos estavam mais compridos, uma franja que caia no rosto, o corpo tinha pegado um pouco mais de forma, não tinha mais gordurinhas pulando pra forar da calça, mas a bunda avantajada era muito bem marcada no tecido. E Jungkook nunca imaginou que ficaria do jeito que ficou por um cara, mas era difícil ignorar uma bunda como aquela. Os dois voltaram a se falar aos poucos, Jimin estava um ano na frente de Jungkook, então se encontravam apenas no intervalo e na volta pra casa.