LÚCIOS CAPÍTULO 50.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

LÚCIOS CAPÍTULO 50.

UMA TRAPAÇA MAIS QUE PERFEITA.

O encontro com aqueles inúteis tinha sido rápido, claro que se eles discordassem eu cumpriria minha ameaça, eu queimaria aquela vila jogando todos no relento ou até mesmo queimando um por um.

Voltei o mais rápido possível para a clínica, não a deixaria sozinha, mas quando cheguei na porta segurei a maçaneta pronto para abrir, ouvi algo que fez meu peito sufocar. As batidas do coração do meu filho preenchiam o cômodo escapando por debaixo da porta.

Eu travei, meu corpo congelou, não consegui ir adiante, então fiquei lá até tudo acabar, me torturando com aquelas batidas que pulsavam fortes do ventre dela, ouvia seu choro misturado com sorrisos e muita emoção, eu devia estar lá, com ela segurando sua mão, mas eu não conseguia.

Quando aquele som parou e o médico dizendo que estava tudo bem, eu me afastei da porta indo até um dos cavalos que estavam selados, o montei e sai sem rumo, não estava tudo bem, eu só voltaria quando a dor fosse menor, eu mentia para mim mesmo, era uma dor que nunca iria diminuir.

Perambulei por toda a zona sul da fazenda até encontrar uma cerca viva de aranha gato, desmontei do meu cavalo num salto e fui até lá atormentado, segurei com força, os galhos entrelaçados daquela planta fechando meus olhos, sentindo os espinhos entrar na minha carne suspirei sentindo prazer naquele ato, e algo se reverberar no meu íntimo.

Perambulei por toda a zona sul da fazenda até encontrar uma cerca viva de aranha gato, desmontei do meu cavalo num salto e fui até lá atormentado, segurei com força, os galhos entrelaçados daquela planta fechando meus olhos, sentindo os espinhos e...

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A dor começou a se manifestar, lentamente, então apertei um pouco mais, eu queria driblar uma dor com outra. No entanto essa era uma que eu podia controlar, eu podia torná-la letal ou, me desfrutar em pequenas doses.

Ali sozinho fiz um pequeno balanço da minha vida, antes era contar as cabeças de gado comprar cavalos de raça, me preocupar com as vacinas em dia, controlar as pragas nas plantações, as toneladas de grãos colhidos. Correr os campos e as outras propriedades, alimentar meus animais ferozes disciplinar os peões e açoitar os imbecis com meu chicote, e as vezes oferece-los como alimento.

Mas hoje minha mente somente gira em volta de uma mulher e o filho que ela carrega. Meus olhos se voltaram para minhas mãos, travadas como se estivessem amarradas em torno daquele emaranhado de espinhos, eu estava ali parado vendo meu sangue escorrer por entre o vão de meus dedos.

A história que minha mãe contou sobre o xamã, eu me negava a acreditar que aquela história se resumia a mim e minha forasteira, mas a dúvida também me atormentava. Porque se eu estivesse ainda na nossa aldeia eu teria sido o próximo ficando no lugar da minha mãe, mas eu fui tirado dê-la, antes disso. Eu tinha um pai, ele não pertencia aquele lugar, e com a morte do seu filho legítimo ele me buscou. Coincidências ou destino.

Meu pai era um mundano, era dessa forma que meu avô o chamava. Ele dizia que minha mãe teria que se casar com um da nossa tribo segundo os nossos costumes, mas ela foi rebelde, se deitando com uma estranha fé. 

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora