✖ Capítulo 35 ✖

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Penúltimo Capítulo

3 semanas depois.

— Felizmente, o pior já passou. Mas agora a Alexandra terá de fazer alguns exercícios em casa para voltar a ter o movimento normal do braço.

Passaram-se três semanas desde o acidente que quase me matou. Ok, estou a exagerar mas pronto, digamos, que me deixou muito mas muito mal.

Depois de sair do hospital, não sabia que o pior ainda estava por vir. As dores ficaram piores, mesmo tomando antibióticos, porque durante a noite eu acabo por me mexer muito e depois acordava com as costas todas tortas e as dores durante o dia eram insuportáveis. Então, até eu voltar ao hospital, o meu pai ficava a dormir comigo para eu não me mexer tanto e acabou por resultar mesmo.

Mas todas as noites eu tentava imaginar que quem estaria ali não era o meu pai, mas sim o Xiumin.

Ele tem sido a pessoa mais querida à face desta Terra. Tem me ajudado com tudo, o que tem trazido algumas desconfianças e confusões por parte do meu pai, e mesmo vendo que o meu pai tem dormido comigo, ele agora dorme sempre no meu quarto. Mas não na minha cama...

Agora saímos do hospital depois de me acabarem de tirar finalmente o gesso, que já não era sem tempo. Outra coisa que me chateou imenso, apesar de não ser o braço direito, foi a porcaria do braço que não me deixou fazer nada. Parecia que andava com um apêndice atrás e só me apetecia arranca-lo às vezes.

— Graças a Deus que me tiraram o gesso, isto não combina com nada — falei enquanto olhava para o meu braço completamente livre. Estava com o meu pai, no carro, a caminho de casa.

— Alex, tu nem sequer sais de casa.

— Pai... mas daqui a uma semana felizmente vou.

— Tens a certeza que queres voltar para lá? Ainda vamos a tempo de trocar a tua matrícula para outra escola.

— Não, pai, não há problema. A Yura já não lá está, então está tudo bem.

Quando chegámos em casa, comemos aquilo que tínhamos trazido de um take-away que ficava a caminho de cá.

Quando acabámos de almoçar, fui até ao meu quarto e decidi fazer o que o meu pai me recomendou.
Estudar a matéria que eles têm dado até agora, uma colega minha tem me enviado fotos dos apontamentos dela.

Passou mais ou menos uma hora e ouço batidas na porta do meu quarto.

— Filha, tinhas uma carta para ti no correio. Toma.

O meu pai deixou a carta em cima da minha secretária e saiu do meu quarto logo a seguir.

Agarrei na carta e a mesma não trazia o nome de quem a enviou, mas tinha o meu e a minha morada. Abri então o envelope e desdobrei a carta.

"Olá, Alex, quem está à escrever isto é a Yura.
Provavelmente depois de teres lido isto, vais querer rasgar esta carta mas, antes disso, quero te dizer umas coisas.
Antes de tudo, queria te pedir desculpa. Não pelo incidente de duas semanas, mas sim por tudo. Fui movida pela raiva e ciúmes do Connor e não aceitei que ele nunca me iria perdoar por aquilo que fiz. Assim como sei que tu também nunca me vais perdoar e tens toda a razão.
Eu sabia que era o melhor a fazer quando me disseram que iria ser expulsa e nem sequer pestanejei quando os meus pais quiseram mudar de cidade.
Não te quero sofrer mais e foi por isso mesmo que me fui embora, para te deixar em paz, tu mereces.
Segundo, tu merecias o Connor, eu sei que gostavas muito dele e fiquei feliz ao saber que não fui o motivo da vossa separação e fiquei furiosa ao saber que não o voltaria a ver.
Com tudo isto quero que saibas que eu vou tentar ser uma pessoa melhor, por ti e pelo Connor, e que nunca quis que sofresses desta maneira.
Espero que me perdoes.

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora