Capítulo Final

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Narrador

1 mês depois.

— Anda, filha, tens de ir para a escola. Queres chumbar por faltas?

Alex abriu os olhos e viu o seu pai sentado do seu lado a tentar acordá-la.

A mesma esfregou os olhos, reclamou baixinho e voltou a cobrir-se com os lençóis.

— Filha, tens de ir. O que é que se passa contigo ultimamente?

— Nada pai, eu já me levanto.

— Vou estar à tua espera, levo-te à escola hoje.

Alex suspirou e quando o pai saiu, levantou-se e foi até à casa de banho com muito esforço começar o seu dia.

No dia em que tudo aconteceu, Alex ficou naquela encruzilhada, encolhida e a chorar até não ter mais lágrimas que pudessem ser largadas.

Pensava até que se chorasse Xiumin pudesses voltar, mas depois de um mês nunca mais o viu ou teve algum sinal do mesmo.

— Mas eu gosto tanto dele... porque é que ele não voltou?

Era o que Alex pensava todas as noites antes de ir dormir. Dormir foi coisa que não fez durante os primeiros dias, mas com o tempo e necessidade, acabou pro faze-lo novamente.

As suas notas não estavam baixas mas não se tem conseguido concentrar o suficiente na escola para as aumentar.

Alex começava então a perder as esperanças de nunca mais voltar a ver Xiumin na sua vida e sentia culpada pois foi a mesma que insistiu em fazer tudo aquilo. Se não o tivesse feito, ainda o teria consigo, mesmo que não pudesse demonstrar o quanto gostava dele como quereria.

Apesar de continuar triste e desanimada, não chorava há dias.

Talvez porque já não tivesse lágrimas para o fazer, mas também sabia que não adiantaria de nada. Mas continuava em baixo e com a mente e olhar vazio.

Queria novamenbte Xiumin consigo para lhe encher outra vez o seu olhar de felicidade e amor.

No entanto, era cada vez mais difícil continuar à espera que ele aparecesse.

— Despacha-te se não chegas atrasada novamente.

Alex assentiu, pôs a mochila nas costas e seguiu o seu pai até ao carro, onde entraram e o mesmo dirigiu até à escola dela.

— Ainda não me disseste porque andas assim. Passou-se alguma coisa na escola?

— Não, pai, está tudo bem.

— Tudo bem não está, eu conheco-te filha, sei quando estás bem ou não, mesmo que não me o digas.

— A sério, não te preocupes, isto vai passar.

— Já vi que não me vais contar, mas se precisares de falar com alguém, o teu velho pai está aqui.

— Eu sei, mas não se passa nada, eu juro.

Queria mesmo é que se passasse alguma coisa, pensou Alex.

A manhã de aulas passou como passava há já um mês, demasiado devagar e secantes.

Alex foi para casa a pé pois o pai estaria a trabalhar até ao fim da tarde e faria bem espairecer um pouco e não pensar tanto.

— Alex!

Quando ouviu aquela voz, o seu corpo congelou e nem sequer se conseguia mexer ou virar para trás para ao menos saber se ela realmente verdade o que estava a ouvir.

— Devo estar a ouvir coisas — Alex abanou a cabeça e continuou o seu caminho. Mas voltou a ouvir novamente aquela desejada voz.

— Alex!

Foi aí que percebeu que aquilo nem era uma partida do seu cérebro pois ouvia os seus passos se aproximarem de si e depois a sua mão tocou no seu ombro.

Virou-se então para trás e se não estivesse num sítio público, as suas pernas tinham cedido e estaria agora no chão.

— Não pode ser... isto não pode ser real. És mesmo tu?

— Sou eu mesmo — sorriu e Alex quase se derreteu ali de tanto tempo que tinha saudades de ver aquele sorriso.

— Xiumin! — a mesma cessou o espaço que restava entre os dois e abracou-o com força, ainda não acreditando bem que ele estava mesmo ali na sua frente. Não conseguiu segurar mais as suas lágrimas e chorou.

— Ei, calma, está tudo bem. Estou aqui agora — puxou Alex para um abraço mais apertado e beijou a sua cabeça.

— O teu coração... — Alex falou ao sentir o batimento no peito do mesmo — Tu és...

— Tu conseguiste, Alex. Nós conseguimos...

Ambos sorriram um para o outro e novamente cessaram o restante espaço que ainda existia entre os dois e se beijaram. 

Parecia que toda a saudade e mágoa tivessem dissipado apenas com aquele gesto que ambos sonharam voltar a sentir.

fim

My Sweet Ghost | XiuminOnde histórias criam vida. Descubra agora