Dezoito

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Severus parecia muito contente no dia seguinte. James queria acreditar que era por causa dele, não porque Lily finalmente o parou em um corredor e o puxou para uma conversa longa a sós, queria com toda sua força arrancar o assunto do maior, mas não conseguia. Andavam juntos entre as aulas e dividiam a mesa quando Grifinória e Sonserina tinham aula conjunta, mas não falavam de Lily ou de Simon, que também parecia querer muito se aproximar do ômega outra vez. Sem sucesso, obviamente, porque quando o alfa Sonserino não estava com ele Sirius ocupava seu lugar de "protetor".

Aquilo estava irritando o Le Fay.

Ele dava graças aos céus quando Lucius Malfoy dava um jeito de chamar a atenção de Sirius para si e Remus ocupava seu lugar, porque o castanho era muito mais quieto e discreto que o Black, mas não menos poderoso. Não que James não amasse Sirius, mas ele queria ser deixado sozinho com o alfa lúpus para lhe perguntar umas coisas.

— Não James, eu não sei o que Simon quer com você. — Remus o interrompeu antes que ele pudesse lhe dizer algo.

— Eu não quero saber de Simon. — James apertou os lábios. — Quero saber se você sabe o que Lily queria com Severus.

Remus travou e arregalou os olhos. — Eu definitivamente não deveria saber disso, mas você sabe como meu problema peludo me diz umas coisas que... Enfim... Lily queria pedir desculpas para Severus por não ter aceitado o vínculo de alfa-ômega com ele. Ela disse que foi boba e que deveria ter aceitado que ele era a felicidade dela e ter sido feliz antes que você se casasse com ele.

— Espera, Lily era a ômega do Severus?!? — engasgou o mais novo. — Como assim?!?

— Sei lá, estou tão confuso quanto você. — o acastanhado deu de ombros. — Acho que ela realmente odiava a idéia de se vincular com o melhor amigo.

James se calou, mas seus pensamentos giravam a 360/h. Aquele fim de tarde pareceu desfocar diante de suas idéias sobre o que fazer. — Tenho que ir. — disse ao alfa antes de sair correndo pelas masmorras em direção ao seu dormitório.

Faltava apenas um corredor antes que fosse jogado contra a parede e beijos molhados fossem depositados em seu pescoço, o arrepiando. — Senti sua falta, amor. — a voz em seu ouvido o fez arregalar os olhos e começar a se debater. — O dormitório não tem mais seu cheiro, sabe? Tudo foi lavado e agora eu não posso mais ficar sem ele. Está tão chato lá.

— Me solta, Simon! — gritou.

— Não. — o loiro rosnou em seu pescoço, perto de sua marca, mordiscando ao redor. — Você é tão lindo, não posso perder essa chance! A Felix Felicis de Slughorn finalmente vai servir para algo.

Os olhos âmbar se arregalaram quando viu o loiro abrir o frasco e levá-lo aos lábios. — NÃO! — berrou o mais novo, dando uma cotovelada no rosto bonito e lançando a poção dourada longe, a observando derramar no chão enquanto se debatia e conseguia se soltar dos braços do maior, arrancando sua varinha do bolso e apontando para o loiro. — Estupefaça!

O corpo maior voou longe quando a azaração o atingiu. Suspirando aliviado, o menor chegou perto do alfa. — Accio Felix Felicis! — e três frascos de teste pequenos voaram para sua mão. Arqueando a sobrancelha, o Potter apenas o deixou ali e partiu. Na porta do dormitório, no entanto, ele olhou a bebida dourada e suspirou, abrindo o frasco e tomando tudo de uma vez, sentindo seu corpo estremecer de felicidade e um sorriso se espalhar por seu rosto.

Abriu a porta de madeira e encontrou o maior já no quarto fazendo as lições se os livros ao seu redor indicassem algo. Aproveitou a sorte que a poção lhe deu, assim, correu para o banheiro e tomou um banho rápido, colocando o shorts de seu pijama preto e a camisa se mangas longas, retirou todos os livros da cama e os empilhou na cômoda, sorrindo ainda mais largo para o alfa e lentamente escorregando pela cama até estar em seu colo, os braços ao redor de seu pescoço, sentindo as mãos frias em seu quadril. — Quero falar com você. — anunciou.

— A vontade. — o outro olhava em seus olhos tão fixamente quanto James olhava nos dele, sério.

— Lily é sua companheira, certo? — um assentir em sua direção o fez apertar os lábios. — O que vocês fizeram quando ela pediu pra falar com você?

— Fomos para uma sala vazia e ela pediu desculpas. Eu a desculpei, então ela me deu um beijo na bochecha e saiu. — contou o Sonserino. James rosnou.

— Você a quer? Quer que ela fique com você no meu lugar?

— Não. — a resposta rápida o surpreendeu. — Não a amo mais, e nem acho que conseguiria amar de novo. Eu posso ter desculpado ela, mas não significa que eu a perdoei. Ela me magoou demais para que eu consiga fazer isso.

O balão de felicidade dentro de James inchou e ele sorriu largo. — Acho bom mesmo, porque se eu ver qualquer uma daquelas piranhas em cima de você eu mato elas e queimo você, entendeu?

Severus riu. — Sim, senhor.

Compartilharam um selinho inocente, apenas um encostar de lábios, antes de ouvirem batidas abafadas pela porta da sala principal. James bufou e revirou os olhos pela interrupção, mas se levantou do colo do marido e vestiu um robe também preto que combinava em textura com o conjunto que usava anteriormente, indo para a sala e encontrando Severus e sua mãe sentados juntos parecendo conversar trivialidades.

— Eileen? — perguntou confuso. — O que está havendo? Aconteceu algo?

Aparentemente ambos estavam esperando por essa pergunta e Severus não a fizera para não parecer mal-educado. A bela mulher de cabelos negros, longos e lisos suspirou e pegou algo do bolso de sua capa de viagem, a entregando para o filho, que estava sentado à sua frente na poltrona que costumava ficar quando queria ler em frente à lareira. Ele pegou e examinou.

Vencido pela curiosidade, o ex-Potter se sentou no braço da poltrona e analisou a foto. Nela mostrava um homem de ombros largos e cabelo loiro que chegava aos ombros, obviamente um alfa, de feições sérias e pose aristocrática, a barba loira mais expessa no queixo e em sua mandíbula quadricular. James franziu o cenho.

— É Allarick Braddock. — reconheceu o ômega. — Ele participa das reuniões internacionais dos Lordes Guerreiros desde antes dos meus 11 anos. Eu já o vi nas reuniões, minha mãe foi amiga da esposa falecida dele, Aphrodite.

— Sim. — Eileen concordou. — Quando a esposa dele morreu ele veio à Londres para assinar um contrato de casamento com uma mulher que era noiva dele antes de Aphrodite, mas acabou voltando para a América tendo um filho bastardo que ele deixou na Europa. Isso faz...

— Dezessete anos. — raciocinou Severus, ainda sem desviar o olhar da fotografia. — O que você quer dizer com isso, mãe?

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora