1950 - POSIE. (HIATUS)

Cornélia Street part 2.

É hora da verdade vir a tona, vocês estão prontos para essa conversa?

Josie Saltzman POV.

Dessa vez eu estava voltando para aquela casa, aquelas lembranças, aquele dia. Uma vez que eu o vivi, não poderia deixar para trás.

O silêncio desconfortável fazia minha ansiedade explodir. Minha cabeça girava, eu pensava estar chegando a uma conclusão e tudo sumia.

Eu prometi não colocar meu pé naquela cidade novamente, que jamais iria passar naquele maldito semáforo onde tive tanta certeza de que meu coração era só dela...

- É a rua que eu estou pensando? - Indaguei um pouco indiferente fingindo não estar tão afetada. Nós estávamos na cidade novamente.

Algo dentro de mim se aguçava, eu estava tão inquieta. Era perceptível.

Estávamos na mesma posição, Penélope dirigia enquanto eu estava do outro lado apenas observando, nas duas vezes eu não entendia muita coisa.

- Uau, você foi cruel. - Joguei em sua cara cuidadosamente deixando a mágoa longe da voz. Virei para a janela afim de não encara-lá para não perceber o quanto havia me quebrado. Ela podia ter pegado outra rota, mas não pegou.

- Você se lembra bem desse lugar depois de um ano. - Penélope comenta, eu acreditava nela agora, ela era o diabo.

Eu ri daquilo, sem vontade, mas ri. Eu tinha tanto a dizer, eu estava explodindo.

- Porquê? Porque você me deixou sem dar UMA explicação, Penélope? - Explodi. Sentia meus sentidos recuperados de alguma forma, minha cabeça estava no lugar por uma vez. - Eu sei que faz muito tempo, mas que se foda, ok. Seja sincera, eu pedi demais?

Eu estava surtando mas liberando tanta coisa guarda por tanto tempo que senti que tudo iria mudar depois daquilo.

- Eu aceitei literalmente casar com você, você tem noção disso? - Penélope ainda não olhava para mim, parecia que já sabia que eu estaria assim. - Eu tinha dezessete... e eu estava disposta a largar tudo por você, e você é tão egoísta e má.. ao ponto de voltar comigo e se quer me dar um porquê?

Penélope ouviu tudo calada com uma das mãos no volante, e a outra no rosto expressando claramente sua raiva.

- O que tem de errado comigo? - Continuei as perguntar, dessa vez lágrimas e mais lágrimas caiam do meu rosto. Aquela sensação de algo vindo mas que nunca chega estava tão forte, as peças começaram a se encaixar aos poucos na minha cabeça.

Todas as vezes em que deixei as coisas passarem, as coisas das quais eu não me lembrava, as lacunas na minha mente.

- Me fala! - Gritei. Penélope imediatamente colocou o carro em uma vaga na frente de uma casa qualquer, estava mal estacionados.

A bruxa vira para mim.

- Eu vou te mostrar. - Sua voz não estava estável. Os olhos verdes penetram os meus
quase que em um transe, vi a boca de Penélope mexendo mas não consegui ouvir o que saía dali.

Lembranças começaram a invadir minha mente com muita força, era um soco no estômago cada uma delas.

Estávamos Penélope e eu no carro indo para a casa do seus pais, eu estava nervosa e ela não deixava seu livro de lado.

- Eu só preciso dar a notícia e a gente vai embora, ok? - Penélope deixou o livro por alguns instantes. - Eu não posso voltar a cidade, é o tratado de paz do clã.

As coisas se encaixavam tanto. Afastei Penélope com um empurrão. As lembranças continuavam.

- É uma maldição, Josie, nós éramos uma só.. fomos amaldiçoadas pelo nossos "pecados" , nossa alma foi dúvida em duas, e somos fadadas a passar nossas vidas se procurando... você me completa. - Beatrice tentou me convencer, ela passou a mão levemente em meu rosto. - Somos almas gêmeas.