Prefácio

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No inicio não havia nada. Um lugar, ser vivo ou não vivo, sentimento, pensamento ou vontade. Nada.

Não havia o quê, quem, onde, como ou por quê.

Até que em algum momento surgiu a Energia Primordial, daí passou a existir alguma coisa. O Nada gerou algo. Logo mais, essa energia passou a ocupar toda a existência.

Passou a ser o o quê, quem, onde, como e por quê.

Até que em algum momento a Energia Primordial se transformou (sem saber como). Não sabendo se evoluiu ou regrediu. Não sabendo se estava melhor ou pior. Não sabendo se deixou de ser uma forma perfeita e passou a ser imperfeita, ou o inverso. Porém, dela surgiu vontade. E a vontade que surgiu de si era a de não estar sozinha. Então, a Energia Primordial criou o que passou a chamar de Trevas, e nela existia.

Já não estava só. Contudo, algo lhe faltava. Quando viu o que criou, a Energia Primordial sentia apenas a escuridão, era tudo o que via. Portanto, decidiu criar o que passou a chamar de Luz, e nela existia.

Agora podia sentir a claridade, e conseguia notar o equilíbrio que trouxe a existência no momento em que criou a Luz. As Trevas e a Luz se uniram, e dessa união surgiu o Universo. Do Universo surgiu a arrogância, com toda a sua vastidão e poder, o Universo passou a se sentir autossuficiente e já não queria se relacionar com a Luz ou as Trevas, e muito menos com sua ascendente, a Energia Primordial.

Contudo, o Universo ainda era filho da Luz e das Trevas, carregava a essência de ambos dentro de si, e assim como seus pais, sua força vinha da Energia Primordial. Sozinho o Universo criou os planetas e suas formas de vida.

A existência passou a ser preenchida com os mais variados planetas, dos mais variados tamanhos, formatos e composições. E os planetas, preenchidos das mais variadas formas de vida, de incontáveis aspectos, aparências e fisionomias.

A criação estava fora de controle, planetas e seres vivos que os habitavam eram formados por parcelas de Luz e de Trevas, uns mais Luz do que Trevas, e outros mais Trevas do que luz. Porém, estas formas de existência já não sabiam conviver com as suas diferenças, como a Luz e as Trevas primordiais conseguiram.

De um ser constituído puramente de Trevas, surgiu a intolerância e a inconformidade, ele não suportava a ideia de outras formas existenciais diferentes de si mesmo.

Então surgiu o Conflito, a Guerra, a Destruição, o Caos e finalmente, a Morte. Uma força existencial que colocava um fim a outras formas de existência.

A Energia Primordial, após ver tudo o que gerou por meio de si mesma, olhou para si e notou que não possuía controle sobre seu cerne. Se sentiu aflita por sua falta de autocontrole e decidiu criar uma coisa, apenas mais uma. Jurou para si mesma que nunca mais usaria de sua essência para outra coisa mais.

E então, criou os Animos. Seres capazes de manipular a essência e a forma da Energia Primordial.

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