Otsutsuki

A grandes saltos, Urashiki voltava de sua expedição, avançando pelas colinas terrenas e chegando a montanhas mais altas. Urashiki estava ansioso para voltar até sua terra, depois dos dias que ficou fora. Ele colocou a mão sobre a faixa de seu cinturão, satisfação com o que levava para seu chefe.

Ao topo da montanha, ele dá mais um salto e ativa seu rinnegan e atravessa a dimensão negra formada. O pescador estava de volta em casa e agora tinha que seguir até o quarto de Momoshiki. Ele só tinha que evitar encontrar Kinshiki, para que esse não o atrapalha-se.

Urashiki seguia pelo corredor, até chegar ao quarto de sua autoridade. Ele abre a porta, sem fazer ruído algum. O pescador nota ao entrar no cômodo, que Momoshiki estava sentado na poltrona de encosto alto, de frente para uma grande janela que dela, era possível ver todo o universo a fora.

O pescador o vê manusear os próprios cabelos, já soltos. Urashiki viu os dedos de Momoshiki deslizarem por entre os fios e esses moverem-se com uma sinuosidade hipnotizante. Não havia ora melhor, mas tinha que ter certeza em como abordá-lo. Urashiki percebe que Momoshiki parou de brincar com os cabelos e isso chamou sua atenção.

— Então, você está aqui?

A frase vinha do homem sentado na poltrona.

O pescador o encarrou em silêncio e seu superior continuou, ainda sem se virar.

—Se entrou em meu quarto, sem se anunciar, pode indicar algo de extrema urgência.

Urashiki permaneceu em silêncio, com sua expressão natural, porém planejando seu próximo passo.

Momoshiki deixou sua pergunta no ar e aguardou uma resposta do pescador. Ao notar que esse não responderia, optou por lembra-lo, a quem ele obedece e de quem aquele quarto pertence.

—Ou, sua insubordinação, indica que esqueceu-se à quem você responde. A Otsutsuki Momoshiki.

Urashiki limitou-se a sorrir ao que Momoshiki lhe disse em ameaça. O pescador viu o Otsutsuki levantar-se da poltrona, entretanto esse não se virou de imediato. Urashiki percebeu que Momoshiki estava tentando intimidá-lo com gestos mais lentos e dando-lhe um tempo de resposta mais longo.

Momoshiki entendeu que o pescador não lhe responderia, então ativou seu byakugan e virou parcialmente seu corpo para encará-lo. Os dois Otsutsuki faziam contato visual, sem se abaterem. Urashiki não se incomodou com o olhar ameaçador e reprovador do outro e também não respondeu seu questionamento.

Momoshiki virou-se para ir até Urashiki, ficando alguns passos do pescador e ambos de frente um para o outro. Momoshiki serrou seus dentes, deixando os caninos expostos, revelando sua impaciência pelo incomum silêncio do pescador.

Urashiki alargou o sorriso, vendo o estado de seu superior.

—Ura, não vou perguntar de novo.

A expressão de Momoshiki estava mais dura e suas palavras mais frias.

Urashiki não pôde deixar de notar o diminutivo empregado, para referir-se a ele. Momoshiki talvez não tivesse percebido isso, mas o pescador não deixaria isso passar.

—Ohhh chefia dos fios de seda, você me chamando de "Ura", que intimidade é essa?

O pescador colocou as mãos na cintura, brincando como se reprovasse esse ato. Momoshiki novamente serra os dentes para o Otsutsuki.

— Como ousa!

Urashiki ri da irritação de seu superior.

—Acalme-se, acalme-se. Vim aqui para lhe mostrar isso.