Um Lugar Estranho

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Eu estava andando pelo parque, e como estava cansada de caminhar decidi sentar no pé de uma árvore, era uma tarde tranquila, a praça estava calma e vazia, o único barulho que eu ouvia era o piar dos pássaros.

Em volta daquela árvore tinham várias pedras, elas eram pedras escuras, muito bonitas, segurei uma em minha mão, ela era maior que as outras, a encarei melhor e vi que havia um leve brilho roxo, formando um circulo, passei o dedão sobre ele, e percebi que era uma espécie de botão. Pressionei ele. Nada aconteceu.

Soltei a pedra. Não era nada. Porém em alguns segundos um circulo de brilho roxo se formou a minha volta, esse pequeno brilho começou a aumentar, até que ele chegou até o céu, e eu não conguia mais ver além do brilho. E foi nesse momento que miha visão escureceu e eu perdi a consciência.

*=*=*=*

Acorde Letícia

Estava tudo escuro, eu não sabia onde eu estava, era apenas escuro. Mas eu aparentemente não estava sozinha.

Acorde Letícia

Aquela voz repetia aquela ordem, mas eu não sabia de quem era.

Lembre Letícia, o que aconteceu? Praça, árvore, pedra... A pedra! É por causa dela que estou aqui. Ela que fez todo aquele brilho e me trouxe até aqui.

Acorde Letícia

Essa voz... Ela é a voz mais estranha que eu já vi em toda minha vida. É como se fossem muitas vozes ao mesmo tempo, sobrepostas uma sobre as outras. Mas aquele som não parecia estar vindo de algum lugar ao meu redor, e sim de dentro da minha cabeça.

Acorde Letícia

Aquilo estava me deseperando. Tentava olhar em volta e não via nada, e o único som daquele lugar era aquela voz, me dizendo para acordar.

Acorde Letícia

Me ajoelhei no breu desesperada.

Acorde Letícia

Tentava tapar meus ouvidos, mas a voz nem sequer diminuia.

Acorde Letícia

Quanto mais eu lutava, mais aquelas palavras invadiam minha mente.

Acorde Letícia

Acorde Letícia

Acorde Letícia

Acorde

*=*=*=*

Em um rapido movimento acordei assustada, estava soando frio, coloquei a mão sobre o coração, estava mais acelerado do que jamais esteve, e a respiração estremantente descompassada. Fechei os olhos e segurei firme no fino lençol que me cobria.

Quando finalmente já conseguia respirar direito, e abri os olhos, pude olhar ao meu redor. Eu não estava no meu quarto.

Ou melhor, eu nunca tinha sequer visto este lugar em toda minha vida.

Eu levantei da cama, peguei meu óculos que estava no criado-mudo e olhei ao redor, estava num quarto com mais duas camas, elas eram de madeira e todas estavam com um lençol amarelo e um travesseiro branco. Além das camas, dos criados-mudos e de um tapete marrom, era possivel ver duas portas de madeira escura. Abri uma delas, e vi que me levava ao banheiro, a primeira imagem que eu tive de lá foi meu reflexo no espelho.

Era eu, mas... não era eu.

Era eu de onze anos.

*=*=*=*

Eu tranquei a porta e fiquei escorada nela. O que tinha acontecido? Estava tudo estranho, para dizer o minimo.

Coloquei as mãos sobre meu rosto, eu só poderia estar sonhando, não é?

Ouvi passos vindo em minha direção, cada vez mais rápidos. Quanto mais perto os passos ficavam, mais meu desespero crescia, meus olhos passavam rapidamente pelo ambiente, procurando por alguma forma de sair ou me defender.

Olho para a janela, é uma boa saida. Tento escalar até lá, com cuidado para não cair, mas ele se esvai por completo quando alguém começa a bater na porta.

- Sei que está aí, só abra a porta, vai ficar tudo bem - uma mulher diz, tentando me acalmar, mesmo que esteja dizendo em tom de ordem. Isso obviamente não me acalma e eu acelero o passo.

Quando consigo sair pela janela agradeço por ser o primeiro andar. Ouço um abrir de portas e de passos rápido, a mulher deve ter percebido que eu fugi, e agora ela está vindo atrás de mim. Quando finalmente pulo que me toco o quão lindo é o lugar, as casas antigas de madeira, as ruas antigaas de tijolos... Foco Letícia. Começo a correr o mais rápido que posso quando percebo que perdi tempo demais adimirando o local. Sigo até o final da rua, viro e continuo correndo. Em poucas viradas nem sei mais onde estou, meu senso de direção sempre foi horrível, e com certeza ele falharia num momento como esse. Logo começo a sentir falta de ar e ficar ofegante, meu eu de onze anos era a coisa mais sedentária possível... paro por um tempo sentando recuperar o fôlego.

Uma mão segura meu pulso, olho para a mulher. Seu olhar era como uma mãe carinhosa preucupada com os filhos, isso me paralisou, pela primeira vez me perguntei a quanto tempo eu estava sumida. Minha mãe deve estar preocupada, será que buscas já foram iniciadas e tem cartazes de desaparecida espalhados por toda a cidade?

- Me deixe te ajudar - a senhora pediu carinhosa, eu olhei nos olhos dela, e de alguma forma, sabia que estava preucupada - Vamos voltar para o orfanato, lá você ficará bem.

Por algum motivo eu queria confiar nela, eu sentia que ela era confiável. Eu tinha medo, mas talvez fosse minha única chance de descobrir o que estava acontecendo. Apenas cncordei com a cabeça, e ela me guiou até o lugar no qual eu tinha acordado.

Loucuras Da Minha MenteOnde histórias criam vida. Descubra agora