Capítulo seis - Escola

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Capítulo seis

A Escola

            Não sei ao certo quantas vezes acordei durante a madrugada. Tive inúmeros pesadelos. Da primeira vez eu pensei que estava de volta ao Sanatório Cameron Fitzpatrick. Da segunda vez eu vi a morte de Derek mais uma vez. E vi que seu julgamento não havia dado certo. Das outras vezes os mesmos pesadelos me perseguiam. Mas o último foi o pior.

            O céu estava iluminado por uma lua cheia. Eu estava sozinha e o único som que eu escuto é de uma coruja que está em uma árvore do lado de fora da casa. Mas que casa é essa? Onde eu estou? Sinto alguém me segurando pelo colo. Não sou eu, é um bebê. Ele está sendo levado por um homem. E depois eu sinto minha carne sendo queimada. Acontece muito rápido, mas posso ver os olhos de Malia apavorados.

            Eu sonhei com a morte da filha de Malia. E desde então eu estou acordada esperando amanhecer. Tenho medo de dormir outra vez e meus pesadelos só piorarem.

            Algumas horas se passam e continuou no mesmo lugar, na minha nova cama, no meu novo quarto. Sinto-me tão livre quanto a dois dias no sanatório. Eu não mudei. Nada mudou.

            Vejo o sol nascer e aos poucos os raios se aproximam da minha cama. Quando de repente Rose bate à porta.

            - Está acordada? – Ela pergunta e eu me levanto. – Ótimo, fiz café da manhã. Coma direito. Vai precisar para seu primeiro dia na escola.

            - Espera aí... Escola? –Pergunto. Não pensei que me deixariam frequentar à escola tão cedo. Sinto-me muito animada, e de repente todas as minhas preocupações a respeito dos pesadelos acabam.

            - Sim. Pedi para Diana te matricular quando conseguimos derrotar os ínvidos do sanatório. – Ela fala e um sorriso aparece em seu rosto.

            - Obrigada. – Digo e ela esboça um sorriso como quem diz “não foi nada”. – É sério, você tem sido muito legal comigo. E te agradeço por ter salvado Derek.

            - Ainda temos que conversar sobre isso. – Ela diz de forma um tanto autoritária. – Quando chegar da escola hoje preciso que me conte tudo que se lembra sobre ontem. – Faço que sim com a cabeça e saio do quarto.

            Não sei ao certo o que aconteceu ontem. Lembro-me apenas de algumas coisas, ainda há muito faltando na minha memória. Desço as escadas e vou até a cozinha. Rose realmente tem se esforçado. Em cima da mesa não tem um café da manhã, e sim um banquete. Vejo dois tipos diferentes de bolo, três sabores de suco, café, leite, pão, biscoitos, cereal e queijo. Não sei se me acostumarei a isso tudo todos os dias.

            Como um pouco de tudo, afinal não sei como me sentiria se eu fizesse tudo isso para alguém e a pessoa comesse apenas uma maçã, por exemplo.

            - Rose. – Chamo-a. – Onde eu terei que pegar o ônibus?

            - Isso não será necessário. – Ela pega alguma coisa dentro da bolsa. – Isso é seu, seu pai gostaria que ficasse com isso. – Ela me entrega umas chaves.

            - Isso é exatamente o quê? – Pergunto, mesmo sabendo a resposta, ela estava me dando um carro.

            - Era o carro do seu pai. – Ela diz. – Não se preocupe, eu tenho o meu.

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2014 ⏰

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