Eileen respirou fundo. Olhando para suas mãos longas e pálidas James viu que ela tremia. O ômega se ergueu e segurou as mãos da sogra nas suas, as apertando e sorrindo da maneira mais reconfortante que pôde. — Está tudo bem, Eileen. Estamos aqui.
A mulher sorriu com lágrimas nos olhos, e quando ela começou a chorar, nenhum dos dois a impediu. — Nessa época eu tinha acabado de marcar meu noivado com Tobias. Encontrei ele em Londres enquanto trabalhava, eu estava sonhando com meu casamento com meu marido e então... Bom, eu trabalhava de garçonete em um restaurante caro no centro, e ele estava com uns amigos... De qualquer forma... Ele sempre voltava lá à noite. Em uma dessas voltas o restaurante estava praticamente vazio, então nós conversamos e nos tornamos amigos...
Ela parou para respirar e nesse instante, James soube onde aquela história terminaria. Ele arriscou um olhar para o marido e o que viu em seus olhos foi completo choque, confirmando ao mais baixo que sim, ele também tinha entendido. — Eileen... — James sussurrou, trêmulo. — Tudo bem. Já entendemos, você não precisa sofrer tanto assim pra contar tudo...
— Não. — ela o interrompeu, soltando suas mãos e limpando as lágrimas de sua face que agora estava corada pelo choro. — Eu estou bem. Vocês precisam entender... Eu não fiz por mal...
— Mãe. — Severus a interrompeu também, se sentando ao lado de James e limpando a água salgada do rosto da ômega da noite. — Está tudo bem, James tem razão. Não é culpa sua.
— Nós começamos a sair, como amigos, claro. Tobias ia junto e ele gostava bastante do Allarick. Íamos a algumas festas de vez em quando, somente quando eu e Tobias tínhamos folga do trabalho, obviamente. Em uma dessas festas passamos do limite, eu admito, então... Bom, eu me casei com Tobias e descobri estar grávida. Não achei que seria possível ser do Allarick, lógico, foi só uma vez... De qualquer maneira, eu nunca parei para pensar que talvez Sev, meu querido e jovem Severus, talvez não fosse filho do homem que eu amo... Eu...
Ela desabou outra vez, mas a sentença dita por ela havia congelado seu filho e genro, que não puderam fazer muito além de lhe confortar. Entre saber e ter a confirmação de seu conhecimento existia um grande abismo e Severus caía nele agora sem nada para segurá-lo.
Um aperto em sua mão o despertou e ele encarou James, que o encarava com um olhar indecifrável em seus olhos esverdeados. Entrelaçou seus dedos e se deixou seu puxado para um abraço apertado por sua mãe, que pedia desculpas a todo momento. Pela primeira vez se sentiu em casa, ele percebeu. Ali, com o ômega que se casara apertando sua mão em um sinal de apoio e sua mãe viva e bem, o alfa da noite pôde relaxar e apenas acariciar os cabelos tão negros quanto os seus de sua progenitora com carinho, parando de pensar em absolutamente tudo e se permitindo esperar algo de seu futuro incerto.
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— Você tem certeza? — o ruivo questionou seu mensageiro, tonto com a informação. — Não é possível... É?
— É sim, meu senhor. — humildemente o mensageiro loiro lhe informou. — Severus Snape está casado faz dois meses, eu mesmo vi os papéis com meus próprios olhos. Foi uma cerimônia pequena na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, somente a família e amigos mais próximos.
— Com uma beta, pelo menos? — a rainha questionou, preocupada.
— Não, senhora. Ele se casou com um ômega lúpus, o filho de Fleamont Potter. Passaram a Lua de Mel no Egito; pelo o que meus informantes disseram, a viagem foi um presente do melhor amigo de Severus, Lucius Malfoy. — contou o beta loiro. — Eles voltaram faz quase duas semanas.
"Um homem! E ômega!" - pensava o governante em desespero.
— Certo, obrigada Billy. — o rei agradeceu, o dispensando. Quando seu mensageiro saiu, ele e sua esposa trocaram um olhar preocupado. — Não é possível. Severus nunca mostrou nenhum interesse em ômega nenhum, muito menos em outros garotos! — se ergueu, furioso, rosnando alto. — Que droga!
— Acalme-se, Marion. — a rainha loira tocou em seu rosto, liberando seus feromônios na intenção de acalmar o marido. — Está tudo bem. Não é o fim do mundo, é apenas um casamento. Severus pode ter se apaixonado, afinal. Não é impossível.
— Você não conhece ele como eu conheço, Skylar. — o rei Marion passou a mão por seus cabelos ruivos longos, agoniado. — Severus não pode se apaixonar. Ele é incapaz disso! Ele está apenas iludindo esse pobre garoto!
— Pare de agir como se ele não fosse humano! — exclamou a rainha. — Tanto quanto você, ele é capaz de amar sim! Ele é jovem e está descobrindo o mundo agora. Pode ser um tanto ambicioso e desagradável, mas ele ainda tem sentimentos! Devemos dar os parabéns pelo casamento aos dois e lhes oferecer um presente como os bons governantes que somos. Severus é da nossa família, afinal.
— Ele não veio ver Sebastian e nem ofereceu um presente em seu nascimento. — o rei arqueou sua sobrancelha ruiva. — Por que devemos fazê-lo?
— Porque, seu grande idiota, você o proibiu de chegar perto do nosso filho e do nosso reino! — a rainha exclamou com raiva, cutucando o peito do rei com força. — É culpa sua! Sebastian não conhece o tio por sua culpa!
— E o que diabos você quer que eu faça?!? — sibilou o rei. — Vá atrás dele com Sebastian para eles se conhecerem como se fôssemos uma família normal?!?
— Sim!
Dois longos minutos de um silêncio pesado se passou entre o alfa e sua ômega antes do maior soltar a respiração que estava prendendo e grunhir irritado. — Está bem! — exclamou. — Está bem! Eu vou!
— Ótimo. — rindo, a mulher lhe deu um beijo na bochecha, contente. — Vou dar a boa notícia a Seban. Ele vai adorar! — e se foi murmurando sobre fazer as malas dos dois homens de sua vida e comentando sozinha o quanto a Grã-Bretanha devia ser fria.
— Devo informar ao povo de sua partida, meu senhor? — o mordomo pessoal do rei lhe questionou quando foi chamado e a situação foi explicada a si.
— Deve. — Marion suspirou. — E providencie um presente de casamento também. Vamos precisar.
Quando Zayne ia saindo pelas grandes portas da sala do trono, ainda pôde ouvir seu rei gritar: — E traga uma poção para dor de cabeça também!
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A Rosa Dourada - Snames
FantasyTodos olharam para James. Era certo que seu pai fazia parte dos Sete Sagrados (os sete reis que governavam o mundo bruxo) e que seu pai era o rei dos Le Fay, logo, James seria seu Herdeiro... Mas, o que tudo isso significava? - Isso significa, Potte...