Harry Potter & a Cela do Alquimista | TRADUÇÃO

Capítulo 1: Um verão sombrio (The Coldest Summer)

Notas iniciais: Livro escrito e postado por IMPerfictions no AO3. Tenho autorização da autora para tradução e postagem no Wattpad.

O livro é de um universo alternativo, então não seguirá todos os fatos apresentados pelo livro. Harry e Hermione serão um casal, Dumbledore, Gina e Ron não serão tão agradáveis.

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Não era a primeira vez que a noite de Harry Potter era inquieta. A janela de seu quarto estava escancarada, com a esperança mínima de que uma brisa de vento entrasse e aliviasse o seu quarto abafado. As ondas de calor que estavam engolindo o Reino Unido haviam alcançado Little Whingeing alguns dias atrás e o tempo estava insuportavelmente seco. Privet Drive continuava a mesma, com suas casas largas e os carros brilhando como se fossem novos sendo as únicas coisas que não haviam sido afetadas pelo calor. As temperaturas altas deixaram Tio Válter mais inconstante do que nunca, mas pela primeira vez ele não estava descontando suas mudanças de humor em Harry.

O modo como Harry estava sendo tratado em Privet Drive era o pior que ele conseguia imaginar. Ele estava sendo completamente e totalmente ignorado. Era como se ele nem existisse. Válter, Petúnia e Duda simplesmente passavam por ele como se ele não estivesse lá, todos silenciados contra a vontade depois das ameaças feitas por Olho-Tonto Moody e os outros na estação King's Cross. Harry meio que esperava que isso fosse acontecer, e de certa forma pensou que era uma melhora do abuso comum que ele sofria durante as férias de verão. Só que levar gelo era ainda pior.

Harry estava acostumado a ser culpado pela maioria dos problemas de Tio Válter. Ele precisava descontar sua raiva várias vezes durante o dia e gritar com Harry geralmente era o seu método favorito. Se não era o calor, então eram problemas no trabalho (Tio Válter não conseguia vender brocas se ficasse com Harry na cabeça dele), ou então eram os vagabundos da rua (todas as pessoas que andavam fora da linha eram os melhores amigos de Harry, de acordo com o Tio Válter), ou até mesmo o buraco na camada de ozônio, que segundo Tio Válter era explicado pela anormalidade de Harry.

O problema é que não tinha mais nada. Harry não era mais digno nem de ser insultado. Isso, junto com a angústia e tristeza que haviam aplacado o menino desde o fim do quinto ano. A depressão bateu nele com tudo na primeira noite de volta, onde ele se viu sentado sozinho na cama, no seu quarto sem mobília, doente de culpa e com lembranças tristes demais, além do estômago roncando pela falta de comida.

Isso porque os Dursleys estavam o ignorando até durante as refeições.

Mas na escuridão de seu quarto, nem a fome importava. Quase nada importava, pra falar a verdade. Se ele não estava pensando no retorno público de Lord Voldemort, então ele estava de volta ao Departamento de Mistérios, encarando o véu escuro. Apenas pensar em Sirius fazia as entranhas dele doerem. Ele se encolhia de agonia, como se tentasse esquecer da dor. Mas não adiantava de nada; não importava como ele ficasse ou o que ele fizesse, o fantasma do padrinho o seguia dia e noite.

Era durante a noite, sozinho no parapeito da janela, encarando Privet Drive, que Harry mais sentia a dor excruciante da perda de Sirius. Ele conseguia imaginar o que Tio Válter ou Tia Petúnia diriam se ele tentasse falar com eles; só de imaginar a cena ele quase sentia vontade de rir. Ele tentou dizer alguma coisa nas cartas para Ron, mas não conseguia escrever o que realmente sentia. Hermione estava de férias e ele não queria arruinar a viagem dela com os pais desabafando as coisas que ele pensava. Porém, na última carta ela pareceu saber exatamente o que Harry estava pensando. Ela tinha esse jeito meio único de adivinhar o que ele pensava.

"...as coisas devem estar difíceis, com você aí sozinho. Eu duvido que Ron possa ser de grande ajuda, então fale comigo se você precisar..."