Adaptação do conto pele de asno, de Charles Perrault.
Era uma vez...
Em um país não muito distante, um presidente muito "respeitado", que ilustrava a família perfeita nas capas de revistas, composta por sua linda esposa e também modelo, e sua jovem e bela filha (totalmente dependente de ambos).
Viviam tranquilamente suas ilustres vidas, quando de repente, em um exame de pré-requisito para um desfile mundialmente famoso, Michelle descobre um câncer, infelizmente muito avançado, cuja os médicos já mais nada poderiam fazer. Sabendo da gravidade de sua doença, Michelle dignamente espera sua morte.
Fatalmente seu pecado era a vaidade, e ainda que soubesse que não estaria ali caso o marido decidisse seguir com sua vida amorosa, era insuportável imaginar outra mulher ocupando seu lugar, não descansaria em paz, não antes de obrigar Maximiliano assinar um contrato estabelecendo que o mesmo jamais voltaria a se casar, ao menos que ele encontrasse uma mulher que assemelhasse sua divina beleza.
Após um ano passado, e já anestesiado pelo luto, Maximiliano começa sua busca sem fim, afinal alguém tão influente como ele não poderia estar sozinho e correndo o risco de não ser reeleito por seus eleitores por não mais espelhar a família ideal. Porém essa procura parecia em vão, já que graças ao contrato, suas pretendentes nunca chegavam a ser aprovadas.
Durante os últimos anos não foram registradas imagens públicas de Valentina, e é vendo por esse ângulo que o mesmo decide esposar a filha, cuja viria a ser a única candidata perfeitamente adequada, pois a própria refletia a beleza da mãe naquela tenra idade de 16 anos.
Ao se inteirar da ideia absurda do pai, Valentina recorre a sua madrinha, a melhor amiga e também advogada de sua falecida mãe, essa que ao realizar o último feito de sua querida amiga e jamais imaginando as consequências que lhe renderiam, decide sem relutar reverter a situação de sua afilhada a qualquer custo, e sua primeira ideia é fazer Valentina dirigir ao pai os mais frívolos caprichos.
É assim que a mesma chega ao pai com o pedido de um vestido feito por Chanel, e o dinheiro do mesmo até poderia pagar por aquele desejo, porém com a agilidade imposta por Valentina já não saberia. Contudo sendo a pessoa influente que era, e dispondo de um valor acima do que realmente aquele traje lhe custaria, em cinco dias o vestido é entregue a mesma, que já vai se amparar na madrinha dizendo que a ideia fora a esmo;
Madalena insiste que Valentina continue com os pedidos, dessa vez no entanto o desafio seria maior, seu desejo ao pai seria outro vestido, no entanto confeccionado por Cartier, tendo em vista que a grife trabalha com joias e relógios sua esperança era que o pai não fosse capaz de persuadir o estilista a fazer a peça.
Como toda desgraça a uma jovem é pouca, um mês depois Valentina se depara com um vestido assinado por Cartier a sua espera. Madalena já esgotada de genialidade, diz que a moça deve pedir para o pai que o mesmo renuncie ao seu cargo, alegando que toda aquela publicidade que sua fama trás consigo, encima dela, não ocultaria a verdade por muito tempo. E nesse intervalo a advogada trabalharia em um processo que abriria contra o mesmo, então com uma intimação é que da as boas vindas a Max, esse porém nem hesita perante tal atitude, pois tinha plena convicção de que nenhum juiz se atreveria a se opor a ele.
Algumas semanas se passam e com isso é chegado o grande dia do julgamento, como previsto, sua vitória e eminente apesar dos esforços falidos de Madalena. Logo após o ocorrido também declara a filha que sua conferência de renúncia já houvera sido marcada para dali uma semana, e que depois daquilo nada estaria no caminho entre eles; o que explícita que sua obsessão nada tinha haver com a sua primeira alegação (...De que era necessário tomar aquela medida para permanecer no poder).
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos de fadas contemporâneos
Short StoryAdaptações de contos de fadas clássicos, por uma perspectiva atual.