Capítulo 44: A Hora da Revolução

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Phao acordou no quarto mais "luxuoso" daquela comunidade, por ali, ter uma cama já era sinal de riqueza. Ao olhar pela janela viu centenas de casebres amontoados, a maioria feita de madeira e papelão, um lugar de extrema pobreza que contrastava com o gigantesco e luxuoso Palácio Central que era onde todos os condes se reuniam e se esbaldavam com banquetes e mordomias enquanto seu povo passava fome. Ainda assim, a falta de interesse dos condes por eles era uma dádiva, assim não eram vítimas de sua tirania. A não ser naquela época do ano, uma vez que alguns condes gostavam de ir se divertir naquela comunidade para testar seus poderes.

As pessoas não saíram para trabalhar naquela manhã, ficaram escondidas em seus casebres para evitar serem caçados apenas para diversão daqueles monstros. Um pouco mais distante estavam acampados os exércitos de todos os países, preparados para invadir tudo se fosse necessário.

—Como passou a noite, senhor Otto? —Perguntou um senhor de idade fazendo um reverência ao entrar no quarto. Phao estranhou, mas depois se lembrou que mentiu dizendo que era irmão de um conde e que se chamava Otto.

—Dormi muito bem, obrigado. Onde esta minha tripulação?

—Desculpe-me, mas eu só tinha essa cama, os outros dormiram em outras casas, só ficaram aqui seus guarda-costas.

—Meus guarda-costas?

—Bom dia, conde Otto —Disse Dylan entrando sorridente no quarto seguindo por Vitor sempre abraçado ao seu livro.

—Bom dia, Sir Dylan e Sir Vitor —Respondeu Phao sorrindo —Onde esta o Win?

—Não se preocupe, ele ficou com a Xena. Vamos todos nos reunir mais tarde e partiremos para o Palácio Central.

Os quatro ali presentes ficaram alertas quando ouviram alguém subir as escadas correndo. Uma jovem mulher se atirou aos pés de Phao.

—Por favor, ajudem! Eu... Eu me humilho aos seus pés! Me ofereço para ser sua escrava ou amante! Mas por favor, salve minha irmã! Eu imploro Conde Otto!

Ali perto a carruagem de um conde estava parada, Oscar, aquele com a palavra Selvagem. Onze dos seus doze homens que o escoltavam estavam se divertindo, alguns batendo em moradores, outros estuprando suas filhas. O décimo segundo era um garoto albino vestido todo de branco, ele estava sentado na carruagem, era um Gemido.

—E aí, Branca de Neve, alguma palavra interessante?—Oscar perguntou —Talvez uma palavra lendária?

—Não, meu senhor —Respondeu o jovem rapaz que tentava esconder sua raiva.

—Ok, nem essa aqui?—Ele perguntou sobre uma jovem que chupava seu pau e chorava, era ela cuja irmã tinha ido pedir ajuda ao Phao.

—A palavra dela é Gratidão, o tipo de pessoa que se tratada bem sempre será...

—Inútil!—Disse Oscar dando um tabefe tão forte que a garota girou na lama com um ferimento da bochecha. O conde pôs o pau pra dentro da calça e cuspiu na jovem —Coloquem todos perto de mim —Ele ordenou e assim foi feito —Hora de se divertir.

O Conde Oscar estalou os dedos fazendo surgir um círculo de luz de uns cinco metros ao redor daquelas pessoas assustadas sem saber o que viria a seguir.

—Selvagem —Oscar disse sorrindo e feras de luz se materializaram dentro do círculo. As pessoas choravam e imploravam por piedade —Podem comer.

As feras avançaram, quando as pessoas pensavam que tudo estava perdido, um raio passou por elas e atacou as feras que recuaram rosnando, uma delas até se desmanchou em luz.

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