Penso, repenso, penso, repenso. Um ciclo vicioso. Eu sequer fiz tudo que eu tinha pra fazer hoje de tão presa que fiquei nesses devaneios. E desabei aos prantos quando meu namorado chegou. Eu não sou de mentir e nunca mentiria para alguém como o Leonardo. Contei tudo. Ou pelo menos, quase tudo. E não me orgulho nada disso.
Conversei com ele sobre a nossa relação, já desgastada, porém tão simples e confortável. Eu disse que achava que meu amor por ele tinha se transformado de amor romântico para uma amizade incrível. Ele ficou arrasado. E eu odeio fazer com que as pessoas fiquem magoadas. Mas no final de tudo, ele compreendeu. Não há uma alma viva no mundo tão compreensiva quanto ele. Não contei a parte daquele meu sentimento estranho pelo Júlio, ainda não digeri ele direito. Achei melhor eu pensar, repensar sobre tudo que eu sinto e se não é mais uma paranóia na minha cabeça. Eu espero que seja. Ou não. Não sei.
Pedi ao Leo um tempo e ele concordou. Me deu tanto medo, tanta tristeza que eu não conseguia falar de tanto chorar.
Sempre me disseram para nunca trocar o certo pelo duvidoso. Mas acontece que, se o duvidoso for o certo? Como iremos saber se não tentarmos? Talvez seja minha parte emocional e romântica falando mas, e se?
E se eu for no certo e não for verdadeiramente feliz, mas confortável? Eu vou aguentar?
Tudo isso me dá um pavor horrível porque as únicas referências de amor que eu tive, sempre foram relativamente confortáveis, mas de desconfiança, traição, desentendimentos e eu certamente não quero viver disso. Eu quero uma relação intensa, mas ao mesmo tempo aconchegante. Uma relação onde seríamos melhores amigos, mas não ofuscando o tesão. Uma relação de cumplicidade, amor carnal e amor genuíno. Um equilíbrio.
Eu infelizmente sou intensa demais para ser amada por uma metade.