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Conto  dedicado ao homem dono de todos meus devaneios eróticos.
Ao homem que suga todos meus desejos.
À criatura que faz com que todo mistério da vida faça sentido.
Meu herói de romance, meu vampiro dos desejos...
Esse conto é por você , é pra você!
Por todas as  vezes que me pediu um conto, pela sua paixão por vampiros.
Você é minha fonte de inspiração, que dá sentido à coisas românticas ou intensas que escrevo.

Numa das noites mais frias e chuvosas da década viajei à uma cidadela distinta e enigmática. Uma pequena e afastada cidade onde parecia que a luz não chegava e que o mistério te rondava a espreita.
Sempre gostei de aventuras, de me embrenhar em matas semi exploradas, praias pouco conhecidas, riachos de água cristalinas ou cachoeiras com quedas d'agua fascinantes. Foi por isso que chegará à essa cidadezinha. Um grupo de amigos havia comentado que havia no interior de uma cidade vizinha um lugar que segundo especulava se estava abandonada à décadas pelos moradores. Pesquisando descobri que o local tinha sido abandonada pois acreditavam que o solo estava infectado por algum componente radioativo. Houve uma migração gigantesca de moradores e mesmo após a comprovação de que tudo estava em perfeito estado com o local a cidade se tornou fantasma. Com a falta de emprego, o comércio ficando cada vez mais defasado, as fábricas se fechando  não restou aos moradores que ficaram nenhuma escolha além de partir.
Fiquei por longos meses planejando essa aventura mas sempre surgia um imprevisto, em um momento era uma praia paradisíaca que não podia esperar pelo próximo verão, em outro um chalé encantador nas montanhas num fim de semana de outono, em outro um parque ecológico com toda a beleza primaveril das flores e com isso fui adiando o projeto daquele lugar mistério e fascinante para o próximo fim de semana. E assim vi os dias se tornarem semanas, as semanas meses, a primavera chegar, dar espaço ao verão,  o verão perder sua força para o outono e o inverno trazer sua beleza e força. Numa sexta à noite arrumei minha mala, decidida à viajar assim que amanhecesse. Passaria o sábado lá explorando e no comecinho da noite partiria para um hotel que havia descoberto à pouco a metros do local. Um hotel de piscinas de águas naturais, tão lindo que se encaixaria perfeitamente em um anúncio de uma agência de viagem.
Mesmo sendo inverno não contava com aquele chuvinha que acordou comigo, com aquele céu cinza e carregada e a sensação de que alegria tinha fugido do mundo. Pensei em desistir e novamente adiar mas estava farta de proscratinar. Joguei minha mochila no banco de trás, liguei o ar no último, sensação térmica de 40° na sombra, coloquei um playlist aleatória e parti rumo ao desconhecido.
Quando cheguei a cidade toda aquela música e o calor existente no meu carro me trouxe de volta à animação, dirigi pelas ruas sem rumos, parando vez ou outra para fotografar algum cenário, fosse uma casa que mesmo em ruína ainda resguardava sua beleza de outrora, seja uma fábrica gigantesca que me fazia imaginar quantas histórias havia por trás daquelas paredes cinzentas e destruídas. Quanto mais eu via mas fascinada ficava e mais fundo me enfiava. Conforme andava a paisagem ia se transformando, a civilização se tornava mais inexistente. Poucas casas apareciam e a sensação que tinha era que o tempo se tornava mais frio e sombrio.
Andei por mais alguns metros quando avistei no meio do nada um casarão indescritível, com certeza um arquitetura que percorreu os séculos. Portas e janelas da madeira mais maciça e resistente que jamais imaginei ver, em frente ao portão, nas colunas principal havia dois gaviões de bronze, imponente e original. Havia uma placa  onde se lia alvarenga. Desci do carro com câmera em punho, um guarda chuva pendurado de qualquer jeito e a mente cheia de vontade de eternizar aquele lugar. Fotografei o portão, os gaviões, a fachada mas não era o bastante eu precisava de mais. Precisava fotografar aquelas portas e janelas, o chafariz de perto, o jardim que mesmo em meio às ervas daninhas apresentava suas flores. Típico da natureza que sempre nos mostra o belo em meio ao peculiar.
Me apertei ao máximo até conseguir passar pelo vão do portão, por conta disso tive de abandonar meu guarda chuva me ensopando inteira mas valeria cada gota de chuva que eu tomasse.
Fotografei tudo a minha volta e quando direcione minha câmera para a janela da parte superior da casa tive a impressão de que havia alguém lá mas por conta dos segundos que minha câmera demorou pra focar não vi nada.
Decidi então tirar minha última foto antes de partir para o hotel, embora almeja se ver tudo lá dentro temia que minha ação tivesse resultados afinal mesmo sendo uma cidade abandonada ainda seria invasão de domicílio.
Escutei um som num das árvores próximas e direcionei minha câmera pra lá quando voltei minha lente pra registrar á imponência daquela entrada vi escorado no batente da porta um homem pálido, misterioso e sombrio e com uma voz rouca e lenta me disse:
_Percebi que gostou de minha propriedade, não deseja entrar e conhecer tudo mais intimamente!?
Não sei se foi sua voz ou o vento gélido que passou por mim mas senti todos meu pêlos eriçarem e um arrepio percorrer todo meu corpo.
Será que estaria sendo louca de aceitar o convite ou minha curiosidade não valia o risco!
Só um modo de saber!
Entrando e pagando pra ver.

Mordida VicianteOnde histórias criam vida. Descubra agora