Após um longo tempo atravessando um caminho lamacento, Adrian conseguiu retornar ao castelo, porém sentiu uma forte ansiedade ao ver Otto, Milana, os preceptores e alguns guardas à tua espera na porta do castelo. Mesmo assim, ele desceu do cavalo e se aproximou do pai, que estava com uma expressão de desgosto.
— Meu pai, perdoe-me por...
— Adrian, vamos ter uma conversa muito séria.
O príncipe engoliu seco e, enquanto era acompanhado pelo rei, percebeu que todos os olhares direcionados a ele eram de pena. Ele não sabia o que iria acontecer, mas tinha certeza de que não seria uma boa coisa.
O rei, junto com o filho e Cassius, foi em uma das bibliotecas que o castelo possuía. Era um ambiente bem menor do que a biblioteca principal, mas era nesse local que Otto levava os filhos quando queria dar algum sermão.
Chegando lá, Adrian se sentou em uma cadeira estofada e Otto ficou na tua frente enquanto Cassius estava poucos passos atrás do rei.
— Tua atitude foi completamente irresponsável, Adrian. -Otto falou com um tom que o príncipe não estava acostumado a ouvir. — Um príncipe indo ao vilarejo sem um guarda? Você está querendo ser morto?
— E-Eu posso expli...
— Calado! -ele se exaltou, surpreendendo o filho e o chefe da guarda real, e andou de um lado para o outro. — Só Deus sabe a aflição que eu passei com o teu desaparecimento. Adrian, você foi imprudente, não pensou que uma pessoa mal-intencionada poderia lhe fazer mal.
— Mas o povo precisava de mim, precisava de nós!
— Precisavam depois que o temporal passasse por completo! Que tipo de rei você pensa que eu sou? Um rei que não se importa com os outros? Eu iria mandar mantimentos para os plebeus necessitados!
O príncipe novamente se calou e o rei fechou os olhos e negou a cabeça.
— O que me estranha é que já passamos por temporais como esse e você nunca agiu dessa forma. -de repente o rei teve um lapso de memória e perguntou com um tom chocado. — Você, por acaso, foi ver aquela plebeia que você salvou durante a visita da realeza de Lorento?
Adrian abaixou a cabeça como se estivesse envergonhado de revelar a verdade para o pai. Esse gesto foi o suficiente para fazer Otto e Cassius se chocarem, mas o príncipe tentou se redimir.
— Eu precisava saber como ela estava. De fato, fui ajudar os plebeus no vilarejo e vi que ela estava lá.
— Por Deus, Adrian, você não conhece os protocolos reais? Não sabe que um príncipe não pode se casar com uma plebeia? Você está agindo pela emoção, e isso é uma coisa que um governante nunca deve fazer!
— O senhor sabe que eu nunca gostei desses protocolos, eles propagam a desigualdade social e é uma coisa que eu nunca vou permitir durante o meu reinado. E antes que o senhor fale que a Assembleia está envolvida nisso, saiba que não é papel dela escrever o destino dos governantes, principalmente na parte de matrimônio.
— Você perdeu totalmente o juízo, Adrian! O que está acontecendo com você? Está agindo como um jovem tolo que se apaixonou pela primeira moça que viu.
— Mas o senhor não disse para mim e para Milana que conheceu a minha mãe durante um baile? Que se apaixonaram à primeira vista?
— A diferença é que tua mãe era uma princesa e possuía uma boa família. Nós não sabemos quais são as reais intenções dessa plebeia.
— O senhor está completamente enganado sobre ela, meu pai.
— Eu estou agindo de forma sensata, mas chega dessa conversa sobre matrimônio, você sabe muito bem os protocolos reais e não precisarei repetir a você. -o rei apoiou firmemente as mãos sobre a mesa e disse com tom autoritário. — A partir de hoje, para qualquer lugar que for, você será acompanhado por Cassius ou por qualquer outro guarda real.
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Honra & Coragem
Historical FictionEm um reino chamado Dávia, o jovem Adrian é o herdeiro ao trono, mas acaba se apaixonando pela plebeia Elora. Milana, sua irmã gêmea, é a última esperança do rei, mas a ideia de se tornar rainha sempre a assustou, já que a mesma quer se tornar uma g...