Vanessa estava á varanda olhando a noite serrada que reinava á sua volta. Ela olhou á volta dela para o Palácio das Nuvens que parecia tão negro e vazio.
Vanessa tinha feito três promessas na vida dela. E todas tinham sido quebradas.
A primeira tinha sido com a irmã, uma promessa que acontece-se o que acontece-se, elas ficariam sempre amigas. Vanessa culpava a irmã por ter quebrado essa promessa mas bem lá no fundo, ela sabia que foi culpa das duas.
A segunda tinha sido a uns amigos que ela tinha conhecido á mais anos do que os que ela podia contar. Ela tinha prometido que sempre saberia que ela nunca estava completamente sozinha. Ela também quebrou essa promessa.
A última foi a Zéfiro. Ambos tinham prometido um ao outro que nunca se separariam e que nunca se deixariam de amar.
Ele tinha quebrado essa promessa e ela nunca soube porquê.
Vanessa perguntava-se porque é que ela estava assim tão nostálgica e a pensar no passado cruel com algum frequência. Ela nunca mais tinha pensado no assunto e tudo estava em paz... até á três anos.
Á três anos atrás duas miúdas e um certo pássaro tinham entrado. Só o facto de terem entrado ali e passado todos os obstáculos era uma obra que devia ser impossível. Vanessa até foi ao labirinto para ver que tudo tinha sido passado. Alguns perigos tinha sido ignorados porque eles não tinham passado por eles mas as provas iniciais...
Vanessa foi ao Labirinto do Luar para encontrar a coluna da Chave da Água estava destruída, a medusa estava cega, o espectro de Malí, tinha um sorriso sabedor na cara e Ens... Ens tinha-se transformado em pedra... E a Sombra dos Enganos... Já lá não estava.
Vanessa tinha posto a Sombra dos Enganos lá como um bónus, para o caso de alguém conseguisse sair dali (Mesmo que Vanessa nem estava á espera que conseguissem sequer entrar) e no momento certo, iria atacar quem a tinha libertado.
Ela não sabia de onde vinha e nem conhecia todos os poderes da Sombra. Ela só a tinha encontrado no antigo quarto da mãe a olhar pela janela.
Ela também viu que a gárgula da adivinha tinha sinais de se ter mexido e a sereia estava carrancuda e de ouvidos sensíveis.
Vanessa depois de verificar tudo, voltou ao Palácio e deixou de sair do quarto tanto como costumava.
E o discurso da loira. Era impossível as filhas dela terem sobrevivido. Mas mesmo assim, aquele dia continuava-lhe a bater na cabeça como um martelo.
A lua brilhava no céu como sempre. Um vento passou por Vanessa fazendo os cabelos de dela agitarem-se com ele.
Uma fantasma entrou no quarto de Vanessa, mas não na varanda. Tinha um ar assustado e mantinha uma distância segura da deusa. Com um ar inseguro ela disse:
- Senhora, um dos guardas detetou que o Portão das Nuvens foi aberto e passaram três intrusos por ele. Duas raparigas e um pássaro.
- O QUÊ?!
Vanessa dirigiu-se para o globo que estava no meio da varanda. Ela tocou-lhe e a imagem do globo terrestre vibrou antes de mostrar duas raparigas a andar por um dos corredores do palácio, uma das raparigas tinha cabelo loiro e outra de cabelos pretos, com madeixas... azuis escuras?
Mas o que lhe chamou verdadeiramente á atenção foi o pássaro negro que as acompanhava que tinha a ponta das asas amarelas.
- Não pode...
Os olhos de Vanessa chisparam de raiva.
- QUERO AS MIÚDAS FORA DAQUI! - gritou Vanessa, fazendo a fantasma dar um guincho assustado - Quando ao pássaro, tragam-no até mim ou matem-no!
- S-sim, senhora. - disse a fantasma, flutuando rapidamente para fora dali.
Vanessa olhou para as horas. A tarde ainda mal tinha começado mas ela acabou por decidir que dormir um bocado lhe faria bem.
Noutro lugar
- Deixa-me ver se entendi! - disse Camila, apontando para Sofia e Lay - Vocês são gémeas.
- Sim. - disse Sofia.
- E são filhas da Deusa da Noite.
- Exatamente.
- E foram nessa épica aventura sem contar a ninguém.
- Yep.
- E este pássaro. - disse Camila, apontando para Max - Esteve convosco o tempo todo.
- Apanhaste. - disse Sofia.
- Como é que vocês esconderam isso?
Sofia encolheu os ombros.
- Não sei. - disse Sofia - Mas conseguimos.
- Wow...- disse Abigail - Isso é muito informação...
- Desculpem... - disse Sofia - Não sabia como vos explicar ou se compreenderiam.
- Bem mas agora explicas-te através de uma webcam... - disse Mia.
- Já pedi desculpa! - disse Sofia.
- Ok, ok...
Lay resmungou.
- Que se passa? - perguntou Camila, secamente.
- Nada, nada...
Sofia olhou para elas e perguntou:
- Vocês não se suportam, pois não?
- É uma maldisposta. - disse Lay.
- É uma convencida. - disse Camila.
Todos começaram a rir-se com as respostas das duas.
- Ficamos esclarecidos. - disse Sofia.
Eles ficaram um bocado a olhar para Camila e Lay que tinham ficado um pouco amuadas, com um ar divertido.
Sofia deu um pulo quando ouviu o relógio de pêndulo de Camila a dar as cinco e meia.
- Tu ainda tens essa coisa? - perguntou Sofia.
- Qual é o problema?
- Esse relógio era da tua avó? - perguntou Lay, num tom trocista, ao ver o aspeto antigo do relógio.
- Não, mas a tua cara deve ser. - ripostou Camila.
Lay ia responder quando Max interrompe-as.
- Já chega! - gritou Max.
Camila e Lay voltaram a ficar amuadas, cada uma para seu lado.
- Nota mental... - disse Abigail - Não vos deixar dizerem uma palavra uma á outra. Só vai dar sarilho.
- Não podia ter dito melhor. - disse Mia.
Sofia riu-se e uma brisa passou pela janela, que a fez virar-se para trás para ver árvores a balançar ao longe. Ela sorriu e voltou a olhar para a webcam.
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Agora já sabem porque é que os guardas sabiam que Sofia, Lay e Max estavam no Palácio das Nuvens!
Dedicado a UmaTraficanteMalik pelos comentários e votos! :)
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A Deusa da Noite
ФэнтезиUma vez que havia duas irmãs. A irmã mais velha fez o dia e a irmã mais nova fez a noite. Por muito tempo a sua função foi trazer a sua respetiva fase do dia e assim foi por muitos milénios. Mas a inveja começar a crescer na irmã mais nova que sente...