Desço do ônibus (finalmente em Curitiba) e a única coisa que consigo pensar é que sai do meu estado (Paraná) para NÃO ir ver um show.
Para NÃO ver o show do Jão.
Meu pai e minha mãe vieram me buscar na rodoviária (graças a deusa porque eu não tinha dinheiro para comprar balinhas no sinaleiro).
- Com foi a viagem? - minha mãe pergunta.
- Tranquila - verdade, as viagens de ida e volta foram tranquilas.
- Você se perdeu? - meu pai pergunta.
- Não - eu falo, e é verdade, cheguei em todos os lugares que eu queria, não é mesmo? - obrigada pelo guia, me ajudou muito.
- Conseguiu chegar no show fácil? - ele quis saber.
- Não foi impossível, mas os ônibus de lá fazem uns caminhos bem confusos - e um Zig Zag sem qualquer sentido também.
- Conseguiu estudar um pouco? - minha mãe quis saber olhando para o livro de Reatores Homogêneos na minha mão.
- Consegui estudar um montão, mas não terminei ainda - ODEIO finais. ODEIO.
- E o show foi bom? - minha mãe quis saber, ela parecia animada para ouvir todos os detalhes detalhes, detalhes que eu nunca poderia dar.
- Sim! Óbvio! - e foi mesmo, o fato de eu só ter visto 1 minuto do show e passar o resto do tempo desmaiada não muda a qualidade do show. Eu não preciso contar isso para eles, preciso? Eles nunca mais vão deixar eu correr atrás do Jão se souberem.
- Tirou muitas fotos? - minha mãe perguntou.
- Meu celular ficou sem bateria - desviei o olhar. Isso era quase a verdade, certo? - e mesmo se tivesse bateria seria difícil me concentrar em tirar foto enquanto assistia o show.
- Que bom que deu tudo certo, estava preocupada, você sempre se mete em encrenca - minha mãe falou enquanto meu pai entrava na garagem de casa com o carro.
Até parece. Encrenca. Eu?
Assim que desço pego a minha toalha no varal e corro para o banheiro tomar um merecido banho. A última vez que eu tinha visto um chuveiro tinha sido na sexta-feira.
Depois de um maravilhoso banho me sinto renovada e pronta para terminar de estudar.
Mas...
....alguns segundos vendo o Jão não vão matar, não é mesmo?
Após algum tempo olhando postagens do show de sábado e sites sobre o Jão eu descubro que:
1. AIMINHADEUSA O JÃO TOCA FLAUTA TAMBÉM, que nem eu. (Nascemos um para o outro?).
2. Ele fez um cover maravilhoso da música Hallelujah. É simplesmente divino escutar aquela música maravilhosa na voz dele. (Poderíamos tocar juntos, né? Iria ser um arraso)
3. Preciso de mais foco. Daqui a pouco é a minha prova.
Largo o celular e pego o livro de reatores (que por sinal não aguento mais ver) e termino meu resumo e os últimos exercícios (ALELUIA IRMÃOS, ou deveria dizer Hallejulah?).
Faltam exatamente 2h e 18 min para a prova, dá até tempo de tirar um cochilo.
Mix: Te assumi pro Brasil+ Hallejulah na voz do Jão
Desvantagens de morar longe da faculdade: demoro mais de 1 hora para chegar lá.
Vantagens de morar longe da faculdade: o ônibus é um ótimo lugar para dormir ou revisar a matéria (quando, claro, você consegue um lugar para sentar).
Minha professora nos aguardava com um sorriso no rosto como se estivesse orgulhosa de a turma quase inteira estar na final.
- Antes de entregar as provas eu queria dizer algumas coisas - e lá vem o discurso. Como ela pode estar feliz de estar perdendo a chance de férias adiantadas? Se ela não estivesse aplicando aquela prova ela poderia estar em casa - Primeiro, obrigado por terem me acompanhado ao longo deste semestre - não era bem uma escolha, era? - segundo, boa prova e boas festas de final de ano.
Ela começou a distribuir as provas e parou de repente:
- Todos os que fizeram a minha prova final conseguiram bons estágios, sabiam? - eu quase ri, a turma estava cheia. Isso queria dizer que todos nós íamos conseguir um estágio dos sonhos? E por que os professores só sabiam falar sobre estágios agora? - Vocês deviam estar felizes por estar fazendo essa prova.
Ela estava falando sério? Como alguém poderia estar feliz por estar fazendo uma final e não em casa, de férias?
Encaro o monstro que ela me entrega, finalmente preparada para derrotá-lo.
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Qual foi a sua pior prova até hoje?
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Lindo Demais ✔️
FanfictionStatus: Concluída, em revisão. Mari, uma estudante de engenharia química super organizada e determinada sofre um acidente fatal em seu coração. O diagnóstico? Um amor a primeira música quando escutou o Jão cantar. O remédio? Iniciar uma carreira de...