IV: Sim... obrigado

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Daegu, Coréia do Sul. 7:47 PM

  Olhando a chuva cair enquanto terminava de se arrumar, Haechan pensava que nada parecia dar certo naquele dia para ele. Primeiro recebeu a notícia que seu irmão mais velho logo voltaria de viagem, e isso implicaria no fato dele trabalhar escondido do mesmo, depois recebeu uma mensagem de seu chefe dizendo que ocorreu alguns problemas e o pagamento de todos iria atrasar, não que isso realmente fosse um problema mas receber o pagamento o fazia se sentir finalmente como um adulto.

- Se essa chuva não parar eu não vou conseguir sair daqui tão cedo - resmungou olhando pela janela trancada de seu quarto.

  Haechan não gostava muito de chuva, claro que era otimo ter uma chuvinha aqui acula, sentir a brisa fria e até mesmo tomar banho de chuva coisa que ele amava, o mesmo que sempre se imavinava dançando na chuva igual nos filmes, com alguem ao seu lado desfrutando da mesma loucura sem se preocupar com o fato de poder pegar uma gripe, sonho esse que nunca iria se realizar. E por esse motivo e varios outros ele preferia o sol, o fato de tê-lo o iluminando enquanto fazia algo era otimo, e ver o por do sol era um de seus momentos preferidos.

- Se quiser eu irei deixá-lo em seu trabalho Donghyuck - proferiu Yuta seu mordomo.

  Fora a Yuta ninguém mais sabia de seu trabalho e ninguém poderia saber, as fofocas rolavam soltas na casa e quando chegassem ao ouvido de seu irmão - como em muitas outras vezes - seria o seu fim.

- Obrigado, mais não - disse vendo a chuva diminuir gradativamente - se eu quero ser idependente eu preciso resolver isso.

- Mais você ainda tira sarro de todo mundo e vive agindo como um bebê brincalhão, não sei porque todo esse papo de independência agora - Yuta falou enquanto gestilculava.

  O pior era que ele estava certo, Hyuck era sempre o pregador de peças dali, sempre tirando onda com tudo e todos, sempre se metendo em encrencas. Tirava como exemplo o mais recente incidente seu, onde quando fez dezenove anos no ano passado, tomou pela primeira vez uma garrafa de vodka sozinho, alegando no começo que não gostou mas depois de receber um pequeno "incentivo" de seu amigo Renjun acabou se embebedando tanto, que quase se pendurou no lustre da sala de estar so de cueca. Haechan agradecia aos céus por aquela festa de aniversário só ter oito pessoas.

  Se despediu de Yuta reclamando mais uma vez sobre ele ficar falando da palavra "emprego" por ai, indo assim para a parada de ônibus esperando que o mesmo passasse. Estava tudo otimo até uma mulher que também estava esperando o ônibus suspirar enburada olhando a hora em seu relógio e repetindo varias vezes "que demora", um pensamento surgiu na cabeça do acinzentado, como se Deus quisesse avisar a ele sobre algo, então tirou seu celular do bolso olhando a hora, eram exatamente 7:58, Haechan se assustou, ele havia dito ao seu chefe que se atrasaria duas horas ou seja chegaria no trabalho as oito por problemas pessoais, porém ja eram quase oito e o mesmo ainda estava a uns vinte minutos de seu trabalho.

  Se o ônibus iria passar ele não queria saber, aquela porcaria sempre se atrasava e hyuck não tinha tempo para atrasos, e então correu, pela primeira vez em sua vida ele correu sem perceber, correu até que visse um carro, um ônibus, até mesmo uma bicicleta serviria naquele momento para chegar mais cedo em seu trabalho e se desculpar mil vezes pelo atrasso, correu com seus pulmões em chamas pelo percurso longo que parecia nunca acabar. "Deveria ter aceitado a carona de Yuta" foi oque pensou enquanto corria, olhou para o cel novamente que marcava agora 8:04, era oficial ele estava encrencado.

  Depois de mais alguns minutos parou, estava feliz pois tinha chegado a praça central, oque siguinificava que a alguns passos dali ele estaria em seu trabalho. Suspirou guardando o celular em seu bolso logo amarrando o casaco que estava usando na cintura a fim de ter as mãos livres para ajeitar seus cabelos. Sentiu um aliviu percorrer seu corpo enquanto andava, estava já vendo as portas do local, as luzes que emanavam do letreiro reluzente com o nome Take coffee, as pessoas entrando e saindo com sorrisos enquanto conversavam, um cara o puxando para um beco,  espera.

- Aiiii - gritou quando sentiu seu corpo se chocar com a parede de um pequeno beco sem saida que tinha quase de frente ao Take coffee.

  A sua frente um homem velho careca vasculhava sua bolsa de cabo a rabo, enquanto o outro que aparentava ser um pouco mais novo que seu comparsa segurava seu braço forte o mantendo contra a parede, com certeza esse não era o seu dia.

- Cadê? - falou o velho careca ainda com a bolsa nas mãos, seu olhar era de dar medo e estavam totalmente em cima do Lee.

- Eu não sei do que você está falando, me deixem ir - disse tentando se soltar,  oque foi em vão pois o homem que segurava seu braço o jogou novamente contra a parede - por favor.

- Te deixo ir quando me der a droga do dinheiro, agora onde esta? - o careca novamente se pronunciou levantando a bolsa e apontando para Haechan.

  "Dinheiro? Que dinheiro" era algo que sua mente se perguntava, sobre oque aquele homem estava falando? Ele estava indo para o trabalho porque levaria dinheiro?. Depois de alguns segundos se perguntando sobre oque aquele velho estava falando Hyuck se deu conta de algo, hoje teria sido o dia de seu pagamento, era desse o dinheiro que ele estava falando, era desse o dinheiro que aqueles dois ladrões estavam atrás, o dinheiro que ele não havia recebido.

- Eu não tenho dinheiro, me devolve - tentou explicar, pois ele realmente não tinha dinheiro algum.
 
- Ja disse que quero o seu dinheiro, eu sei que você recebeu seu pagamento hoje - falou o cara jogando a bolsa no chão assim que viu que não continha nada ali - se não der pra gente vai ter que nos dar outra coisa gracinha.

- Eu ja disse que não tenho, agora me devolve a minha bolsa seus brutamontes - na hora Hyuck juntou toda a sua coragem para não parecer que estava com medo dos homens a sua frente, porém assim que recebeu um tapa forte em seu rosto, sua áurea mudou fazendo toda aquela atuação ir embora.

- Ja disse que quero o seu dinheiro...

  Estava cansado, eles dois ja não havian visto que ele não tinha dinheiro algum? Porque ainda estavam ali? Porque não iam logo embora? Se pelo menos tivesse aceitado a carona de Yuta, nada daquilo estaria acontecendo, era tudo culpa dele, culpa por ele ser um covarde e não saber resolver nada sozinho, ele se sentia inútil. No final ele nunca seria como seu irmão que mesmo fazendo todos rirem era sério em seu trabalho, no final ele nunca séria bom como na cabeça dele deveria ser.

- Se quer dinheiro por que não vai trabalhar? Ah é mesmo vagabundos não tem trabalho - falou uma voz masculina.

  Naquele momento Hyuck subiu seu olhar - ainda de cabeça baixa mode o tapa - para encontar o dono da voz. Um garoto que parecia ser só um pouco mais velho que ele, cabelos negros, vestia uma calça preta junto de uma blusa azul - parecia molhada talvez fosse mode a chuva - tendo suas duas mãos no bolso da calça.

- Outro muleque - gargalhou apontando para o garoto e olhando seu amigo - olha só esse ai parece ter coragem, quer apanhar também?

- Desculpe, eu não apanho, eu bato - proferiu o moreno se aproximando, logo que conseguiu chegar perto o bastante pegou a bolsa de Hae do chão e colocou ao seu lado - ele pediu que por favor vocês saissem, então vou pedir que por favor não me façam bater em vocês.

  Mais risadas, Hyuck tambem sorrio mesmo que discretamente, diferente dos dois ladrões ele estava sorrindo pois alguém tinha se importado com ele, mesmo em uma situação onde você poderia apanhar de dois caras apenas por se intrometer onde não é chamado, aquele garoto parecia não estar com medo, parecia até mesmo estar falando sério sobre poder dar uma surra nós dois brutamontes.

  Felizmente ou infelismente o carro da polícia parecia passar ali naquele momento, os dois que agora estavam a declarar que voltariam ao garoto de cabelos negros sairam correndo, além de ladrões eram patéticos.

- Você está bem? - ouviu o mesmo perguntar enquanto permanecia ainda parado em seu lugar.

  Subiu seu olhar devagar logo se ajeitando, o tapa ainda doia. Olhou bem para o garoto, ele nunca tinha o visto antes, mas não parecia ser uma má pessoa, era estranho o fato de que por algum motivo ele trasmitia calmaria, lembrava a chuva a alguns minutos atrás. Hyuck logo se deu conta que havia olhando de mais pro garoto que até tinha se esquecido de lhe responder.

- Sim... obrigado.

  E pela primeira vez algo que não era ruin aconteceu naquele dia.

Jopping: AmestOnde histórias criam vida. Descubra agora