E aqui estou eu, no aeroporto esperando o meu vôo para a Coreia, e sinceramente, não estou nem um pouco animada. Todos os dias eu choro de saudades da minha mãe e dos nossos momentos juntas. Eu em luto, tendo que ir para casa de um completo estranho que eu odiava ter que chamar de pai.
Atenção passageiros do vôo para Coreia, dirijam-se ao portão de embarque
-Então, vamos lá né...
10 horas de vôo depois
Comissária de bordo:
- Moça, acorda, acabamos de pousar em Seul.- Ah sim obrigada.- melhor eu ir, meu pai já deve estar me esperando, e eu não faço a mínima ideia de como ele é.
Pego minha mala e mochila e vou até a saída. Quando vejo, há muitas pessoas. No meio de várias pessoas, vejo um cara de óculos escuros, balançando uma plaquinha com meu nome nela. Então era ele ...
Chego perto dele com uma cara bem desconfiada.-Yuna? - ele tira seus óculos escuros e abre uma sorriso. Logo depois me abraça - meu Deus como vocês está grande! Da última vez que te vi, você estava em uma foto na piscina, com 9 anos? Ah, como você cresceu! - ele me solta e eu não falo nada
-É... Da última vez que eu te vi... Ah é mesmo! Nunca vi! - dou um sorriso irônico e ele dá risada da minha piada.
-Eu sabia que você ia ficar assim. Eu te entendo completamente. Não quero prolongar muito o assunto, só quero que saiba que eu tive meus motivos para sair de casa. Mas eu continuei ajudando sua mãe e você durante esses anos. Vocês deveria me agradecer... Inclusive, meus pêsames por sua mãe. Ela era realmente extraordinária..
Inclusive?! Ele se referiu a morte da minha mãe com inclusive? Ele era realmente um babaca
-É, ela era ...
- Bom vamos então, tenho muito o que te apresentar aqui - diz ele
- Vamos. - digo sem nem um pouco de animação.
Apenas saímos do aeroporto e eu entrei dentro do carro, observava como as ruas e avenidas de Seul eram bonitas, meus pensamentos vão longe quando meu pai diz:- Chegamos, essa vai ser a nossa casa a partir de hoje. - diz ele todo animado tentando quebrar o silêncio entre nós.
- Que linda! - dou um leve sorriso para não parecer ingrata, e não imaginava que meu pai tinha tanto dinheiro assim, já que a casa não era nem um pouco simples! Fico imaginando em meus pensamentos...
Como que alguém que não tinha dinheiro para sustentar uma filha e uma esposa tem uma casa desse tamanho e ainda pagou meu aluguel por 17 anos? Não conseguia entender.Ao entrar na casa, me deparo com várias pessoas, trajadas com uniformes de trabalho, e logo me toco que seriam os empregados de meu pai. E quantos empregados! Uma fila foi se formando e todos se inclinam e falam em conjunto:
-Annyeonghaseyo!
Me assusto com a sincronia de todos!
-Annyeonghaseyo... Me inclino, em sinal de respeito. Apesar de ter morado nos EUA, minha mãe sempre falou coreano comigo por não saber muito bem o inglês ainda, então eu sou fluente nas duas línguas, o que era ótimo.
-Essa é a filha que mencionei para vocês. Cuidem muito bem dela ouviram??
-Sim senhor! - todos novamente falaram em conjunto. Isso era meio bizarro, porém legal.
-Venha, vou mostrar onde fica seu quarto. - uma das empregadas segura minhas malas e pede para eu segui-la. Antes de eu ir, meu pai diz:
-Eu vou estar no escritório, qualquer coisa, só me chamar. - faço uma cara nada animada para ele e sigo andando. Não quero relação nenhuma com ela, quero apenas fazer 18 anos e ir embora desse lugar...
Quando entro dentro do quarto, fico encantada. Era um quarto gigante com uma cama de casal, closet, banheiro e uma bela vista da cidade. Esse quarto era do tamanho da minha antiga casa!
-Esse vai ser o meu quarto? - me pergunto, esquecendo da empregada que se encontrava lá. Ela apenas se inclina, e se despede, deixando minhas malas, e logo fechando a porta atrás de mim.
Fico encantada com tudo aquilo, era muita coisa para mim, e logo imagino que vou me sentir muito sozinha, afinal não tenho nenhum amigo aqui.
Após vários e vários pensamentos resolvo ir tomar um banho para relaxar um pouco, logo em seguida desço em direção a cozinha, já que estava morrendo de fome, e lá encontro a cozinheira e digo:- Olá, tudo bem?
- Oi senhorita, estou bem e você? - ela diz sorridente e muito simpática.
- Estou bem... É, será que você poderia preparar um lanche para mim comer, estou morrendo de fome!
- Claro que sim, a senhora deseja alguma coisa específica para o jantar ? Diz ela com um tom meio preocupado.
- Não não, pode fazer o que quiser.
- Ok então, aqui está seu lanche.
Ela me entrega e eu vou em direção ao meu quarto novamente, e fico pensando, será que eu devo ir falar o meu pai ? Porque querendo ou não nós vamos conviver por 1 ano juntos ainda...
Vou comendo meu lanche enquanto caminho em direção ao escritório do meu pai. É tudo meio novo para, mas eu preciso ter pelo menos uma boa relação com meu pai certo? 1 ano é bastante tempo.
Termino meu lanche, e quando ia abrir sua porta, ouço um berro lá de dentro. Me encosto para ouvir o que ele falava.-Eu já disse! Não tenho tudo isso no momento. Me dê mais tempo Agust...
Quando ele ia falar mais alguma coisa, eu tropeço não sei como e a porta se abre, fazendo com que eu entre na sala com tudo.
-Opa...
-Não está vendo que eu estou em uma ligação importante mocinha? O que pensa que está fazendo?
-Desculpa, não foi por querer...
-Foda-se se foi por querer ou não! Saia já daqui!
-Você não tem o direito de falar comigo desse jeito seu velho asqueroso!
-Saia já!
-Com prazer! - fecho a porta com tudo. Como que ele fala comigo desse jeito? Eu acabei de chegar, eu sou filha dele! Mesmo nunca tendo cuidado de mim. Que direito ele tinha? Vou em direção a porta, ouvindo a cozinheira de antes perguntar:
-Senhorita? Aonde vai? - nada respondo, apenas continuo andando
Saio daquela casa gigantesca ridícula. Como que eu ia passar 1 ano nesse inferno? Isso por que eu acabei de chegar!
Tento recuperar o fôlego da raiva que acumulei no meu corpo sentando na calçada encostando minha cabeça no joelho
E fico ali por um tempo, recordando momentos com a minha mãe, e sem nem perceber começo a chorar, até que sinto alguém tocar em meus ombros, logo imagino que seja meu pai e digo:- SAI DAQUI, eu não quero escutar mais nenhuma palavra sua!!
???- calma moça, tá tudo bem? - diz ele com uma voz super doce.
Até que levanto minha cabeça e vejo um menino super bonito na minha frente, ele estava com um skate na mão.
- Ah me desculpe, achei que fosse outra pessoa...
- Não tem problema, prazer me chamo Mark, e você ?
- Yuna, prazer em conhecê-lo Mark. - digo com uma voz simpática para não parecer rude, já que ele estava sendo tão atencioso comigo...
-Desculpa se eu te assustei. Vi que você parecia triste.
-Não, tá tudo bem. Eu que me desculpo, briguei com você por nada... - limpo as lágrimas e me levanto para ficar em frente.
-Você é nova no bairro? - ele olha para casa do meu pai
-Sou sim, vou morar aqui com meu pai - aponto para aquela mansão de merda
-Seu pai é o dono dessa casa? - ele diz um tanto curioso. Diria até que contente em saber disso. Deve ser coisa da minha cabeça...
-Sim, ele é o dono. Porquê?
-Por nada - ele dá risada
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Sete Pecados
ActionYuna é uma menina que perdeu a mãe em seu aniversário, e para sua "felicidade" tem que morar com seu pai. Oque ela não sabia era que o seu pai era um gangster que estava sendo caçado pela pior gang de mafiosos da Coréia do Sul e devendo uma bela gra...