Touch me there

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Triggerwarning: sexo um pouco violento, homicídio.

Inspirada em a little death - the neighbourdood

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Temos vagas.

Brilhava azul cintilante no letreiro.

O Maverick 1975 preto foi estacionado na vaga para deficientes, ao passo que os dois corpos abandonavam o carro, caminhando preguiçosamente até a recepção.

O primeiro trovão da noite fez a lâmpada fosca piscar incessante, atraindo a atenção do velho asqueroso esparramado sobre o sofá de couro.

Taehyung desviou o olhar enojado quando a blusa do mesmo deixou que sua gordura com fungos escapulisse do tecido, erguendo o braço para batucar raivoso o vidro da luz.

O homem pigarreou, escarrando catarro pela garganta ao assumir sua posição anterior no sofá, sorrindo sujo para o casal de crianças passando pela entrada com uma mulher.

Taehyung cutucou a jaqueta preta do moreno, implorando para que ele se apressasse.

Jeon iniciou o check-in, sem relatar os nomes verdadeiros e muito menos o número do cartão.

- Vou pagar em dinheiro.

A recepcionista era fria.

Esmagava um chiclete entre os dentes, cutucando com o polegar o piercing preso em sua narina. Enunciou antipática para que o velho ligasse a caldeira, afim de liberar água quente nos quartos.

Taehyung capturou quando o homem levantou enfurecido, resmungando xingamentos para a então vagabunda infernal, e correr sob a chuva forte até o outro lado do motel.

- Quarto 208. – entregou as chaves na mão de Jungkook – Vão precisar de toalhas?

- Não! – Taehyung respondeu rápido. – Obrigado.

Passaram então pela família – provavelmente forçados a ficarem a noite ali por conta do temporal forte.

Daegu estava há três horas de viajem.

Não era o mesmo motivo para os dois jovens estarem ali, no entanto. Aquele motel era apenas mais um, das milhares espeluncas que os amantes já passaram a noite. E quanto mais longe da cidade, melhor.

O ruivo foi caminhando na frente, atento aos números presos na parte superior das portas ligadas aos quartos, enquanto escutava o barulho baixo do isqueiro sendo aceso pelo outro atrás de si.

206. 207. 208.

Jungkook exalou a fumaça pela boca e deixou o cigarro pendurado ali, no cantinho dos lábios, para encaixar a chave na porta.

Outro trovão soou alto, ao mesmo tempo que Taehyung acendeu as luzes.

O quarto era feito para dois.

Uma cama de casal revestida por lençóis brancos ocupava o meio do quarto. As paredes beges eram todas cobertas por mofo, conforme o chão blindado por um carpete amarelo estava sujo. O cheiro lembrou Taehyung do formou utilizado por ele para conservar os corpos no necrotério onde trabalha, e o quadro obscuro preso acima de uma cômoda no canto da parede o refez pensar sobre o seu gosto por peculiar.

Talvez fosse demais para si.

Ele estava pronto para dizer algo ao amante, assim que o viu jogar a mochila sobre uma poltrona abaixo da única janela do quarto. No entanto, preferiu ficar calado quando observou a última fumaça de nicotina deixar a boca avermelhada do outro, e ele retirar duas garrafas de dentro da bolsa.

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