Capítulo V

58 3 0
                                    

Passei o dia pensando na cena que presenciei antes de chegar ao trabalho. A imagem do Ross na limusine com aquelas morenas não saia da cabeça. No fim das contas ele gosta de morena, por que das duas vezes que o vi era de morenas que ele estava cercado. Mas que diferença isso fazia afinal? Eu era uma garota de cabelos castanhos claros e olhos verdes sem graça que por pelo menos 5 minutos chamou a atenção dele. Eu não conseguia desviar meus pensamentos. Sempre que passava um momento sozinha eu estava pensando nele beijando aquelas mulheres.

À noite, ele apareceu na lanchonete, não imaginava que ele fosse aparecer depois da noitada que teve. E o que deu mais raiva? A cara dele não entregava o que aconteceu, ele estava divino como sempre, sem olheiras, sem aparente cansaço. Enquanto eu, simplesmente por ter que dobrar o turno, visto que um dos meninos adoeceu, já estou morta de cansada.

Como ele consegue isso?

Quando olhei para ele percebi que estava mais chateada do que imaginava. Não queria atendê-lo, não queria falar com ele. Pela manhã tudo que eu queria era que ele aparecesse aqui, e agora tudo que quero é que ele volte pela porta onde entrou. Era minha vez de atender a mesa e eu não iria deixar de fazer apenas por estar com raiva dele, sentimento que eu nem devia estar sentindo para começo de conversa.

- Boa Noite. - o cumprimento, mas não com meu sorriso de sempre.

- Boa Noite Rachel. - ele sorri e por pouco eu correspondo, mas abaixei a cabeça olhando para o caderno de pedido que tinha em mãos antes de o fazer.

- O que vai querer? - fui direto ao assunto.

- Algum problema?

Cara de pau!!!

Se bem que eu não podia cobrar dele algo do qual ele nem faz ideia que presenciei. Aliás eu não podia cobrar nada dele, por que para isso eu deveria ter algo com ele, o que não tenho.

- Não. - me limitei a dizer – Vai querer a sopa da Mary?

- Sim por favor. - ele me olhava intrigado.

- Certo já trago. - lhe dei as costas, mas escuto-o chamar meu nome.

- Rachel! - quando retorno a mesa seu olhar mudou, ele parecia mais misterioso, empolgado, talvez o melhor termo seja ansioso. - Não canso de pensar que fomos interrompidos naquele dia na boate, gostaria de continuar onde paramos. - aponta a cadeira a sua frente para que me sente, mas não o faço.

- Não fomos interrompidos. - o corrijo – Eu fui embora, o John estava preocupado e...

- Exato, interrompidos pelo seu amigo.

Ele tinha razão de certa forma. Mas apesar de também ter vontade de continuar conversando com ele, eu sei o que ele pretende com isso. E se ele está à procura de uma noite de sexo, eu não sou a pessoa mais indicada. Ele acha que pode aparecer aqui e simplesmente me levar para a sua limusine? Acha que o dinheiro compra tudo? 

- Olha eu vou ser bem sincera com você - ele confirma com a cabeça - eu acho que a gente, está em vibes diferentes sabe? - ele parece confuso.

- Não sei se entendi bem.

- Tá. - respirei fundo, ia me doer falar as próximas palavras - Você está à procura de algo que eu não estou disposta a – procuro uma palavra melhor, mas nada aparece na mente - "dar" no momento. 


Era melhor eu ter ficado calada.


- Dar? - ele ri, e percebo que a situação é motivo de divertimento para ele.

- Você quer algo diferente do que eu quero. - corrijo irritada - Então, Ross, ou seja qual for o seu nome – essa brincadeira também era algo que agora me irritava, será que todas as garotas com quem ele saia, inventava um codinome, para ser mais sexy talvez, ou simplesmente para não dizer seu nome verdadeiro? -  vamos deixar as coisas como estão.

Primeira vez AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora