— Will! — Juliet foi ao encontro do irmão que descia as escadas e o beijou. — Bom dia!
Will não retribuiu seu sorriso. Tivera uma noite maldormida com sonhos bizarros envolvendo uma certa bandoleira que não lhe saía do pensamento.
— Por que está com essa cara? Oh, como pude ser tão insensível. — Juliet apertou sua mão — Está sofrendo pela traição de Lady Liliana! Como pôde te trocar por um francês qualquer?
— Não quero falar sobre isso, Juliet...
— Sim, deve esquecê-la! Ela é uma dissimulada!
E então a irmã sorriu.
— Acho que poderíamos fazer algo para nos animar! Gostaria que me levasse para dar uma volta na cidade.
— Nem pensar, tenho muitas coisas a fazer hoje.
Juliet cruzou os braços e bateu o pé.
— Não aguento mais ficar trancada em casa! Pensei que teria de volta minha vida social ao voltarmos a Londres!
— Você a terá. Por que não pede ao papai?
— Ele está com visitas.
Will levantou a sobrancelha.
— Não sabia que ele iria receber alguém.
— É o Barão de Wessex!
Will se preocupou.
— Já vi que você não vai fazer minhas vontades hoje, então vou pintar no jardim!
Juliet se afastou e Will resolveu ir ao encontro do pai. Porém estancou a porta do escritório ao ouvir as vozes exaltadas lá dentro.
— Não pode querer que eu compactue com um absurdo desses! — John gritava.
— Não adianta fugir, John — A voz do barão estava mais calma, mas tinha uma ironia cortante. — Cedo ou tarde terá que escolher um lado, e o melhor é que seja do lado certo.
— Não, eu não o farei. E se o fizer nunca será contra a coroa. E se insistir nesta ideia, me verei obrigado a relatar tudo ao rei. Agora, por favor, retire-se.
Barão de Wessex abriu a porta e passou por Will que entrou no escritório encarando o pai interrogativamente.
— O que está acontecendo, pai?
— O barão está mesmo mais envolvido com os puritanos do que eu supunha.
— Tem certeza?
— Sim.
— Nunca ouvi dizer que ele tivesse tendências puritanas...
— O que eu temo é que ele tenha interesses puramente comercial nessa história.
— O que quer dizer?
— Will, ouça bem o que vou lhe dizer, mas tem que ficar entre nós.
— Tudo bem.
— Existem indícios de uma conspiração para depor o Rei Charles.
— Pai, o senhor tem certeza?
— Sim. E FitzRoy está no meio.
— Por isso discutiam hoje?
— Sim. Tentei conversar com ele, em nome dos velhos tempos, mas não quer me ouvir. Ele quer que eu fique do lado dele, na revolta.
— E o que o senhor fará?
— Claro que não quero estar em uma rebelião contra Charles!
— Vai alertar o rei?
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Entre o crime e a nobreza
Historical Fiction** Livro completo na Amazon** Aqui apenas degustação Inglaterra - 1641 Belle é uma bandoleira, uma ladra das estradas que percorre as florestas inglesas seduzindo nobres desavisados para que seus comparsas roubem todos seus pertences. William Cavend...