𝗮𝗯𝗼𝘂𝘁 𝗹𝗼𝘃𝗲 𝗮𝗻𝗱 𝗳𝗼𝗼𝗱.

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Meng Yao suspirou suavemente, suave demais até mesmo para o melhor amigo ao seu lado.

Ele estranhou. O Meng só era suave em momentos específicos, realmente especiais, quando a mãe o deixava responsável a cuidar do irmão mais novo, ou quando Zixuan falava que o pequeno Ling poderia passar dois dias na casa do tio - o final de semana, no caso -, ou então...

- Você tá vendo foto do seu 'namoradinho' no meio do trabalho? - Xue Yang questionou, semi-cerrando os olhos escuros.

- Não me enche, Yang. - Ríspido como um tapa, mas ainda com carinho, ele proferiu. - Ele é tão lindo, sabe?

O Xue revirou os olhos: - Claro que eu sei, você fala dele 25 horas no dia. E o dia tem 24 horas!

Yao murmurou um "Uhum", sequer prestando atenção.

- É sério, o que ele tem demais? - Como se fosse nada, ele questionou.

- O que ele tem demais? - Meng Yao parecia tão ofendido quanto quando falavam algo de sua querida mãe. - Ah, Yang... Se você entendesse... Ele é tudo!

- Essa sua conversa sempre me deixa tão enjoado... - Bebendo da xícara de café em sua destra, com um sorriso ladino, ele comentou. - Ninguém é tudo, Yao-ge, nem mesmo o seu namoradinho alto e forte.

- Ele não é perfeito por ser alto e forte... Mas com certeza não é menos perfeito por isso... - Um flash de pensamentos nada puros passaram pelos olhos de Meng Yao e ele corou uma vez, além de bonito, Lan Xichen era muitas coisas mais, mas isso não apagava que ele era bonito. E bote bonito nisso...

O maxilar marcado, os braços definidos que foram resultado de anos de academia que ele fazia em seu tempo livre. Quem faz academia quando está entediado em casa? Isso mesmo, Lan Xichen, o homem mais perfeito do mundo. Ah, e os olhos... Os olhos levemente claros, quase cinzas, faziam com que ele parecesse uma pintura, a obra mais bela. Seu sorriso? Ouro. Suas habilidades culinárias levariam qualquer um ao paraíso. Tudo em Lan Xichen era extasiante, como Xue Yang, que já conhecia pelo menos de vista, poderia não ver? Ele era cego, por acaso?

- Ou talvez eu esteja cego de amor... - Yao pensou consigo mesmo mas balançou a cabeça em seguida. Até mesmo um cego notaria cada perfeição até mesmo nos defeitos do Lan.

Ele não sabia lavar roupa sem rasgar pelo menos uma camiseta, mas essa era a ocasião perfeita para Yao sair de sua casa para ajudá-lo!

Ele não sabia como ver o lado ruim das pessoas, era um pouco ingênuo, mas os olhos críticos do baixinho estavam sempre julgando ao seu lado.

Eles eram como Yin e Yang. Talvez fosse por isso...

- E lá vai você nas nuvens novamente! - O Xue exclamou ao revirar os olhos.

- Você precisa de amor no seu coração, Yang-didi, juro por deus que quando você se apaixonar eu vou rir da sua cara todos os dias que se seguirem. - Levantando um mindinho numa promessa infantil que eles dois, que haviam crescido juntos, sempre haviam adorado. - Eu juro!

- Vou adorar ver você quebrar a cara... - Bebeu do café e entrelaçou seu dedinho no do menor. - Eu nunca, em toda a minha vida, vou me apaixonar. Sou um homem livre!

- Uhum, vai nessa... - Murmurando, Meng Yao voltou ao seu trabalho, lavando a louça e atendendo os poucos clientes que insistiam em chegar, seu turno já estava quase terminando e ele só fez mais alguns pedidos e então seu relógio apitou, indicando que seu trabalho já havia terminado por hoje. Não evitou do cansaço cair sobre suas costas, mas, com um sorriso, guardou o avental no armário e se despediu do gerente.

Jiang Fengmian era gentil, pai da namorada de seu irmão mais novo, e o Meng não tinha absolutamente nada contra ele. E, acredite se quiser, ele tinha muitas coisas contra muitas pessoas, mas Fengmian escapava disso. Ele tinha suas falhas, mas ouvia bem e entendia os dias que Meng Yao precisava faltar para cuidar de alguns assuntos, se propunha a ouvir... E, pelo o que ouvia, ele tentava melhorar como pai depois de alguns erros durante a infância de seus três filhos. Meng Yao, por um momento, pensou o que teria acontecido se tivesse um pai como ele...

E novamente balançou a cabeça e seguiu.

O caminho para casa era calmo e silencioso quando feito sozinho, apesar de Yao sempre sorrir para a vizinha do primeiro andar que regava as plantas naquele mesmo horário, cumprimentar o porteiro e conversar um pouco sobre os problemas do dia que passou e então entrar no elevador. Ah, essa era a melhor parte...

Quando acompanhado era bom, maravilhoso até.

Quando sozinho? Muito melhor. Ele amava ficar sozinho com seus pensamentos depois de um exaustivo dia, planejar sozinho como ia ser o próximo e como estaria a casa assim que abrisse a porta.

Melhor ainda era abrir a porta de seu apartamento ao chegar e sentir o cheiro...

Aquele cheiro...

Cheiro de lar.

Ele olha para a cozinha e lá está Lan Xichen com seu avental azul e um rabo de cavalo feito com maestria e que o deixava ainda mais cheio de charme. O perfume natural das plantas que Meng Yao quis colocar na sala, o jantar que o Lan gostava de fazer antecipadamente...

Ah, isso que é casa?, seu eu de muitos anos atrás perguntava em sua cabeça, que aos poucos se esvazia dos pensamentos desnecessário.

Deixa sua bolsa em um canto, bagunça o cabelo e abre um pouco a camisa de botão, sem ligar se alguém ia ver, ele estava em casa. Anda até a cozinha e se apoia no balcão para olhar o namorado, noivo, futuro marido, nos olhos com uma sinceridade impressionante.

É possível ver tantas faíscas vermelhas como o amor naquele momento que até mesmo fogo parece baixar perante a energia daquele casal.

Xichen estava de fone de ouvidos porque precisava se perder em seu próprio mundo para se concentrar no que fazia, mas a música o lembrava Meng Yao.

Afinal, Meng Yao era sua casa e seu mundo.

A comida que estava fazendo era a favorita de Yao e tinha um puro gosto de amor.

O beijo que eles trocaram naquele momento tinha gosto de amor.

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𝗍𝖾𝗆 𝗀𝗈𝗌𝗍𝗈 𝖽𝖾 𝖺𝗆𝗈𝗋.Onde histórias criam vida. Descubra agora