Cap. 21 Mal Pressentimento

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9 dias antes

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Hyerin caminhava saltitante de mãos dadas com a nossa mãe, seus fios pretinhos esvoaçavam com a brisa que anunciava chuva se próximado, seu vestidinho azul combinava com os sapatos e a deixava, aos meus olhos, mais bonita que qualquer princesa da Disney. Jungyea estava ao lado com seus costumeiros fones de ouvido mas ainda sim deixava um lado pendurado para poder escutar nossa irmã tagarelar. O parque onde andávamos estava vazio e tudo que tinha em minha visão eram algumas árvores e a minha família andando a alguns metros na frente, mesmo que o tempo estivesse se fechando o dia ainda era agradável e o lago ao lado não deixava de ser bonito mesmo sem as nuvens e os céu azul refletindo em sua águas, quando volto minha atenção a elas vejo mais uma silhueta entra no meu campo de visão e ela estava próxima de mais.
O homem caminhou tranquilamente até estar ao lado de Hyerin que sorria como sempre, ele estendeu sua mão à ela que não se negou em segura-la com a seus dedos miúdos e já de mãos dadas com o homem, ele começa a se afastar, e as outras duas não pareciam ter percebido o homem e nem sentindo a falta de Hyerin ali... Mas felizmente eu tinha, e tentei maechar até ele pronto para não calcular a força do soco que eu o daria, mas ao tentar me mover não sinti meus pés, era como se estivessem pregados ao chão.
Assustado olho para baixo a procura do que me impedia de me mover. Eram raízes pretas que quebravam o asfalto e se engrenhavam como cobras que começaram a subir e se enroscar em minhas pernas me prendendo cada vez mais ao chão. Assustado, tento puxa-las e rasga-las com as mãos mas falhei miseravelmente pois elas continuavam a subir e me amarrar, até chegar a um ponto que senti minhas pernas perderem as forças e cederem a pressão que elas faziam para baixo. O impacto do meu joelho no chão foi doloroso e mesmo assim as raízes não paravam, subindo até meu estômago e apertando numa força que começava a ser incômoda, e depois de tentar mais uma vez me soltar percebi que não sairia dali, não conseguiria sozinho e o homem não pararia de se afastar com a pequena Hye.
Eu precisava fazer alguma coisa, tentei chamar a atenção de alguém mas meu grito não tinha voz, e mesmo assim eu tentei gritava até sentir a garganta arder. Mas ninguém me escutava, nem mesmo eu. Estava preso e mudo vendo alguém levar umas das coisas mais preciosas da minha vida embora.
Então após tanto lutar para me levantar só me sobrou uma última opção, que foi dar mais atenção ao metal que apareceu repentinamente jogado no chão a minha frente. Me estico com esforço e pego a peça rapidamente colocando o homem na mira de uma forma meio desajeitada, eu não tinha tempo pois logo minhas mãos seriam presas também, elas tremiam e meu dedo como todas as vezes que tentei fazer aquilo, se recusava a ir ao gatilho.
Mas eu tinha que fazer ou perderia Hyerin, eu não estava disposto a perde-la e quando finalmente no calor do momento consigo mover o indicador até o gatilho, fecho os meus olhos ao mesmo tempo em que o aperto,mas... não ouve disparo, apenas um líquido escorrendo em minhas mãos. A peça de metal antes solida se desmaterializou em um líquido viscoso, passando por entre meus dedos, escorrendo até os cotovelos e pingando no chão.

O liquido era vermelho. Vermelho sangue...e estava em minhas mãos.

Mas a chuva pareceu chegar apenas para limpa-las e junto com as gotas que caiam do céu meu corpo foi totalmente envolto pelas raízes e jogado ao chão com violência sendo imobilizado com o parte direita do rosto no asfalto, agora, encharcado.
A água da chuva batia contra meu lado esquerdo me impedia de deixar os olhos abertos por muito tempo. Me recusava a ficar ali, me recusava a ter Hyerin tirada de mim mas antes que eu pudesse fazer mais algum esforço inútil, um sapato preto e bem polido se aproxima  acompanhando por um azul bebê bem menor e pararam bem diante meu rosto. Senti desespero de apossa do meu corpo e gritei mudo mil vezes para que ele se afastasse dela, me debati mais ainda ao sentir as raízes começaram a me impedir de respirar perfeitamente, lutei e lutei mas um estrondo alto e tão próximo a mim fez meu corpo congelar.
E o próximo som de impacto foi o de um corpo pequeno desabando bem diante os meus olhos, caindo na mesma posição que eu a menos de trinta centímetros do meu rosto...olhando diretamente para mim ainda com as pálpebras abertas.

《 Escape 》jjk + pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora