Já era a quarta vez que eu passava pelo corredor da sala de Maxon vindo e indo com impressões de fichas que Schreave precisava. E quando eu chegava no escritório, Maxon estava do mesmo jeito em todas as vezes: sentado de frente para seu computador parecendo extremamente concentrado.
Coloquei os papéis em sua mesa. Aqueles eram os últimos, pelo menos dos quais estavam no pendrive. Olhei para Maxon que lia algo em um artigo, logo depois voltou o olhar para a tela.
— Sr Schreave...? — O chamei, mesmo não querendo. Aquele tipo de concentração era difícil de adquirir, mas eu não aguentaria ficar apenas o olhando sem ter nada para fazer.
Maxon demorou cinco segundos mas voltou seus olhos para mim.
— O senhor vai precisar de mais alguma coisa? — Perguntei.
Ele realmente parecia cansado, seus olhos castanhos estavam escuros e as olheiras debaixo deles estavam bem visíveis. Desejei não ter falado nada. É normal se sentir tão inquieta só por perguntar a seu chefe se ele precisa de mais um serviço seu?
E de novo Maxon ficou em silêncio. Ele parecia querer dar atenção as duas coisas mas não estava conseguindo nenhuma. Por fim, ele olhou para mim e disse:
— Pode me trazer um café, por favor? — Voltou a teclar na mesma hora. Óbvio. Tirar impressões era a coisa mais útil que eu faria naquele dia, voltamos a estaca zero onde eu volto a adocicar o café dele três vezes por dia.
Suspirei e tentei sorrir.
— Claro, com licença — Falei me retirando da sala.
[...]
Ao meio dia, alguns funcionários entraram pela porta do restaurante da empresa. Eu já estava lá a vinte minutos pois Maxon tinha me liberado mais cedo, afinal eu não tinha muito o que fazer.
Marlee comprou um prato feito e caminhou até mim.
— Woodwork é tão legal, acho que tive muita sorte — Ela começou assim que se sentou na cadeira em frente a mim. Marlee caíra com Carter, o que eu também achava ser sorte, ela acabou não ficando em dupla, o que garantia ter um chefe legal e atencioso só para si. — Hoje mesmo ele me deixou agendar duas reuniões com algumas empresas de Chicago, e me permitiu ver a infraestrutura de um prédio que estamos tentando alugar. Foi demais.
Tentei sorrir, tentei mesmo. Eu estava feliz por Marlee, aquilo era uma das coisas que todo estagiário desejava fazer: coisas úteis. Mas apesar de tudo isso, não consegui deixar de comparar em como Marlee estava muito além de mim em questão de aprendizagem.
Não era a primeira vez que ela chegava em mim e falava sobre suas "aventuras" como auxiliar de Woodwork. oosdoispareciam estar em sintonia e ele disposto a ensina-la.
Mas isso parecia não acontecer comigo nem em sonhos.
Acho que meus pensamentos refletiram em meu rosto porque Marlee reparou.
— Ah Meri, o que foi ? — Perguntou parecendo até um pouco culpada pelo que tinha acabado de falar.
— Não é nada demais, estou contente por você — Sorri mas mesmo assim não consegui convence-la totalmente — É só que... Já fazem alguns dias que estou trabalhando para Maxon e não faço nada além de imprimir relatórios para ele e buscar cafezinhos. Sei que é isso que todo estagiário faz mas parece que todo mundo de alguma forma esta avançando, e eu continuo parada no mesmo lugar.
Soltei tudo de uma vez, parecia estar entalado na minha garganta. Marlee segurou minha mão.
— Meri, se ele não esta te pondo pra fazer nada de "útil", não acha que deveria ir reclamar com o superior de Maxon?
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Sr. Maxon Schreave
Fanfiction"É quase uma lei não gostar do seu chefe". Maxon Schreave era o tipo de cara que você tem a plena certeza que não está ai pra você, e sua beleza ficava escondida atrás de sua postura rígida e sua forma seca de falar. Mas eu tinha um dever... o auxil...