1. White lips, pale face

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Abandonada, era a palavra que mais definia Angel Anderson naquele momento. Seu pai bebia, e devia várias dívidas enormes em algum botequim de esquina, entre outras apostas. A boa noticia, é que ele pagou. A má noticia, é que foi com a sua vida. Já sua mãe, Angel nem chegou a conhecê-la direito, pois ela a deixara com menos de um mês de idade. Seu pai costumava dizer que ela tinha virado uma moradora de rua, e ficava vagabundeando por aí.

E essa era a família dela. Sem irmãos, tios, ou outros parentes conhecidos, ela tentava segurar o aluguel do pequeno apartamento que era mantido pelo pai, que fazia vários bicos para sustentar os dois.

A única coisa que restou a ela fora seu gatinho de estimação, que ela batizara de Teddy, quando era muito pequena. O gato é o único que a acompanha desde o inicio de sua vida.

Angel estava tentando fritar um ovo ao sol, porque o dia era quente, e o calor estava insuportável, quando alguém bateu em sua porta estrondosamente.

- Quem é? – ela perguntou, redigindo sua atenção para a porta.

- É o Sr. Lee. – falou o homem. Ele era o dono do prédio, e era responsável por cobrar o aluguel dos moradores.

- O que você quer? – Angel perguntou, fechando a cara, embora ele não pudesse vê-la.

- Quero o dinheiro do meu aluguel! Você está enrolando há... HÁ SETE MESES! Não posso esperar mais nem um segundo. Abra esta porta. AGORA. – ele disse, furioso, batendo mais forte na porta.

Angel foi até lá e olhou através do olho mágico. Não sabia o que iria fazer. Se abrisse a porta, Sr. Lee iria tirá-la de lá à força, mas se não abrisse, iria ser presa por não pagar o aluguel. Ela não queria ficar endividada, como seu pai, porém, não tinha outra opção. Já tinham cortado-lhe a luz, depois o gás. Só o que restava era a água, que, ultimamente, estava caindo bem pouca.

Ela respirou fundo e abriu as três trancas de metal que seu pai paranoico colocara. Que irônico... Não adiantou de nada, ele foi assassinado quando foi fazer um serviço de encanação... Que na verdade, era uma emboscada.

- Escute bem, eu fui muito tolerante com você porque eu sei como é difícil viver sem um pai. Mas, você tem QUASE DEZESSETE ANOS! Já era para você ter arranjado um emprego há muito tempo. – Sr. Lee disse, entrando bruscamente no apartamento e segurando Angel com força pelo braço. Teddy miou, numa tentativa de defendê-la, mas fora em vão. Ele era tão assustador quanto uma batata.

- Eu vou conseguir um emprego, Lee, só que tá difícil! Eu juro que eu tentei... Eu vou conseguir, só me dê mais uma semana e eu prometo que...

- NADA DE PROMESSAS! VOCÊ ME ENROLA HÁ MUITO TEMPO! QUERO VOCÊ FORA DAQUI AGORA! VOCÊ TEM SORTE QUE EU SOU PACIENTE E AINDA NÃO CHAMEI A POLICIA...

- Só me dê um tempo para eu pegar as minhas coisas que eu vou...

- Dez minutos. E eu não vou sair daqui até que você faça o mesmo. – ele disse, cruzando os braços e batendo os pés impacientemente no chão.

The A Team Story (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora