Ladrão de automóveis

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(S/N)

— Eu acho que ele não veio em missão de paz — minha mãe disse, encarando-me com preocupação. — Além de te tratar mal, falou sobre o seu namoro com o Minhyuk nas duas vezes que te encontrou.

— Isso deve ser o que mais o incomoda.

— Também não é pra menos.

— Mãe, por favor.

— Eu gostava do Jeongguk, mas o que ele fez me deixou bastante decepcionada e foi por isso que eu até apoiei que você se relacionasse com o Park. Mas, pense direitinho, namorar o antigo melhor amigo dele é pesado, (s/n). Faz parecer que vocês já se gostavam quando você ainda o namorava.

— Eu sei, mãe. Mas tudo aconteceu de um jeito tão bagunçado, ele foi embora e eu achei que nunca mais voltaria. Como eu podia imaginar que ele retornaria três anos depois?

— Olha, eu diria pra você mandar o Jeongguk ir passear se soubesse que você ama o Minhyuk. Se vocês se amassem de verdade, essa situação pouco importaria. O fato é que você ama o Jeongguk e provavelmente ele deve te odiar agora — suspirei pesadamente, encarando as pessoas passeando pelo shopping. — Só devemos saber o motivo exato.

— Mãe, está na cara e você já disse — encarei-a e revirei os olhos em seguida. — Minhyuk.

— E se você tentasse conversar com ele?

— Pra quê?

— Pra explicar tudo e quem sabe conseguir uma reconciliação — piscou o olho.

— Não me humilharia tanto — bufei. — Não quero aquele homem de volta, tenho a minha dignidade. Jeongguk praticamente disse que eu era qualquer uma — terminei de beber o meu suco e chamei o garçom para pedir a conta. — Tenho que ir trabalhar — anunciei. — Dá tempo de te deixar em casa.

— Não se preocupe comigo, eu vou fazer umas comprinhas — sorriu abertamente e eu revirei os olhos. Como ela aguentava comprar tanto? — Precisa de algo pra sua casa? Cobertor, cortinas...

— Não, mãe. Está tudo bem lá em casa — entreguei o meu cartão para o rapaz que se aproximou. Eu havia convidado a minha mãe para almoçar e fiz questão de pagar.

— Pense sobre a conversa com ele.

— Não vou, é perda de tempo. Eu pedi desculpas e ele não aceitou, não há mais o que fazer. Jeongguk pensa que está certo, mas ele provavelmente não se lembra de que me fez de idiota por um ano, mentiu sobre tudo o que acontecia na vida dele, maquiou uma história horrorosa e se aproveitou da nossa falta de informação pra nos ludibriar.

— É, ele aproveitou que éramos estrangeiros e usou o nosso senso comum pra auxiliá-lo naquela história de estúdio — suspirou. — Muito esperto, tenho que admitir.

— Até demais — levantei-me após recolher o cartão. — Ele nunca vai entender o que aconteceu naquele dia e eu não vou me esforçar pra isso. Jeongguk deve seguir a vida dele e me deixar em paz, apenas.

— Você realmente quer isso? — Nos entreolhamos. Peguei a minha bolsa e a coloquei sobre o ombro.

— Quero.

Despedi-me da minha mãe com um beijo em sua bochecha e segui até o estacionamento. Como sempre, esqueci onde havia deixado o meu carro e caminhei entre as fileiras por longos minutos até achar o veículo branco parado ao lado de uma placa. Foi exatamente ali que eu deixei. Caminhei rapidamente até lá, mas parei abruptamente ao perceber que um homem tentava abri-lo com impaciência.

— Por que não abre? — Se perguntava enquanto puxava a porta com força.

— Ei! — Soltei um grito que o assustou. Ele virou-se para mim e... Nossa! Um homem lindo demais para precisar roubar o meu carro. Ele simplesmente poderia ser modelo e ganhar muito dinheiro, com certeza uma oportunidade lhe faltou.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora