Capítulo Único.

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:(

~•~

Exatamente como em qualquer outro dia, a casa Dragneel-Heartfilia estava barulhenta, mas hoje não é um dia como os outros. Hoje é o primeiro dia na creche da pequena Nashi Heartfilia Dragneel.

— Anda, dorminhoca, a gente vai se atrasar.

— Não pode 'atasa! – pulou o último degrau da escada.

— Já falei 'pra não fazer isso. Se fizer de novo, vai ficar de castigo.

A menina fez bico e assentiu. 

— Vamos conferir.

— 'Confeii!

— Mochila?

— Aqui.

— Capa de chuva?

— Aqui.

— Bota?

— Aqui.

— Okay, então 'tá tudo certo, vamos.

— Não. 'Pimeiio 'teio que 'faia com a mamãe.

Ela correu até a mesa de centro e pegou a fotografia de sua mãe, Lucy Heartfilia.

— Mamãe, eu vou 'pa 'escoia e vou me 'compota. – sorriu e beijou a imagem. — Eu te amo hoje e 'paia 'sempe.

Natsu olhava a cena com carinho e uma pontada de tristeza.

— 'Ponto!

Os dois partiram para o novo destino e depois da choradeira de despedida, Nashi entrou para seu primeiro dia na creche. 

Natsu trabalhava de casa, então foi para lá que ele se dirigiu.

Ao sentar no sofá, observou atentamente a fotografia na mesa de centro. Ele lembra perfeitamente do dia que a tirou. Lucy estava feliz por ter entrado na faculdade dos sonhos e ao ver aquele sorriso, Natsu não conseguiu evitar o desejo de imortalizar aquele momento. Ainda bem que o fez, aquela era a única forma de o ver. 

Lucy Heartfilia faleceu.

Morreu dando a luz a sua amada e esperada filha. Natsu nunca deixou de falar sobre a mulher que ama. Ele queria que Nashi soubesse que mãe incrível ela tem.

Ainda lembra claramente de como tudo aconteceu.

***

Lucy estava de 9 meses e havia caído em casa. Sua barriga doía muito e ela temia pela vida da criança.

— Lucy, vai ficar tudo bem. – disse seu marido ao aproximar-se da maca.

Ele estava no trabalho quando recebeu a ligação do hospital.

— Promete 'pra mim, Natsu, que se você tiver que esc…

— NÃO! 

— Promete?

— Não, eu não vou escolher.

— N-Natsu… AAAAH…

— NÃO!

No final, após tanta dor e medo, Nashi nasceu perfeita e Lucy estava tão cansada.

— Eu não falei que não iria escolher? 

— Sim. Deus atendeu minhas preces e agora você não terá que carregar o peso da culpa.

— O que quer dizer?

Ela sorriu ou fez uma careta, ele não sabe.

— Natsu, você pode segurá-la? – se aproximou. — Não, espera. – a loira então deu um beijo carinhoso na filha e algumas lágrimas desceram. — Mamãe te ama, hoje e sempre. – ela fez um gesto e ele entendeu que era para pegar a criança. — Natsu, você diz isso a ela? Que eu a amo hoje e para sempre? E-Eu já amava desde o p-primeiro dia que soube dela. 

— Do que você 'tá falando?

— P-Promet-e que vai dizer?

— Eu prometo. 

Então ela sorriu.

— Eu te am-o também. Hoje e para sempre.

— Eu também te…

Então a respiração ofegante dela ficou mais evidente e foi aí que ele percebeu que havia algo errado. 

Tudo aconteceu muito rápido. O aparelho de frequência cardíaca disparou e a equipe médica entrou em ação. Natsu foi tirado da sala, não sem antes ouvir o ininterrupto e significativo som do aparelho.

Não havia mais batimentos.

Foi só a enfermeira retirar a menina de seus braços que ele invadiu aquela sala.

— Não, não, não, Lucy, você não pode fazer isso comigo. Eu te amo! A Nashi é tão pequena e precisa da mãe.

E mais uma vez ele foi arrancado da sala, dessa vez pelos seguranças. 

Natsu cumpriu sua promessa, ele contou sobre o grande amor que a mãe tinha pela filha. Mostrou os vídeos que eles gravaram durante a gravidez e Nashi entendeu tão bem, mesmo sendo um recém nascido na época, elas criaram um laço tão forte.

***

Limpou as lágrimas que sempre caíam quando pensava nesse dia, mesmo que tenha passado 3 anos.

— Você sempre foi tão apressada Luce, morreu sem nem terminar de ouvir minha declaração. Eu sei que você sabia dos meus sentimentos, mas isso não quer dizer que podia morrer assim, no meio da frase-e. – chorou alto. — Sua idiota.

Ele ligou a televisão e deu continuidade ao vídeo que assistia mais cedo. É claro que era um deles, o dia em que estavam arrumando o quartinho do bebê. Natsu fechou os olhos, ele lembra claramente da cena e por isso não precisa assistir qual frase vem a seguir.

— Eu te amo, Natsu. Hoje e para sempre!

— Eu te amo, Lucy. Hoje e para sempre!

Disse alto para a sala vazia.

Hoje e Para Sempre.Onde histórias criam vida. Descubra agora