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-Um neto! eu vou ser avó! 

Ela me abraçou sorrindo, e passou a mão em minha barriga. 

-Vou ser a melhor vó do mundo! 

-Eu preciso que você seja mãe! 

-Quê? 

- Não quero meu filho sem uma mãe, sei o que é isso e não posso carrega-lo e procurar Iago, preciso que ele fique seguro, por favor?! 

-Claro minha filha, é claro que eu não vou me negar a cuidar dele! 

-Mas eu preciso partir, ainda tenho de proteger a terra, vou partir a procura dele hoje a noite, daqui um tempo quando eu achar que estiver na hora eu volto para você me ajudar, pode ser? 

-Claro eu estarei esperando! 

Fiquei mais um tempo ali abraçada a ela, ela me deu janta e logo após me despedi.

Parti após uma varredura na cidade, já estou a mais de sete meses me obrigando a falar com pessoas para saber se viram alguém igual a ele, Luana está me ajudando espalhando cartazes de desaparecido pelas cidades em volta, já estou bastante longe, arranjei um jeito de me comunicar com ela, por carta eu falava a cidade que eu iria estar e ela mandava as cartas, sempre querendo saber como nós estávamos, minha barriga estava grande para o meu tamanho e a criança mexia bastante, destruí uns 18 monstros e sobras perdi as contas, a barriga não me atrapalhava, mas eu comia mais do que antes, acho que já está na hora de voltar, vou levar pelo menos um mês para chegar, então pelas contas de Luana, nasce daqui exatos esse tempo, peguei um trem no caminho de volta, eu era mais rápida que ele a pé, mas eu não estava afim de caminhar. 

-Olá procuro por este jovem você o viu? 

Essa era minha fala, ninguém viu ele, assim que o bebê nascer vou fazer a volta ao mundo atrás dele, eu vou acha-lo. 

Estava caminhando pelos campos em direção a cidade quando senti uma dor, uma dor fina logo abaixo da minha barriga, Será que está chegando a hora, eu preciso correr, comecei a correr, mas cada dor me fazia parar.  

-Aguenta bebê, eu preciso chegar lá!  

As dores começaram a aumentar e vi uma floresta, entrei e me apoiei em uma árvore, um líquido desceu por minha perna e uma forte dor me vez urrar. 

-Haaaaaa... 

Senti um galho quebrando logo a minha frente, peguei minha sai, e me levantei, não podia acreditar que as sombras me encontraram nessa hora. 

-Apareça, quem quer que seja! 

-Calma, sua mãe nos mandou para ajudá-la! 

-Quem são vocês? 

-Somos suas ninfas!  

Eram lindas mulheres, com cabelos longos e muitas flores emaranhadas em seus cabelos, usavam roupas claras quase transparentes. 

- Encoste-se ai! 

Uma delas me ordenou enquanto tiravam minha roupa, fiquei quase nua, eu não conseguia pensar direito, não estava acostumada a sentir dor física, estava me deixando atordoada, uma das mulheres se posicionou no meio de minhas pernas, outra estava com panos nos braços esperando ao lado, outra estava com um athame e uns cordões em mãos, outra me deu a mão.  

-Quando a dor vier, faça força com seu ventre para ajudar o bebê a sair! 

E assim o fiz, na terceira tentativa senti o bebê escorregar e o choro invadiu a floresta, comecei a chorar, eu estava tendo um turbilhão de sentimentos, uma parte de mim chorava por estar contente pela vida que acabara de nascer e outra parte porque queria que Iago estivesse comigo, a ninfa que tirou o bebê, colocou-o em cima de mim perto de meus seios que estavam enormes, o bebê gemeu um pouco e encontrou o bico do meu seio sugando-o, Olhei para a ninfa que segurava minha mão. 

-Você vai alimenta-la por alguns meses, sua mãe nos permitiu sair da floresta para ajudá-la com as sombras! 

-É uma menina? 

-Sim, uma linda menina! 

Olhei para aquele rostinho corado fazendo barulho enquanto sugava o alimento que eu fornecia, uma das mulheres amarrou o cordão que ligava seu umbigo a meu ventre, amarrou outro cordão deixando um espaço no meio e me deu o athame.  

- Corte o laço que as une! 

Cortei entre os dois cordões, minha filha mamava enquanto a mulher puxava alguma coisa de dentro de mim com magia, me senti oca, vazia, difícil de explicar. 

- O Sol já vai nascer, acha que consegue se levantar? 

-Acho que sim! 

Eu estava ótima, elas usaram magia de cura em mim, me ajudaram a me vestir enquanto embrulhavam minha pequena bebê naqueles tecidos brancos e logo em seguida a entregaram a mim. 

-Sua filha é muito linda, mas não parece com você! 

- Ela é muito parecida com o pai dela! 

Falei aquilo orgulhosa e feliz por ver um pedacinho de Iago ali comigo, em seguida elas embrulharam minha bebê com um tecido maior pela volta de minhas costas e o corpo todo do bebê, ficou mais fácil de carrega-la. 

-Quero agradecer a vocês pelo que fizeram comigo, não sei o que teria feito sem vocês! 

-Agradeça sua mãe! 

-Eu vou! 

-Já tem um nome? 

-Lua, uma homenagem as duas avós! 

-Escolheu um lindo nome, que a Deusa te proteja meu bem! 

Disse uma delas passando a mão sobre o rostinho da Lua, ela dormia serena. 

Os Descendentes 2 -A Morte não é o Fim.Onde histórias criam vida. Descubra agora