Vinte&Três

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Bem pessoal, seguinte: este capítulo pode ser considerado "ruim", "péssimo", entre muitos outros. Não por causa da forma de escrita (que eu acredito agradar vocês), mas sim porque vão ter coisas pesadas aqui, apenas citações, mas ainda assim... Bem, de qualquer forma esse é um capítulo de transição, algo de extrema importância e (me desculpem por isso!!!!!) vital para o desenrolar da trama. Me perdoem.

~ Joontaeoh



James não esperava a corrente de sensações que atravessou seu corpo naquele momento. Ele estremeceu fortemente e gemeu alto, jogando a cabeça para trás em puro deleite, seu coração batendo cada vez mais rápido e seu cérebro parando de funcionar por alguns segundos. Ele sentiu seus ossos derreterem ao mesmo tempo em que se excitava apenas por ouvir o gemido de satisfação do alfa. Sentiu suas mãos longas e frias em sua cintura e o corpo maior lhe cobrir por inteiro. Gemeu apertando os olhos e então logo as sensações foram, aos poucos, se dissipando.

Encarou Severus de olhos semi-serrados, observando com espanto como seus olhos - anteriormente negros - estavam prateados como a própria lua cheia. A pele que já era pálida agora estava fantasmagórica e os lábios eram tão vermelhos quanto o sangue que escorria entre eles. As tatuagens azul-safira em sua face nunca pareceram tão lindas.

Quando se olharam nos olhos James tremeu e sua respiração parou. Se perdera entre eles e via, nitidamente, cada momento da vida do alfa, como se mergulhasse em uma penseira - seu nascimento, que o moreno maior nem se lembrava, a forma chorosa com que sua mãe, Eileen, o encarava e sorria mesmo morrendo de dor. Estavam em um hospital trouxa e ao seu lado, um homem de cabelos ruivos curtos e olhos azul-céu também sorria como ela. Era um alfa muito bonito e imaginava que aquele homem era algum irmão ou parente de Eileen, mas corou de constrangimento ao ver o homem desconhecido dar um selinho na mulher.

- Ele é um alfa, Eileen! - reconheceu rindo alto. - Meu Deus, um alfa! Como eu! Ele é tão parecido com você... - ria alegre. - Mas só na aparência! Ele vai ser como eu! Forte e muito bem criado! Nosso pequeno bebê!

E tomou a criança pálida nos braços fortes, a erguendo como se fosse algum tipo de troféu, a olhando maravilhado. Em seus olhos azuis o orgulho do pequeno bebê alfa de cabelos acastanhados cintilava. Se mexendo incomodado, James se sentiu um idiota. Imaginara como Tobias, o pai de Severus, poderia ser, e ver aquele alfa corpulento e aparentemente carinhoso tratar tão bem seu filho que se tornaria alguém amargo e frio fez seu peito doer.

Grande idiota é você Severus Snape! - queria gritar com ele por horas.

A memória mudou, e agora mostrava um pequeno Severus, de uma idade mínima próxima a uns quatro, talvez cinco anos, os cabelos começando a crescer mais que o esperado e ficando mais escuros, correndo atrás de duas crianças maiores do que ele. Ambas ruivas, uma garota ômega de mesmos olhos azuis que o alfa-pai e outro garoto - também alfa - de olhos negros. Pareciam mais velhas e todos os três riam alto com a brincadeira de fugir do mais novo - no caso, Severus.

Olhou pela janela quando ouviu um barulho e viu ser o alfa ruivo e alto que chegara e estava tirando as chaves de casa do bolso. Uma exclamação foi ouvida e voltou seu olhar verde para a sala, cobrindo a boca para conter seu sorriso quando viu que Severus flutuava depois de quase cair. Era sua primeira magia acidental, tinha certeza, e estava realmente orgulhoso por ela acontecer em uma idade tão tenra. Seus irmãos riam e lhe davam elogios por finalmente manifestar magia.

A porta se abriu e Tobias entrou, a trancando logo depois e só então percebendo o que ocorria em sua sala de estar, paralisando na entrada. James sorriu ao imaginar sua reação, pulando de alegria com os filhos e chamando sua esposa para compartilhar sua alegria. Ele sorriu doce com a imagem mental, mas seu sorriso desapareceu em um piscar de olhos.

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora