Zhong Chenle ainda acabaria o enlouquecendo, Donghyuck sabia disso. Sabia pela forma como ele chamava sua atenção, prendendo tanto seu olhar, o fazendo desejar mais e mais de si a cada momento em que partilhavam do mesmo banquinho enquanto tocavam piano. Os dedos bonitos do chinês dedilhavam com dedicação sempre o instrumento durante as aulas, a tentar ensinar algo ao Lee, mal sabendo que ele, na verdade, ele queria mais era aqueles belos dedos indo fundo dentro de si. Se continha apenas a apertar as próprias coxas, respirando fundo para não evidenciar que era um pervertido e o desejava descaradamente.
Parecia pedir demais para si para que não se atraísse pelo chinês. Além de ser adorável e sempre lhe trazer conforto apenas com sua mera presença, ainda era extremamente bonito, o deixando a babar por si facilmente. Era uma tarefa árdua, aquela de não se deixar envolver, principalmente quando seu suposto não envolvimento tinha o sorriso mais perfeito do mundo, que parecia ter sido esculpido à mão pelos mais talentosos anjos do céu. Ele por inteiro era, na verdade. Desde os cabelos que, independente do penteado, estavam um pouco jogados por cima dos ombros, até os seus pés que quase sempre eram acompanhados por um delicado saltinho preto, não fino por não ter habilidade, e a grossura do apoio parecia dar ainda mais um ar de elegância para si. Donghyuck sentia vontade de se jogar aos seus pés e lamber por onde o mais novo fosse passar.
E o pior era que, na aula atual, Chenle estava belamente vestido. Ele sempre estava, na verdade. Mas agora não havia suas saias de tom pastel, ou vestidos eternamente neutros, ou as blusas grandes demais para seu corpo. Não havia sua fofura habitual ali. A calça jeans de lavagem preta apertava suas coxas fartas, elas pareciam querer saltar de sua vista. Donghyuck se viu encurralado, sem ar, apenas com aquilo. Havia uma blusa azul de botões em seu corpo também, que parecia marcar sua cintura e os seios bonitos. Pela quase transparência, a blusa deixava à vista seu sutiã rendado, de cor bege e alguns detalhes em algo que se parecia com rosa. Engoliu a seco, sentindo que, se não o fizesse, babaria. Sem sombra de dúvidas. Os cabelos longos e pretos eram presos em um rabo de cavalo alto, duas mechas caindo pelas laterais de seu rosto afiado. Os lábios eram enfeitados por uma fina camada de um batom em um tom forte e ao mesmo tempo suave de rosa, combinava com Chenle. Em seus pés, de forma glamurosa e quase superior, descansava seu converse amarelo. Donghyuck sabia que Chenle o adorava, mas quase não o usava por precisar manter um falso ar de autoridade e delicadeza que os pais impunham em si a todo momento, Donghyuck achava que ele não precisava daquilo, pois era natural de si. Era como se fosse algo que estivesse em seu sangue.
— Para de olhar como se quisesse entrar dentro da minha calça, Lee — Um tapa foi desferido em sua cabeça enquanto se sentava ao seu lado no banco largo disposto de frente ao piano.
— Se você me bater de novo, eu juro que me caso com você — Chenle riu, o encarando ladinamente pela cortina fina que seus cabelos formavam. Donghyuck sentiu um arrepio subir pelo seu corpo, principalmente quando sentiu os dedos desejados o tocar pela cintura — Lele… — Quase gemeu, ouvindo outra vez a risada baixa do garoto.
— Meus pais não estão em casa, bebê. Podemos aproveitar, se quiser — Sua voz doce se derramou pelos ouvidos, soprada suavemente em sua direção, o fazendo apertar as coxas para se conter, por saber que o mais novo apenas estava brincando.
— Pare de brincadeiras — Gaguejou, o sentindo a apertar mais sua cintura, grunhindo baixinho — Eu sei que você não quer nada, pare com isso.
Diferente do quase desejado, Chenle, ao invés de se afastar, passou a deixar beijos suaves pela derme arrepiada de seu pescoço, o pintando suavemente com tons delicados de rosa. Os lábios grossos parecendo com nuvens ao tocar ali, e Donghyuck apenas sentia mais e mais vontade de se render de uma vez, quase se sentindo derreter ao toque. Mordeu o lábio, suspirando baixinho, iria abrir a boca mais uma vez, mas foi quando sentiu o mais novo sugar ali, os dentes pressionando a pele morena que parecia ter recebido diversos beijos delicados do Sol. Ao invés de sua voz falsamente firme, apenas escapou um gemido agudo e manhoso, que causou um riso gostoso no outro.
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Unfair
FanfictionDonghyuck achava simplesmente fascinante a leveza com a qual os dedos de Chenle trabalhavam enquanto ele tocava o piano, na mesma intensidade qual se sentia injustificado pra caralho por ele não enfiar de uma vez aqueles dedos em si.