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Estávamos nos despedindo no portão, era um abraço forte e sabia que não teria mais volta, então era difícil de segurar o choro. 

_ Me desculpe por tudo _ sai do seu abraço, o encarei pela última vez. 

_ Adeus _ comecei a caminhar, me esforçando ao máximo para não olhar para trás. 

Quando virei a esquina desabei a chorar. Eu tinha terminado com ele, mas não significava que não o amava mais. Foi um ano achando que nosso relacionamento era saudável, mas meu psicológico já estava totalmente abalado por conta das atitudes dele e pela primeira vez pensei em mim. Ele por outro lado não queria mais estar junto a mim a muito tempo, só que não teve a mesma coragem que tive. 

Agora eu estava sozinha nessa cidade de Nova Iorque, havia me afastado de amigos por conta desse relacionamento e por um momento pensei em cometer suicídio, mas me lembrei que tinha minha família ainda.




A caminho do sitio em que minha mãe morava, eu me sentia um pouco melhor. Eu morei boa parte da minha vida lá, me mudei para cidade já fazia um ano e meio para fazer faculdade e desde então moro sozinha. Chegando na estação encontrei minha mãe e meus irmãos me esperando de carro, quando me viram abriram um grande sorriso. 

_ Amy, que saudades _ todos vieram me abraçar em conjunto.

 Kate era só dois anos mais nova que eu, seu cabelo era totalmente diferente do meu loiro, um preto que realçava ainda mais seus olhos azuis, muita das vezes ela não via a beleza que tinha. Já o meu irmão Colin era dois anos mais velho que eu, mas parecia ter menos por ser tão inocente, sendo um moreno dos olhos verdes, se parecia muito com seu pai biológico, mas quem o criou mesmo foi meu pai. Adele, minha mãe era a versão mais velha de Kate, a única diferença era uns fios brancos em seu cabelo, também com seus 46 anos era de se esperar aparecerem alguns. 

_ Senti muita a falta de vocês também, desculpa ter demorado todo esse tempo _  sorri amarelo.

 Todos me faziam perguntas de como era a faculdade, a cidade, mas respondi rapidamente, pois eu queria mesmo era chegar no sitio. Entramos no carro e o caminho todo perguntavam por que tinha terminado com o Billy. 

_ Ele não me fazia bem mais, então terminei _ abaixei o vidro para sentir o vento no rosto.

 _ Oh minha nina, você fez o certo _ ela tocou na minha coxa em sinal de conforto. 

_ Eu sei, mas o importante é que vou compensar vocês e passar as férias todas aqui _ olhei para os meus irmãos e pisquei.




Era 15:30 quando abri a porta do meu quarto, jogando a bolsa no chão e o meu corpo na minha cama.

 _ Que saudade da minha caminha – me encolhi toda sentindo o meu próprio cheirinho.

 Peguei meu celular, mandando uma mensagem para minha mãe avisando que já tinha chegado em casa. Foi quase um mês lá, o que me fez muito bem. Eu revi meus amigos antigos, andei a cavalo, pesquei e me empanturrei de comida. Eu tinha superado tudo aquilo, prometi a mim mesma que não iria deixar ninguém me fazer sofrer mais, então mudaria minha versão boazinha/trouxa para fria/sem coração, claro que não seria totalmente assim. 

Hoje era terça, quinta começaria a fazer estagio em um escritório de advocacia muito famoso, semana que vem voltariam as aulas, o que era ótimo para eu organizar minha rotina nova. 

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