The bridge. [Concluída]

When the bridge meets the river.

Seo Changbin

Era uma madrugava chuvosa, as lágrimas quentes e salgadas que escorriam pelo rosto de Changbin se misturavam com as gotas frias da chuva. Ele caminhava em passos lentos enquanto abraçava seu corpo, a angústia, o medo, o vazio, a ansiedade... Era uma mistura de sentimentos, Changbin sentia algo em sua garganta, ele queria gritar. Gritar, até espantar todos esses sentimentos ruins de dentro de si. Em passos pequenos, ele já estava na ponte, o Rio Han, as lágrimas já caíam descontroladas. As lâmpadas que ficavam na ponte acenderam, mostrando as pequenas frases para que a pessoa que estava ali, não acabasse com sua própria vida. "O que te incomoda?" "As vezes a vida vale a pena ser vivida." "Como você gostaria de ser lembrado?" "Os melhores momentos da sua vida estão por vir." "Vá ver as pessoas de quem você sente saudades." "Como você está?" , e mais outras no quais Changbin achava uma perda de tempo.

Não havia carros, não havia ninguém. Changbin estava sozinho, e perdeu as contas de quantas vezes já esteve assim. Algumas lembranças, Changbin lembrou de cada uma. Seu melhor amigo, o quanto que eles se divertiam... Mas ele se afastou quando Changbin teve sua primeira crise. Seus pais, não se importavam com Changbin, o mesmo já fez a escola ser evacuada para tentar chamar a atenção dele, para que o olhassem, mas eles apenas reclamaram dizendo que Changbin estava rebelde demais. O colégio, seus colegas o chamavam de "perdedor", o quanto de Changbin foi afastado de seus colegas por o considerarem "o perdedor". A família, a pressão que tanto fazia Changbin sofrer, quando descobriram a sexualidade de Changbin, sua tia afastou seus primos mais novos dele dizendo que Changbin estava "doente" e que aquilo iria "contaminar" as crianças. O trabalho, Changbin era filho de uma atriz e de um policial, e como era filho de uma atriz, Changbin virou modelo... Sendo obrigado a ir em festas, sorrir para as câmeras e fazer o papel de ser o "filho perfeito que todas as mães queriam ter". Isso é tudo uma merda! Eu não aguento mais essa porra! Era o que Changbin queria gritar, mas ele não podia.

Changbin já estava ali, olhando para o rio, ele sabe que se fizer isso todos irão apenas falar: "Sua família é rica, ele tinha tudo, pra que fez isso?" "Se estivesse seguindo o caminho de Deus..." "Só queria atenção!" "Ainda bem, menos um." "Tudo por causa da sexualidade, isso não é coisa de Deus!" E também muitas outras coisas. Changbin era pequeno, talvez nem achem seu cadáver no meio de tantas algas, e seu desaparecimento nem iria ser tão importante, ninguém se importava; Esses eram os pensamentos de Changbin.

- Ei! O que você está fazendo?! Saía dai! - Uma voz grossa chamou a sua atenção. - Eu estou falando com você!

Changbin olhou, viu um garoto de cabelos loiros, ele usava um moletom rosa e calças jeans pretas simples e um chinelo. A chuva ficou mais intensa.

- Não faça isso! Vamos conversar um pouco, ok? Agora desça daí... - A voz do garoto soou calma, mas Changbin não suportava mais.

- E o que você vai fazer? Chamar a polícia e ela me levar para casa? - Changbin o olhou, o garoto suspirou e se aproximou.

- Olha... Eu sei o que você está passando, sei que é difícil, é uma sensação ruim no peito que da vontade de gritar... Mas, se você aguentar um pouco... - O garoto falava enquanto se aproximava de Changbin em passos lentos.

- Não perca seu tempo comigo... - Changbin falou.

- Por favor... Você vai se arrepender pelo resto de sua vida... - O garoto falava, Changbin conseguia ver a expressão preocupada no rosto do garoto. - Eu sei que é difícil ter que suportar isso, mas... Não faça isso...

- Por que se preocupa tanto assim? - Perguntou.

- Porque... - O garoto ficou em silêncio por alguns segundos, e soltou um suspiro triste. - Eu já perdi alguém incrível... E eu não quero que as pessoas que gostam de você sintam o mesmo que eu... - Falou.