Capítulo XX - Favor do Sol e da Água

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Assim que Ji Min pediu que Yoon Gi se aproximasse, ele pousou o copo na mesa e se ergueu tão suavemente da almofada que o rapaz não conseguiu entrever nem um único pedacinho da pele dele por entre as dobras da jungdan, apesar da peça ter a parte inferior completamente aberta. Isso deixou Ji Min um bocado ansioso. Quisera ele saber governar os próprios movimentos assim tão bem.

Três passos, e Yoon Gi tinha contornado a mesa, aceitando a mão que lhe oferecia e se acomodando de lado em seu colo, com ambas as pernas escapando por cima de sua coxa direita. A pressão que exercia sobre seu corpo era suave, mínima. Continuava muito leve, a despeito dos quilinhos ganhos nos últimos dias por conta da nova dieta. Talvez esse fosse o estado natural dele, afinal: leve e pálido como um delicado dente de leão. Teria de tomar cuidado, senão o machucaria.

Os primeiros toques foram sutis.

Uma mão dele espalmada em seu peito, sondando o ritmo mais e mais acelerado de seu coração, e a outra em seu pescoço, com os longos dedos afagando sua orelha e brincando com os cabelinhos em sua nuca. Um único toque, por mais insignificante que fosse, já bastava para lhe encher de arrepios, e eram tantos… Sua pele ainda estava muito sensível por causa do excesso de zelo de seu banho pré-nupcial. Sem falar na sua ereção esmagada sob diversas camadas de roupa e sob o belo homem em seu colo. Seus olhos chegavam a se apertarem, tamanho o seu deleite, tamanha a sua agonia.

Por sua vez, uma mão sua se apoiava na coxa esquerda dele, cedendo-lhe um carinho suave sobre o tecido que a cobria — seu braço escorava as costas dele, impedindo que tombasse de seu colo —, e a outra passeava, subindo devagar desde a lateral do corpo dele, passando pelo ombro e o pescoço e indo descansar à bochecha, onde deixou uma carícia antes de delinear os lábios acentuados e pressioná-los de leve, ao passo que apertava a coxa dele com a mesma intensidade. Yoon Gi deixou um suspiro, quase um gemido, escapar e estremeceu em seu colo. O olhar dele, curioso e contemplativo até aquele ponto, se tornou necessitado. Talvez ele também estivesse sensível demais.

Então, Ji Min o beijou e só aí percebeu o quanto ansiava por isso.

Começou com um, dois, três selinhos. Uma breve prova, os lábios de Yoon Gi eram muitos macios. Depois, sua língua pediu passagem, e ele cedeu de imediato, enlaçando um braço em seu pescoço e se pondo a afagar seu rosto. Ele tinha gosto de vinho. Embrenhou os dedos nos densos cabelos dele, era como se tocasse fios de seda, e o apertou contra seu corpo. E, se deixaram estar assim, entregues ao sabor das bocas um do outro, embriagando-se um no outro e nas carícias que trocavam, por um tempo que nenhum dos dois poderia precisar. Aquele beijo, união bem medida de carinho e desejo que se renovava a cada novo princípio de fim, os absorveu em suas brumas e os deixou além de tudo que não eles mesmos e o laço que agora compartilhavam.

Quando finalmente interrompeu o beijo em busca de ar, Ji Min deslizou a ponta do nariz pela pele de Yoon Gi, arrancando-lhe baixos gemidos e enterrou o rosto na curva do pescoço dele, aspirando seu perfume. Ele era tão cheiroso!

Recusava-se a admitir até para si mesmo até então, mas a verdade era que a incomum fragrância de rosas, baunilha e morangos silvestres presente em tudo que pertencia à Sua Majestade o arrebatara desde a primeira vez em que a sentiu naquele lenço. Estava viciado nela, nele, e quase perdia a razão, agora que podia experimentá-la assim, tão de perto, com ele completamente entregue, a gemer abraçado ao seu corpo. Apertou-o um pouco mais, prensando a bunda dele contra a sua ereção aprisionada e só recebeu gemidos de satisfação em troca. Aquilo era demais.

Atingiu o céu e despencou com um grito antes que pudesse pensar em se conter.

Maldita virgindade! Ji Min se lamentou, desapontado consigo mesmo.

Outlander || YoonjikookOnde histórias criam vida. Descubra agora