Sempre me questionei o quanto alguém pode esconder dentro de si. O quão profundo nosso interior pode ser, quantos metros muito abaixo do que nossos pés poderiam alcançar existem. Quantos pontos de luz podemos carregar, e quantos pontos mortos podem ser capaz de se alastrar por um milésimo de segundo. Se há cantos em que não há nada para ver, para tocar ou esconder. Que é simples. Não há nada.
Explorei todas essas incógnitas através das íris eclesiásticas, amendoadas, esverdeadas e negras feito uma mescla das cores dos céus da Ásia no pôr do sol. Enxerguei cada ponto morto, cada ponto de luz, e descobri que toda a profundidade da qual era minha dúvida não era possível ser vista à olho nu. Era particular. Ou eu achava ser. Ou eu não fui em frente o suficiente para saber que poderia sim, não ser.
A possibilidade me assustou. E eu fui atrás para, só então, descobrir que nossas almas funcionavam como nuvens estelares. Que alguns de nós somos como estrelas viajantes do tempo ligadas por um fio vermelho ou só pela gravidade. E outros ainda são astros jovens e dispersos rompidos pelo mesmo fio e pela mesma força, que ainda envelheceriam. E isso talvez dissesse o quão fundos ou rasos éramos.
Examinei cada brilho em busca da descoberta de uma galáxia escondida, porque eu achava interessante chegar tão perto de pelo menos alcançar com os próprios dígitos a poeira estelar de um ser humano. Carne e osso feito a mim mesmo. E eu esperava que fosse inacreditável, mas jamais adivinharia que havia alguma chance que me permitisse pisar em falso.
E eu fui sugado pelo meu próprio buraco negro, meus pontos de luz, meu pontos mortos, minha própria profundeza. Achei tão incrível a experiência de me perder nos mistérios alheios que não pude me dar conta antes de que havia um universo vasto à minha espera, dentro de ninguém senão de mim.
Que o que estava em meu âmago era muito maior do que qualquer outra coisa que pude ver. Enterrei minha autodescoberta em meu cosmo, e percebi que eu era não só uma galáxia, mas a personificação de um planeta. Meu corpo abrigava os dois. Eu tinha a cor do calor, do afago, da quentura. Os trejeitos da dualidade. Meu coração e desejo eram não só de mim, mas também da anima em meu íntimo.
E tão intenso quanto isso, foi descobrir que eu não era só cor de marte como também era suas duas luas.
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COR DE MARTE | 𝗵𝗻𝗸
Fanfiction"E eu fui sugado pelo meu próprio buraco negro, meus pontos de luz, meu pontos mortos, minha própria profundeza. Achei tão incrível a experiência de me perder nos mistérios alheios que não pude me dar conta antes de que havia um universo vasto à min...