Capítulo 1 - POV Bella

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A maioria das pessoas ficaria exausta depois de passar um dia inteiro montando edecorando um salão de festas enorme e o dia seguinte em uma festa de proporçõesgigantescas, com mais de duzentas pessoas.Os Cullen não eram como a maioria das pessoas. Eu inclusa, claro. Depois deRenesmee chegar com Jacob ao salão onde seria o aniversário dela, eu e Edward tivemostempo de compensar o dia inteiro que passamos longe de nossa filha. Fizemos uma pré-festacom apenas os dez de nós.No dia seguinte, nossas visitas foram chegando aos poucos. Charlie chegou pelamanhã, acompanhado de Sue, Seth, Leah e o novo namorado dela, Taylor. Logo depois deles,Sam, Quil e Emily trouxeram Claire, que tinha se tornado amicíssima de Renesmee durante otempo em que passaram juntas em LaPush. Os Denali chegaram um pouco antes do início dafesta, seguidos pelas amazonas, que conseguiram surpreender até mesmo Alice, que estavadistraída demais com os preparativos finais para se preocupar com visões de nossas amigaschegando. Logo no início da festa, o salão já contava com todos nós e com a maioria do corpodiscente da escola que frequentávamos. A habilidade de Alice de fazer festas apenasmelhorava com o tempo. Em menos de uma hora, todos já estavam dançando e se divertindo,e as expressões deles os entregavam. Infelizmente, humanos se cansavam com muitafacilidade, e muito cedo já estavam cansados e pareciam exaustos de tanto rodar pelo enormesalão.Nós não. À meia noite, Edward me puxou e me desejou feliz aniversário, seguido porcada um de nossos amigos e membros da família. Quando os convidados humanos foramembora por completo, resolvemos que era melhor acomodar nossos hóspedes. Chegamos àcasa Cullen rapidamente, onde Charlie e Sue se retiraram para dormir. O resto de nós –transmorfos, vampiros, Renesmee, Claire, Emily e Taylor – continuamos dançando na sala deestar da casa de Esme até que aqueles de nós que precisavam dormir começaram a se retirartambém, mais ou menos às seis da manhã.- Mamãe – Renesmee se aproximou de mim, pulando de alegria. – Posso ficar aqui nacasa da vovó pra dormir com a Claire? – Ela fez biquinho – Temos tanta coisa para botar emdia!- A que ponto chegamos – Comecei a provoca-la. – Minha bebê me abandonando nodia do meu aniversário. – Estava claro pelo meu tom de voz, no entanto, que era purabrincadeira. – Claro que pode, meu amor. Esme vai me ligar para eu voltar quando todos jáestiverem acordados. Até lá, se comporte e tente dormir um pouco.- Não prometo nada. – Ela riu, já puxando Claire para longe. Amo vocês, felizaniversário. Eu recebi o pensamento quando ela fechou a porta de seu quarto na casa de Esmee Carlisle. Com o passar dos anos, Renesmee desenvolvera seu dom, e agora era fácil para elamandar pensamentos a quilômetros de distância, se ela fosse íntima o suficiente da pessoa.- Impressionante como passou rápido... – Eu suspirei.- Sabe o que mais vai passar rápido? – Alice se aproximou de nós. – O seu aniversário,se você não começar a aproveitá-lo logo.- Não vou sair antes de ajudar vocês a arrumar essa casa, Alice. – Eu apontei com acabeça para a sala de estar. Copos de acrílico estavam espalhados pelos móveis, e asalmofadas dos sofás e das poltronas se escondiam nos lugares mais improváveis. – Sei quevocê contratou uma empresa de limpeza para cuidar do salão, que provavelmente vai setornar uma casa de festas permanente, mas a casa de Esme não pode ficar desse jeito.- Você não vai trabalhar hoje, mocinha. – Esme, que estava do outro lado da sala eprovavelmente ouviu seu nome, interviu. – Podemos resolver isso muito rápido sem você,fique tranquila.- Eu não recomendaria que você desobedecesse as ordens de Esme, Bella. – Edwardme olhou com cautela. – Você sabe como ela pode se ofender com isso.- Exatamente. – Alice cruzou os braços. – Agora vão e se divirtam. Feliz aniversáriooutra vez, Bella!- Elas estão certas. – Edward começou a me conduzir lentamente para fora da casa. –Além do mais – ele sorriu – tenho algumas coisas planejadas para o dia de hoje...- Você é o leitor de mentes aqui. – Eu o encarei. – Mas acho que imagino o que sepassa na sua cabeça nesse momento.- Talvez eu ainda tenha o dom de te surpreender. – Ele riu e começou a correr. Fuiatrás dele, mas logo me espantei com o rumo que estávamos tomando.- Por que não estamos indo na direção do chalé?Ele diminuiu o passo até parar, e eu parei ao seu lado, onde ele me abraçou.- Eu disse que queria te surpreender. – Ele beijou minha testa – Agora vou roubar umadas ideias de Alice. – Ele cobriu meus olhos com suas mãos e começou a me direcionar. – Nãose preocupe, não é longe. E não tente espiar.Obviamente, não tentei. Caminhamos por alguns minutos, até que comecei a sentirum cheiro muito familiar.- Edward! – Eu arfei quando ele devolveu minha visão. – Como você fez isso?!- Alice não foi a única a trabalhar na floresta ultimamente, sabe? – Ele deu de ombros– Enquanto ela montava o salão, eu fiquei aqui testando minha habilidade com réplicas exatas.A minha frente estava um espaço que, como ele mesmo dissera, era uma réplica exatade um dos lugares mais importantes de minha vida humana. As árvores formando um círculoperfeito, o sol entrando pela copa das mesmas. As plantas certas, que exalavam o cheiro certo.- É perfeita! – Comecei a sentar levemente e puxei-o para o meu lado. Ficamos ali,encarando o brilho do sol em nossas peles, por mais tempo do que me atrevi a contar. Depoisde vários minutos, nos aproximamos um do outro e começamos a nos beijar, só parandoquando conseguimos saciar o desejo absurdo que nos consumia há tanto tempo.- Então... – Ele sorriu passando a mão pelo meu ombro e me abraçando por trásenquanto ainda estávamos deitados na grama. – Eu tenho outras coisas planejadas para...Sua voz foi interrompida pelo toque de meu celular, e fiquei alarmada no mesmomomento. Era muito cedo para que Esme ligasse, e qualquer outra pessoa só pensaria em nosligar se houvesse algum problema. Puxei o aparelho e senti completo alívio ao ler o nome novisor.- Oi, mãe.- Feliz aniversário! – Ela e Phil disseram no mesmo tom animado e ao mesmo tempo, eeu pude ouvi-lo se afastar do aparelho e dar espaço para que minha mãe falasse. – Como vocêestá?- Ótima. – eu sorri. – Obrigada. E vocês?- Com saudades. – Ela suspirou. – Você anda muito ocupada, Bella? Porque eu entendoque ser administradora de uma grande empresa de moda ocupe tempo, mas achei que talvezjá estivesse na hora de você tirar umas férias e vir visitar sua querida mãe, fazem anos que eunão te vejo, e eu nem estou exagerando.- Mamãe... – Eu suspirei de volta. – Você sabe que, se eu pudesse eu teria ido. Mas nãoé fácil manter a empresa da Alice funcionando, sabe? Requer muito esforço e muito, muitotempo.- Tudo bem, tudo bem. – Ela mudou o tom de voz. – De qualquer jeito, hoje é o seudia. Ligamos para desejar tudo de bom, juízo e que você se cuide.- Sim senhora. – Eu ri. – E desejo o mesmo.- Amo você. Mande lembranças ao Edward e a todos aí.- Também te amo, mãe. Mande lembranças ao Phil.Quando ela desligou, Edward me puxou ainda mais para perto dele e beijou meucabelo.- Sinto muito. – Ele me acariciou sabendo que, se eu pudesse chorar, o teria feito.- Tudo bem. – Eu apertei meu corpo contra o dele – Eu sabia que seria assim. Dequalquer jeito, tem ficado mais fácil.- É bom ouvir isso. – Ele disse e começou a se levantar. – Como eu dizia, tenho maiscoisas planejadas para hoje. Alice me garantiu que Renesmee não acabou com os pumas queestavam aqui. Segundo ela, tem pelo menos mais um, com certeza.- É meu. – Eu ri.Caçamos e corremos como se aquela fosse a coisa mais natural do mundo e, de certaforma, era. Encontrei e ataquei o último puma que restava, mas nossa sede só foi saciada porum grupo de cervos que descansava na região.Enquanto voltávamos ao chalé, Edward me encarou com aqueles lindos olhosdourados.- Você sabe que Alice e Esme prepararam um bolo, certo? – Ele me olhou compreocupação.- Eu entendo – eu suspirei – que comemoremos o meu aniversário porque antes demim não havia ninguém que tivesse como festejar, com bolo e esse tipo de coisa. Mas agoratemos Renesmee!- Acontece que seu pai está lá em casa, amor. – Ele me fitou docemente. – E elasqueriam que esse aniversário fosse perfeito não apenas para você, mas para todos os que tecercam.- Todo bem. – Eu sorri. – Acho que posso superar.- Minha menina. – Ele me beijou e me levou nos braços para o chalé. Passamos maisalgumas horas saciando a vontade que sentíamos um do outro, mas em certo momento Esmeligou.- Estamos indo. – Eu ri ao atender ao telefone, porque Edward fazia biquinho. –Obrigada, Esme.- Estou começando a ser contra a ideia de festa. – Ele parecia sério, mas logo mudou aexpressão para uma brincalhona. – Preferia ficar aqui.- Acontece que meu pai está hospedado lá, amor. – Eu imitei seu tom de voz e ele riu.Nós nos vestimos rapidamente e fomos correndo até a casa grande, onde todos já estavamacordados jogando, comendo, conversando e rindo.- Feliz aniversário outra vez, Bells. – Charlie me abraçou. – Eu estava muito cansadoontem, então não devo ter te parabenizado direito.- Tudo bem, papai. – Eu sorri em meio ao abraço. – Espero que esteja se divertindo.- Claro que sim.Como prometido, Alice e Esme haviam decorado a casa com balões, faixas, flores e,claro, um bolo. Após cantarmos o tradicional "parabéns pra você", no entanto, esse últimodesapareceu rapidamente, e nossos amigos quileutes assumiram a culpa rindo sem o menorremorso. O que tinha me deixado muito feliz até o momento fora que todos concordaram em,pelo menos esse ano, não comprar presentes para mim. Charlie fora o mais relutante, masaceitou comprar apenas alguma coisa para Renesmee depois, já que ela aproveitaria qualquerpresente bem melhor que eu. Edward, como sempre, precisava ser contrário a isso.- Agora já podemos dar o presente, papai? – Renesmee se aproximou, sorrindo.- Mas eu disse... – Comecei a interferir.- Você vai gostar desse, Bella. – Alice piscou para mim.- Tive a colaboração de Esme nele. – Edward me beijou e me entregou uma caixa,enquanto Renesmee esticava a mão para me dar um envelope. Abri a caixa primeiro. Dentro,pendia de um lindo cordão de ouro branco um pingente de dois golfinhos.- É uma pista, mamãe.- Golfinhos? – Meus olhos se iluminaram e, não resistindo, peguei o envelope da mãode minha filha e o abri.- Vocês não tiveram chance de ir como comemoração do aniversário de casamento,como de costume. – Esme explicou, parada a nossa frente. – Então achei que seria uma boaideia ceder no seu aniversário.As três passagens para o Rio de Janeiro na minha mão anunciavam que passaríamosmais uma semana em família na adorável ilha Esme. Comecei a agradecer a cada um dos queestavam ali presentes e a noite pôde continuar. No dia seguinte, nossos visitantes iriamembora e nós partiríamos para o Brasil. Mas aquele momento, aquela noite, era perfeita osuficiente para nunca ser esquecida.

O aniversário da BellaOnde histórias criam vida. Descubra agora