I Want Sex For Breakfast

Capítulo Único

"Um banho gelado é tudo que eu preciso", foi o que pensei ao acordar suando e completamente duro. É um tanto quanto vergonhosa a situação a qual me encontrava, o caso é que tive um daqueles sonhos molhados, onde tudo parece tão real que quando você acorda fica meio desnorteado, sem saber onde estar ou o que aconteceu. Okay, eu sei que todo mundo tem sonhos molhados e que ereções matinais são até mesmo comuns, mas o grande problema de tudo isso é quem estava em meus sonhos eróticos.

Saí do box do chuveiro sem me preocupar se estava molhando todo o chão do banheiro, olhe-me no espelho do armário, onde guardamos objetos de higiene pessoal e remédios, e o meu reflexo parecia zombar de mim. Fechei os olhos apoiando-me na pia e minha mente encheu de imagens.
A pele branca e macia a minha frente, minhas mãos apertando-a, estapeando até deixar a marca vermelha dos meus cindo dedos nela... gemidos de dor e prazer... puxões de cabelo... unhas curtas arranhando a pele dos meus braços.

Ohh merda! Eu não deveria pensar tanto nessas coisas, afinal, sonhos são só sonhos. Não são?

Passei as mãos pelo rosto parando no queixo e coçando os pelos grossos e cheios da barba que havia deixado crescer. Esfreguei os olhos logo depois pegando a toalha branca que estava pendurada ao lado do box de vidro. Enrolando a toalha na cintura amaldiçoei todos que já haviam me falado que um banho gelado sempre resolve nessas situações. Agora eu estava tremendo de frio e com nada resolvido, sentia-me prestes a ter outra ereção a qualquer momento apenas em pensar o que havia passado a noite inteira sonhando. Suspirei e resolvi sair do banheiro, eu não podia fazer mais nada sobre isso, só restava encarar meu problema face a face.

E foi exatamente o que aconteceu, não face a face, mas meu "probleminha" estava de costas pra mim, na nossa pequena cozinha. Niall estava de frente para a geladeira, usando uma samba canção estampada e mantinha um dos braços apoiados à porta da geladeira deixando-a aberta. Ele olhava desinteressado o que tinha ali dentro, pendendo o peso do corpo na perna direita. Cheguei-o da cabeça aos pés, seus cabelos loiros bagunçados, suas costas nuas com sinaizinhos pretos por toda a extensão, sua bunda pequena e cheia e por fim suas pernas longas. Lembrei-me mais uma vez do sonho e já sentia meu copo inteiro tremer levemente. Eu o desejava tanto.

Mas isso era errado, eu sei que era. Niall é meu colega de quarto e amigo de anos. Cinco anos mais novo que eu, ele tem 18 anos recém-completados, lembro-me perfeitamente de quando veio morar comigo, há mais ou menos uns sete meses, por que a universidade para a qual entrou é mais perto daqui do que da cidade onde morávamos─ vivi lá até meus 18 anos e mudei-me para a cidade de Londres por causa da faculdade─ e sua mãe, Maura, me disse enquanto me abraçava, "Cuide bem do meu bebê, okay Liam? Confio em você pra isso" e eu respondi com um "Tudo bem, eu vou". Eu não tinha noção no que estava me metendo, essa é a verdade. Quando saí da minha pequena cidade, há cinco anos, deixei um Niall magro e inocente, feições infantis e jeito de criança, mas o fato é que eu não sabia que alguém poderia crescer tanto assim durante esse tempo. Agora ele cresceu, e como cresceu! E eu estou numa situação realmente complicada, por que desde que o loiro chegou e começou a andar por ai em suas roupas de baixo, desfilando sua linda bunda por todo o canto, não tenho mais sossego. Niall era como meu irmãozinho mais novo e agora eu estava o desejando como homem, isso fez uma tremenda confusão na minha cabeça.

-Não tem nada nessa casa pra comer, eu achei que você tinha a obrigação de me alimentar já que, supostamente, você é o adulto aqui. ─Niall falou ainda de costas. Balancei a cabeça, tentando me concentrar em algo mais além das imagens do meu sonho misturadas com a realidade, sorri ainda parado no mesmo lugar.

-Na verdade, você também pode ser considerado adulto. Esqueceu que fez dezoito anos semana passada? ─ respondi e vi Niall fechar a porta da geladeira, virando de frente pra mim enquanto revirava os olhos. Ele, porém, parou qualquer coisa que iria falar ao me ver, e percebi que seus olhos descerem por todo meu corpo, igual havia feito minutos atrás com ele.